Apenas se perguntarem por mim
Se perguntarem por mim
Diga por acaso,
Que Estou por entre
O escuro e o tempo
Que a luz acender.
Entre a madrugada
E o nascer do sol.
Diga que estou no silêncio
que apaga a música
Mas que o que me encanta
É o barulho de todos os mares.
Que quando tocam
em minha pele,
Eu continuo queimando,
Feito fogo,
Desde o primeiro instante.
Diga que estou no penar
Que que finge sorrir;
No que detém
o último suspiro
antes de partir.
Diga que sou a liberdade
Do encarcerado
E que nem as minhas
Proprias leis nao me serviram.
Diga que amar é bom.
Mas que é sacrifício.
Diga que sou
feito a beleza
Para o renegado.
Diga que sou
como a tinta da caneta,
Que chora versos de solidão.
E que em meu papel
Me encaixo na ludibre dor,
Do artista principal,
Do poeta, feito um afogado.
Se perguntarem por mim,
Diga que andaria
De cabeça erguida,
Ao lado de uma puta
Se ela fosse de verdade.
Diga enfim
Que o que há em mim,
É amor e solidão.
E que escoam,
Por minhas mãos vazias.
Que amo a noite,
bebida e poesia .
Diga que sou chão
Em uma praia de giz.
Diga que trago flores
E que os meus mortos,
Até hj vivem..
Diga que em minhas lutas
Sigo, mutilando
os meus próprios sonhos,
Sempe que preciso.
E que o meu vício
Feito a todos ,
É o que me destrói.
Que corro
entre estes prédios
Pra atravessar no sinal.
Que trago dores no peito
E nas mãos.
Diga que sou filho Do tempo
Que nada espero
Deste escuro
Nem do próprio tempo,
Nem.do amor
Nem da solidão.