Palavras de um crítico ferrenho
Por fim, temos as palavras sinceras do seu maior crítico, Sílvio Romero que, guardadas as devidas proporções, esteve para Machado de Assis o que Robert Hooke esteve para Isaac Newton ou, mais próximo da arte, o que Antonio Salieri esteve para Wolfgang Amadeus Mozart:
"Tome Machado de Assis um motivo, um assunto entre as lendas eslavas", disse Sílvio Romero que não pode ser acusado de complacência para com o autor do Brás Cubas, "há de tratá-lo sempre como brasileiro, quero dizer, com aquela maneira de sentir e pensar, aquela visão interna das coisas, aquele tic, aquele sestro especial, se assim devo me expressar, que são o modo de representação espiritual da inteligência brasileira...
"Seus romances, seus contos, suas comédias encerram vários tipos brasileiros, genuinamente brasileiros, e ele não ficou, ao jeito de muitos dos nossos, na decoração exterior do quadro; mais penetrante do que qualquer desses, foi além, e chegou até a criação de verdadeiros tipos sociais e psicológicos, que são nossos, em carne e osso, e essas são as criações fundamentais de uma literatura". Sílvio Romero.