"Millicent Rogers: A Life in Full/ Uma vida na Íntegra"
Havia um certo tititi no pequeno auditório da livraria onde ocorria o lançamento do livro "Millicent Rogers: A Life in Full/ Uma vida na Íntegra". Havia também uma certa graça deste ser também o "Dia Da Marmota" e esta a pergunta que era a fofoca da vez: "Millicent foi enterrada com um vestido de grife ou envolta em um dos cobertores navajos da sua coleção"? Quando os editores do livro comemoraram que este assunto ainda desse o que falar: "É um deleite ver que a saga da vida de Millicent e seu estilo continuem a existir".
Falecida aos 53 anos, por causa de um aneurisma cerebral, seu filho mais velho disse: "Porque se apaixonou pelo céu grande e a imensidão das paisagens desérticas, ela tinha uma enorme devoção para com o cenário mágico de Taos, razão da escolha que fez pela simplicidade: de ser enterrada ali envolta em um pano navajo".
Assim o mundo da alta moda deixou de lado a indignação - dos que se sentiam menosprezados pelas disposições de última vontade da falecida - quanto a roupa com que seria enterrada - por ter aproveitado de forma inteligente uma oportunidade para divulgar a cultura navajo: constituída de tribos nativo americanas que atualmente constituem o Estado do Novo México, por milhares de anos, antes da chegada dos primeiros exploradores europeus.
Estas tribos eram os anasazi, os pueblo e os navajos. Localizadas em um vale no deserto, em meio aos Sangre de Cristo (Montes Sangre de Cristo), e a cidade de Taos/ Estado do Novo México, que recebeu influências das três culturas locais graças à herança dos povos nativos, dos espanhóis, e dos britânicos.
História contada em museus como o Harwood Museum of Art (Museu Harwood de Arte), o Taos Art Museum (Museu de Arte de Taos), e o Millicent Rogers Museu: onde estão expostas pinturas, esculturas, fotografias, peças de cerâmica, peças de metal e produções multimídia.
O livro "Procurando pela Beleza - A Vida de Millicent Rogers" - conta portanto a vida da milionária herdeira da Standard Oil, e ícone da moda - na perspectiva de quem na vida podia tudo ao redor do mundo mas encontrou o seu norte na magia da natureza de Taos - como conta esta resenha do livro saída no New York Times :
"Ela viveu por suas próprias luzes, cresceu em belas casas, viajou pela Europa com sua família, vestiu roupas da Paris Couture e foi cortejada por homens bonitos e muito qualificados, incluindo o autor de James Bond, Ian Fleming, e o astro de cinema de Hollywood, Clark Gable". Ela adorava moda mas é mais lembrada por sua associação com o designer americano Charles James: como sua musa aparecendo na Vogue e Harper's Bazaar usando suas impressionantes criações arquitetônicas.
Quando no final dos anos 1940 retirou-se da arena pública e mudou-se para Taos.
Millicent teve uma influência significativa na moda, e design de jóias, durante a sua vida, incluindo as peças que projetou em Taos.
Assim ela relaxou, cercou-se de móveis coloniais espanhóis, têxteis nativos americanos, cerâmica, jóias, fetiches, cestas, santos, latão, ferro e arte, os quais ela apaixonadamente colecionava. Seu uniforme diário uma blusa navajo, mais a longa saia de cabo de vassoura e xale, sempre de mocassins ou pés descalços. Para no retrato em que está com o seu filho mais novo, Paul, a sua natureza mercurial já havia mudado.
Vida de Rogers antes de Taos que incluía as coisas que se esperava de uma mulher muito rica. Da sua aparência exótica, e o estilo muito pessoal de viver a moda, resultou a popularidade que teve entre fotógrafos, designers de roupas, e revistas de moda.
Millicent que não se mudou para Taos para fazer farol. Em 1947 chegou e foi conhecer a terra sagrada dos índios. Ao conhecer a festa deles, o Pow Wow extasiou-se: "cada um daqueles segundos - nos dois minutos que durou a corrida dos guerreiros índios - valeu muito mais para mim do que os meus 18 anos vivendo nos melhores lugares do jet set internacional". Na carta enviada para o seu filho, Paul, em 1953, depois expressou como a majestosa beleza natural de Taos, mais a herança cultural do lugar, enriqueceram muito a sua vida desde a sua chegada em 1947: "Querido Paulie, eu já falei sobre o sentimento que tive há pouco? De repente, passando pela Montanha Taos, senti que fazia parte da Terra, e dali sentia o sol a chuva as estrelas e o crescimento da Lua".
O Millicent Rogers Museum fundado como extensão desta sua visão. Para contar ao mundo tudo mais que dissesse respeito à montanha, e as coisa ao seu redor, que a arte tão bem expressava; comentou um expert em coleções de arte: "na rústica Taos foi atraída pela paz e a grandeza de uma paisagem dominada pelas montanhas Sangre de Cristo". Em Taos foi que Rogers seguiu a sua própria carreira como projetista de joias, até hoje admirada por uma nova geração de colecionadores de jóias e historiadores. Desde então em torno da atividade dos museus, galerias e escolas de arte - comunidades e sociedades de artistas - historicamente Taos promove de variadas maneiras a sinergia entre pintores, artesãos, promotores culturais e público interessado em arte.
Impressionante que uma milionária que colecionou o melhor da arte mundial (antes de chegar a Taos só para museus de NY ela doou mais de 20 quadros de Toulouse Lautrec), de repente fosse "abduzida" do seu mundo de glamour e riqueza para abraçar a pequena Eldorado das Artes onde as montanhas tem um caráter sagrado. Ao chegar a Taos fez também com que a mídia internacional retribuísse todo o prestígio que emprestou a todos eles, como celebridade. Para agora divulgar a cultura e arte do Novo México. Atuando não mais como voraz colecionadora mas embaixadora da arte de um povo e sua região.
Rogers viveu a magia de quem veio ao mundo para conhecer e escolher as coisas mais belas da vida. Não só para si mesma mas para milhares de pessoas que visitam o seu museu, anualmente, vindos de lugares do mundo todo.
Em 1951, ela e amigos proeminentes contrataram advogados e visitaram Washington para promoverem a questão dos direitos e cidadania indígena. Para fazer com que a arte nativa americana fosse classificada como histórica e, portanto, protegida da forma mais completa.
Enterrada aos pés da montanha, envolta em seu cobertor navajo, ao lado do filho. A sua mãe e seus outros dois filhos passaram a morar ali continuando a divulgar o importante legado do museu que criou.
Falecida em Santa Fé, Novo México em 1 de janeiro de 1953. Seu nome legal completo na hora da morte era: Mary Millicent Abigail Rogers.