Biografia do Patriarca PEDRO BARBOSA DA CRUZ
Pedro Barbosa da Cruz é o patriarca de uma grande família pioneira de Gurupi.
Sua biografia representa a saga de pioneiros que com muita força de vontade, ousadia e fé em Deus ajudaram a firmar Gurupi com o título de “Capital da Amizade” e uma das melhores e mais prósperas cidades do Tocantins.
Contudo, vale destacar que a rica trajetória de Pedro Barbosa da Cruz não retrata apenas a história do município de Gurupi e do estado do Tocantins, pois vai bem além. Ela resume a própria transformação que a sociedade brasileira passou nos últimos 100 anos. De um País com população majoritariamente rural, com famílias numerosas que viviam em regiões isoladas, em vilas, povoados e fazendas, com pouca comunicação entre si, sem infraestrutura e com precários serviços de assistência médico-hospitalar, cuja fé católica predominava em todas as classes sociais, para um Brasil com grandes cidades, de população prioritariamente urbana, famílias pequenas, conectadas pelas mídias sociais, economia diversificada, com ampla rede de comércio, serviços, educação, saúde e com crescente número de igrejas evangélicas.
Essa virtuosa caminhada de Pedro Barbosa da Cruz será detalhada nas linhas que se seguem para servir como um registro de valor às próximas gerações.
ORIGEM INTERIORANA:
Pedro Barbosa da Cruz pertence a uma grande família de 10 filhos, sendo 8 mulheres e apenas 2 homens. Era o caçula e gêmeo de uma menina. Os nomes de seus 9 irmãos em ordem cronológica são: Sebastiana, Delvina, Laura, Amélia, Praxedia, Anália, Cecília, Salomão e Petronilha. De todos, apenas Pedro Barbosa da Cruz está vivo, com 97 anos.
Nasceu em 17 de setembro de 1923, na fazenda Sítio Novo em Porto Franco, um pequeno município no sul do Maranhão, localizado às margens do rio Tocantins, que faz divisa com a cidade de Tocantinópolis, à época, um importante polo econômico do norte goiano.
Seu pai, Francisco da Cruz Barros, conhecido como Chiquinho da Santa Cruz, era um produtor rural, um homem de posses e líder na região. Sua mãe Anisa Barbosa de Sousa, como regiam os costumes daquele tempo, era dona de casa prendada, que cuidava do lar e da educação dos filhos.
Pedro Barbosa da Cruz, entre várias qualidades e virtudes, era reconhecido como um homem de excelente memória. Lembrava-se de inúmeros detalhes de situações vividas por ele e pessoas próximas. Aqueles que tinham oportunidade de bater papo com o ancião ficavam impressionados com sua boa memória, que recordava de fatos antigos, muitos dos quais acontecidos há mais de 80 e 90 anos. Ele era uma espécie de biblioteca oral dos fatos e acontecimentos que marcaram sua geração/genealogia, bem como da própria história local de Gurupi e região.
Parte de suas memórias estão registradas em textos e vídeos com suas narrativas pessoais e depoimentos de parentes e amigos, que serviram de base para esse texto.
Pedro Barbosa da Cruz teve uma trajetória de lutas, superação, intenso trabalho e muita fé em Deus.
Desde seu nascimento, o pequeno Pedro teve que superar grandes desafios. Logo após o doloroso parto de gêmeos, sua mãe Anisa adoeceu, de modo que não pôde cuidar adequadamente dos recém-nascidos. Seu pai, Francisco, foi tomado por profunda tristeza ao ver que sua esposa não tinha condições de amamentar. As crianças choravam intensamente, pois estavam sedentas pelo leite materno. Foi aí que a família teve uma ideia inusitada para resolver aquela difícil situação.
Pedro relata com detalhes aqueles momentos de sua infância.
“Papai deveria ficar alegre quando eu e minha irmã Petronilha nascemos, mas na verdade ele ficou triste em razão da doença da mamãe. Logo adquiriu uma cabra leiteira e minhas duas irmãs mais velhas, Delfina, com 12 anos de idade, e Sebastiana, com 11 anos de idade, assumiram em suas adolescências a responsabilidade de cuidar dos recém-nascidos. Delfina cuidava de Petronilha e Sebastiana de mim. Elas nos alimentavam com leite fresco da cabra. Quando nós completamos 4 meses, minhas irmãs nos ensinaram a mamar direto nas tetas da cabra, que nos adotou como filhos legítimos dela. O animal, quando ouvia o nosso choro, vinha correndo para nos dar de mamar. Assim que terminávamos, ela lambia a nossa boca, como quem queria limpar a baba que ficava nos peitos”, relata Pedro Cruz em seu livro de memória que em breve será publicado.
Passados aqueles meses, sua mãe Anisa reestabeleceu a saúde e passou a cuidar dos pequeninos, que cresceram fortes e saudáveis.
Em 1938, aos 14 anos, Pedro conheceu a escola e foi alfabetizado. Sua escolarização durou apenas o período de 8 meses, que foi suficiente para ele aprender a tabuada, as quatro operações básicas (adição, subtração, divisão e multiplicação), conhecimentos gerais etc. Naquele tempo, havia disciplina e respeito no ambiente escolar. Inclusive os professores puniam os alunos desobedientes e indisciplinados com a palmatória e outros castigos. Para não levar o castigo da palmatória, o jovem se dedicava e estudava no período da noite e aos finais de semana.
Segundo contavam suas irmãs, Pedro era um menino bom, que tinha muitos amigos e ajudava seus pais nas atividades de renda familiar.
Na década de 1940, quase toda a população maranhense extraía seu sustento da terra, cultivando seus próprios alimentos (arroz, milho, mandioca, feijão etc.) e criando animais: gado, cabras, galinhas e porcos. A caça, pesca artesanal e coleta de frutos silvestres complementava a subsistência familiar.
Tirar o sustento da roça com os métodos tradicionais era um serviço árduo, pois praticamente não existiam maquinários e suplementos agrícolas. Tudo era feito manualmente. Sem contar a própria dificuldade em estocar e comercializar a produção, pois as estradas eram precárias.
Belém do Pará era o principal polo econômico que abastecia parte das Regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste. O rio Tocantins servia como eixo de conexão entre as cidades e povoados. Inúmeras embarcações percorriam diariamente as águas turbulentas do rio Tocantins levando pessoas e mercadoria.
Inclusive, nos anos 40, as cidades nessa parte do Brasil que tinham maior importância econômica e política estavam às margens ou próximas ao rio Tocantins, como por exemplo: Paranã, Peixe, Porto Nacional, Pedro Afonso e Tocantinópolis (no norte goiano) e Carolina e Porto Franco (no sul do Maranhão). Na beira rio Araguaia situavam-se outras cidades importantes, como: Araguacema e Araguatins.
JOVEM GARIMPEIRO:
Aos 18 anos de idade, Pedro estava em busca de sua autonomia. Já era um homem formado, que não tinha medo de enfrentar desafios e possuía muita disposição para o trabalho.
Vez ou outra, corria pelas cidades e povoados a notícia da descoberta de garimpo de cristais, ouro, prata e diamante, o que soava como uma ótima alternativa para ganhar a vida, especialmente para os moradores da zona rural que tinham que labutar bastante para tirar o sustento da terra.
Assim, muitos jovens destemidos se dispunham a viajar longas distâncias para desbravar esses garimpos que rapidamente se tornavam vilas e, mais tarde, viravam cidades. Cristalândia, Dueré, Pium, Lagoa da Confusão, Dois Irmãos, Arapoema e Pequizeiro são cidades do Tocantins que tiveram origem por garimpeiros.
Em 1942, o jovem Pedro foi se aventurar em busca de diamantes no garimpo do Pedral, no Estado do Pará. Garimpar é um trabalho pesado, ariscado e sem garantias de retorno. Mesmo sabendo dos riscos e incertezas, ele não se intimidou e partiu cheio de sonhos. Chegando lá, ele foi contemplado com a sorte grande, conseguindo garimpar uma pedra de 5 quilates, que vendeu por Cr$ 5.000,00 (Cinco Mil Cruzeiros), começando assim a construir seu patrimônio.
PERDA DE SUA MÃE:
Em 1942, sua família mudou-se para uma fazenda na região de Pedro Afonso, quando surgiu o garimpo do Chiqueirão. Lá, Pedro e seu irmão, Salomão Cruz, montaram um comércio de confecção.
Pedro e Salomão Cruz não tinham medo de enfrentar o desconhecido e faziam de tudo para conquistar por meio do trabalho duro e honesto uma vida digna para suas famílias.
Depois de um tempo, eles seguiram para o garimpo de Barreira. Em cada mudança que faziam, eles ficavam sem comunicação com os parentes. O serviço de cartas e telégrafos não atendia o interior do Brasil, de modo que a comunicação acontecia somente quando algum conhecido ou familiar se deslocava para determinada localidade e repassava as novidades.
Foi nessa época, quando Pedro estava no garimpo de Barreira, que sua mãe Anisa Barbosa de Sousa teve câncer e faleceu. Ela foi velada e enterrada sem que ele tivesse a oportunidade de se despedir.
“Um dia recebi a notícia de que minha mãe tinha morrido e a dor da perda foi tão grande que eu desmaiei. Quando acordei, ainda não acreditava, pensava que pudesse ser um pesadelo. Acordei e percebi que ela tinha falecido. Minha vontade era de morrer. Eu pensava como eu iria chegar em casa e não ver a minha mãezinha. Ia chegar lá e ver apenas o meu pai dentro daquele casarão.”
Só quem perdeu sua mãe sabe como é difícil superar a dor e a saudade que invadem o nosso coração.
MUDANÇA PARA PORANGATU:
No começo dos anos 50, Porangatu era uma pequena cidade, com poucas casas, praticamente sem nenhum comércio, entretanto alguns acontecimentos daquela década mudariam significativamente a realidade local.
Em 1954, Pedro comprou a Fazenda Barreirão no município do Porangatu, onde criava gado-curraleiro.
Nessa época, ele conheceu o pequeno povoado de Gurupi, que servia como uma espécie de parada para os viajantes que percorriam a região.
Em 27 de janeiro de 1956, aconteceu a posse do Presidente da República Juscelino Kubitschek, que reafirmou a implantação do seu ambicioso "Plano 50 anos em 5”, que propunha uma série de ações para alavancar o desenvolvimento do Brasil, entre as quais: a construção de Brasília e abertura de grandes rodovias para integrar a capital federal com os tradicionais centros geopolíticos (Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte) e demais regiões, em especial a Norte e a Centro Oeste.
O Presidente da República Juscelino Kubitschek de Oliveira (o saudoso JK) lançou o projeto da Rodovia Federal Belém-Brasília (BR-153), que teria um traçado de uma linha praticamente reta ligando o Distrito federal a capital paraense.
Essa grande obra mudaria de vez a realidade de todas as vilas e povoados do interior de Goiás, transferindo nas décadas seguintes o fluxo comercial que era feito pelos barcos no rio Tocantins para a frota de caminhões, carros e ônibus na nova rodovia.
O anúncio dessas obras gerou enorme expectativa de modo que vultoso número de pessoas migrou para os povoados e vilas que faziam parte do traçado da Rodovia Belém-Brasília.
MUDANÇA PARA O POVOADO DE GURUPI:
Em 1956, Pedro Cruz, quando ainda era solteiro, comprou no povoado de Gurupi a Chácara Água Franca, em sociedade com o seu irmão Salomão Cruz. A chácara localizada a 6 km do centro de Gurupi, nas margens da BR-153. Foi o primeiro hotel de bois da região e recebia diariamente dezenas de caminhões boiadeiros que transportavam bovinos do Centro-Oeste até propriedades rurais no estado do Pará.
Pedro Cruz viajava constantemente para negócios, mas sempre retornava para a região de Pedro Afonso, onde viviam parentes e amigos.
Ele e seus familiares acompanhavam com entusiasmo aquelas promessas de desenvolvimento para a região do norte goiano. Ele começou a fazer inúmeros planos.
CASAMENTO:
Pedro Cruz estava decidido a se casar com uma boa moça. Assim, ele seguiu os conselhos de sua querida mãe, que lhe recomendara buscar uma jovem que fosse prendada e que tive o mesmo tipo de criação que ele tivera, que possuísse os mesmos hábitos e costumes.
Foi isso que ele fez. O jovem Pedro seguiu para a casa de sua irmã Delfina, que ficava numa fazenda no Distrito de Porto Real, pertencente ao município de Pedro Afonso. Lá, ele conheceu o seu sogro, apelidado de “Mundico Parrião” (in memoriam), que era pai de uma bela moça, Alice Barbosa da Cruz.
Ele fez amizade com os familiares dela, em especial com o cunhado “Zeca Parrião” (in memoriam), que lhe aconselhou a casar com sua irmã.
Pedro viajava para negócios e numa dessas viagens recebeu uma carta de seu cunhado "Zeca Parrião", reforçando os conselhos para casar com a jovem Alice.
Veja o que Pedro relata sobre o aconselhamento de seu cunhado “Zeca Parrião”.
“O meu cunhado me aconselhou a casar com a Alicinha por ser uma moça de valor e muito obediente aos pais. Não era moça namoradeira. Ele disse a seguinte frase: Se você se casar com a Alicinha não irá se arrepender, por que os nossos pais só têm boas qualidades. Vocês dois serão muito felizes.”
Pedro seguiu as orientações do amigo “Zeca Parrião”. O namoro foi rápido. Em pouco tempo estavam noivos. Ele pediu a mão da jovem e logo começaram os preparativos para o casamento.
No dia 13 de julho de 1957, Pedro Barbosa da Cruz se casou com Alice Barbosa da Cruz, em Pedro Afonso. Dessa união, eles tiveram seis filhos: Dilson Barbosa da Cruz (in memoriam), Anisia Barbosa da Cruz Nunes, Levi Barbosa da Cruz, Veralucia Barbosa Turíbio, Pedro Barbosa Filho e Wesley Silas Barbosa da Cruz.
Após o casamento, foram morar em Gurupi. Os dois primeiros filhos do casal nasceram em Pedro Afonso, onde os sogros moravam e deram assistência a Alice no parto e cuidado dos recém-nascidos. Os outros quatro filhos nasceram no Hospital Delfino Aguiar, em Gurupi.
CONVERSÃO AO EVANGELHO:
Toda a família de Pedro era de religião católica por tradição.
As irmãs de Pedro foram as primeiras a conhecerem as boas novas do evangelho e assumirem a fé protestante. Em seguida, foi a sua vez de abraçar a mensagem da redenção em Jesus Cristo.
Ele se tornou evangélico por meio de uma palavra do Sr. João Martins, que era evangelista da Igreja Batista, e que, além de seu pai na fé, tornou-se um amigo e conselheiro, ajudando-o a superar a dor da perda de sua mãe.
Foi do amigo João Martins que ele ganhou de presente sua primeira Bíblia. Desde então, ele passou a dedicar-se diariamente a leitura das Sagradas Escrituras. Ao longo de sua vida, Pedro leu a Bíblia, de Gênese a Apocalipse, centenas de vezes. Conhecia dezenas de versículos de cor. Também sabia inúmeros hinos da Harpa Cristã, os quais gostava de cantar juntamente com esposa, familiares e amigos.
Tornou-se membro fundador da Igreja Assembleia de Deus do Ministério Madureira em Gurupi. Era um crente fervoroso, dedicando-se regularmente na leitura da Palavra e orações, até o dia em que ficou acamado, há cerca de dois anos.
CRESCENDO COM GURUPI:
Até 1958, ano que antecedeu a implantação da Rodovia Belém-Brasília, o norte goiano tinha apenas 22 cidades (Wikipédia, 2020).
Num período de apenas 5 anos, entre 1959 e 1964, foram emancipados 32 municípios nessa região, um aumento de quase 150%.
Gurupi foi uma das 32 cidades que surgiram nesse período de grande desenvolvimento do norte goiano.
Em 14 de novembro de 1958, Gurupi foi emancipada e começou a crescer intensamente com a chegada de pessoas de todas as partes do País.
Pedro Cruz e sua esposa Alice estabeleceram-se como pioneiros na cidade de Gurupi, onde trabalharam, criaram os filhos e fizeram muitos amigos.
O casal Pedro Cruz e Alice Barbosa da Cruz dividiam seu tempo entre a Chácara Água Franca e uma casa que construíram na Rua 06, entre as Avenidas Goiás e Pará.
A residência deles era frequentada por pessoas de todas as classes sociais e refúgio para muitas famílias desassistidas pelo poder público. Eram um casal generoso que não media esforços para amparar outras pessoas que necessitavam de auxilio material e espiritual.
São inúmeros os exemplos de vizinhos, conhecidos e amigos que foram agraciados com a generosidade de Pedro e Alice. Só para citar um desses casos: certa vez, um casal com seus 06 filhos perdeu sua residência e tudo que tinham em um incêndio e encontraram apoio na família de Pedro e Alice para criar seus filhos.
Pedro Cruz é reconhecido como uma pessoa honesta, que odiava dever para alguém. Sempre foi um homem de cumprir seus acordos.
“Meu ramo era compra e venda de gado. Eu formei o primeiro hotel de gado da região de Gurupi. Naquele tempo os fazendeiros do sul começaram a comprar terra no Pará para formar fazendas e levavam muito gado de cria para lá transportados em carretas e a chácara se tornou um ponto de descanso para os motoristas e para os animais beber água e pastar. Este movimento era dia e noite e meus filhos me ajudavam muito nesta labuta.”
Ele sempre gostou de trabalhar. Era muito ativo, não conseguia ficar quieto. Estava sempre em busca de algo para fazer. Além das fazendas, ele passou a investir na construção civil e construiu um prédio no centro de Gurupi, além de várias casas, que passaram a lhe dar renda para uma vida confortável.
PERDA DA ESPOSA ALICE:
Infelizmente, certo dia, sua esposa Alice levou um tombo dentro de casa. Ela ficou prostrada no chão, sentindo muita dor, de modo que não conseguia levantar.
Pedro relata com tristeza aquela fase dolorosa de sua vida.
“Foi socorrida e levada para tratamento em Brasília, no Hospital Sara Kubistchek, onde constaram câncer nos ossos em alto grau. “Ela começou a fazer quimioterapia e os ossos dela começaram a quebrar e a virar pó. Era muito dor durante o tratamento que durou quase dois anos. Mas, no dia 02 de agosto de 1990, ela descansou passando para a eternidade com Cristo. Eu fiquei com meus 6 filhos com muita tristeza.”
Dona Alice era reconhecida como uma mulher sábia, amorosa, conselheira, que seguia os princípios bíblicos. Era uma mulher de palavra. Não tolerava mentiras, assim como não aceitava fofocas, seja de quem fosse. Dava ótimo testemunho como mãe, esposa e cidadã de bem.
A união durou 33 anos, até agosto de 1990, quando Alice Barbosa da Cruz faleceu, em decorrência do agravamento de um osteossarcoma (câncer nos ossos).
Ele buscou conforto em Deus e contou com apoio dos filhos e de amigos para superar aquela perda.
SEGUNDO CASAMENTO:
Com a morte de sua primeira esposa Alice, Pedro Cruz foi apresentado pelo evangelista Álvaro Xavier para a irmã Evinha. Após sentirem a confirmação de Deus, eles decidiram se casar. A cerimônia aconteceu no dia 25 de maio de 1991.
Pedro Cruz não cansava de agradecer a Deus. Sentia-se um homem realizado e feliz com as duas esposas que teve. Veja seu relato sobre seus casamentos.
“Passei a dizer como disser Josué: Até aqui me ajudou o Senhor, pois me casei com a mulher virtuosa e como disse o Rei Salomão em Provérbio: Mulher virtuosa quem a achará? O seu valor muito excede ao de rubis. O coração do seu marido está nela confiado; assim ele não necessitará de despojo. Ela só lhe faz bem, e não mal, todos os dias da sua vida. Por isso agradeço a meu Deus, todos os dias nas minhas orações.”
Constantemente repetia aos amigos e familiares seus sentimentos de realização por suas inúmeras alegrias em seus dois matrimônios.
“Agradeço ao Senhor meu Deus, pois as duas mulheres que possuí tiveram estas qualidades que também estão registrado no Salmo 128 que diz: ‘A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira à roda da tua mesa. Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor. O Senhor te abençoará desde Sião, e tu verás o bem de Jerusalém em todos os dias da tua vida.”
UMA VIDA DE FÉ E TESTEMUNHO CRISTÃO:
Pedro Cruz foi um dos membros fundadores da Igreja Assembleia de Deus do Ministério Madureira em Gurupi, reconhecida por suas relevantes ações sociais, de evangelismo e educação.
Ele foi consagrado ao cargo de evangelista. Parte da trajetória do irmão Pedro Barbosa da Cruz está registrada no Livro “Fragmentos da Nossa História” que foi lançado pelo Pastor João da Cruz Gomes Feitosa em 2006 pela comemoração do Jubileu de Ouro – 50 anos! - da Igreja Assembleia em Gurupi.
O evangelista Pedro Barbosa da Cruz e seu irmão Salomão Barbosa Cruz estavam nos primórdios na Igreja Assembleia de Deus em Gurupi, que teve em sua gênese nomes como: diácono Euclides Melo de Albuquerque e família, responsável que abriu o primeiro salão da Igreja no dia 1º de julho de 1956, casal Tadeu Martins e Maria José Costa, evangelista José de Sousa Castro, diácono Carlindo Barros da Rocha, o casal José Pinto de Araújo e Cícera Dias de Araújo, evangelista Euclides Melo de Albuquerque, auxiliar Elisvaldo Xavier de Jesus (“Ica”), auxiliar Pedro José de Souza (“Pedrinho”), missionária Luiza Martins Salviano, evangelista Elpídio Pereira de Sousa, entre outros.
A Igreja Assembleia de Deus é referência em sua atuação, na mudança de comportamento, influenciado positivamente a dinâmica social, educacional, econômica e política de Gurupi e região.
Sr. Pedro é reconhecido por inúmeras qualidades: trabalhador, honrado, sereno, sério, responsável, bondoso, devotado à família e aos princípios cristãos.
A linhagem de Pedro Barbosa da Cruz e Alice Barbosa da Cruz é formada por 6 filhos, 12 netos e 6 bisnetos.
Sua trajetória representa a saga de milhões de brasileiros, que tiveram suas origens em pequenos povoados no interior do País e deram sequência migrando para cidades maiores em busca de melhores oportunidades de vida.
Pedro Barbosa da Cruz vivenciou o intenso processo de transformação que ocorreu no sul do Maranhão, sua terra natal, e nessa região do antigo norte goiano (hoje estado do Tocantins), em especial em Gurupi, cuja família representa a geração de pioneiros que fizeram e fazem a diferença como cidadãos/profissionais que com fé em Deus, ética, humildade, trabalho honesto e respeito têm contribuído para construção de uma sociedade melhor!
Com certeza Sr. Pedro Barbosa da Cruz merece ter sua vida narrada numa obra literária, contando toda a trajetória, desde o nascimento até a atualidade. As lutas e desafios que enfrentou para criar os seis filhos, bem como os casos engraçados, curiosos e felizes que vivenciou ao longo de quase um século de existência.
Certamente que uma obra dessas pode servir de inspiração para as novas gerações, em especial aos netos e bisnetos, que se encherão de orgulho, força e fé para superar qualquer desafio, dando sequência nessa virtuosa linhagem. Esse resumo da biografia de Pedro Barbosa da Cruz já é um primeiro passo para consolidar essa proposta...
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Palmas - TO, Outubro de 2020.
Giovanni Salera Júnior
E-mail: salerajunior@yahoo.com.br
Curriculum Vitae: http://lattes.cnpq.br/9410800331827187
Maiores informações em: http://recantodasletras.com.br/autores/salerajunior