COM PIERLUIGI COLLINA POR OUTROS CAMPOS DE TRIGO
por Enzo Carlo Barrocco
Pierluigi Collina, italiano de Bolonha, ex-árbitro de futebol, atualmente consultor financeiro, no convés da fragata desde 1960, foi considerado o melhor árbitro do mundo entre 1998 e 2002. De figura peculiar, careca e com os olhos esbugalhados, ele alcançou uma posição nunca antes imaginada. Collina é uma pessoa extremamente modesta tendo afirmado, certa vez, que não era brilhante na carreira. Perguntado se torce por um time em particular, Collina responde que sim, mas não é um time de futebol, e sim o time de basquete Fortitudo Bologna de sua cidade natal. Por volta de 1984, Collina foi acometido por uma doença chamada alopecia que provoca a queda de todos os pêlos do corpo, Em 1995, com 43 partidas pela Séria A, Collina foi promovido ao quadro da FIFA. Sua primeira grande ocasião foi a final dos Jogos Olímpicos de 1996 entre Nigéria e Argentina, vencida pela seleção africana. Participou, também, da Copa do Mundo de 1998, na França e daí por diante até 2005 participou dois principais torneios de futebol do mundo. A final da Copa de 2002, disputada na Coréia e Japão, entre Brasil e Alemanha, quando a Seleção Brasileira venceu por 2 X 0 se tornando pentacampeão mundial, foi dirigida com extrema competência por Collina. Em 2003 se tornou o embaixador da Cruz Vermelha para o apoio às crianças vítimas da guerra. Publicou nesse ano o livro “Minhas Regras do Jogo. O que o Futebol me Ensinou na Vida” e foi eleito pela sexta vez consecutiva o melhor árbitro do ano pela IFFHS (Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol). Em 2004, com 27 anos de carreira, foi agraciado com o título de Doutor Honoris em Ciência do Esporte pela Universidade Inglesa de Hull. O esporte mundial deve muitíssimo ao talento insofismável de Pierluigi Collina. Afirmou ele, certa vez: “Não acho que alguém deva querer ser como outra pessoa. O importante é saber o que tem de ser feito para chegar a um alto padrão, e espero que tudo o que fiz seja admirado pelos outros árbitros. Só se chega a este padrão trabalhando duro”. Vindo de Collina, é mais do que um conselho: é ordem. Atualmente Collina vive na cidade de Viareggio na região da Toscana, ao lado da esposa Gianna e das duas filhas. Eu particularmente tive a sorte de ter assistido algumas dezenas de partidas arbitradas pelo grande Collina.