HISTÓRIA DE JACÓ - P. 2

O RETORNO À CASA PATERNA (Gn. 31.1-21)

1.915 a. C. Em dado momento, porém, Jacó percebeu que os filhos de Labão estavam reclamando dele, dizendo que ele tinha enriquecido à custa do pai deles. Jacó também começou a notar uma mudança na atitude de Labão para com ele. Então o Senhor ordenou a Jacó que voltasse para a terra de seus pais.

Se Labão dizia: ‘Os salpicados serão o seu salário’, o rebanho começava a dar crias salpicadas. E, quando mudava de ideia e dizia: ‘Os listrados serão o seu salário’, então o rebanho inteiro dava crias listradas. Desse modo, Deus tirou os animais de Labão e os deu a Jacó.

Deus apareceu a Jacó em sonhos e mandou ele voltar à sua terra natal. Então Jacó montou suas mulheres e seus filhos e conduziu adiante todos os seus rebanhos. Juntou todos os bens e partiu para a terra de Canaã.

Quando partiram, Labão estava num lugar afastado, tosquiando suas ovelhas. Raquel roubou os ídolos da casa que pertenciam a seu pai e os levou consigo. Agora foi a vez de Jacó enganar Labão, partindo sem avisá-lo de que iam embora. Jacó saiu levando todos os seus bens.

LABÃO SAI ATRÁS DE JACÓ (Gn. 31.22-42)

Três dias depois, Labão foi informado de que Jacó havia fugido. Reuniu um grupo de parentes e saiu em perseguição a Jacó. Sete dias depois o alcançou. Deus havia aparecido em sonho a Labão, e dito a ele que deixasse Jacó em paz.

Labão questionou por que Jacó havia roubado seus deuses. Jacó respondeu que fugiu porque tive medo. E continuou que quanto aos pequenos idolos, Labão deveria procurá-los e, quem os tivesse roubado deveria morrer! Se Labão encontrasse qualquer outra coisa que lhe pertencesse, ele a devolveria. Jacó, porém, não sabia que Raquel havia roubado os ídolos da casa. Labão procurou, mas não encontrou os ídolos da casa. Nessa circunstância, Jacó foi imensamente precipitado, pois ele achou que ninguém da sua família havia roubado tais objetos. Devemos ter cuidado com as promessas precipitadas.

Disse Jacó ao sogro que por vinte anos trabalhou feito um escravo! Trabalhou catorze anos por suas duas filhas e, depois, mais seis anos para formar seu rebanho. E por várias vezes Labão mudou seu salário.

LABÃO E JACÓ FAZEM ALIANÇA (Gn.31.43-32.2)

Eles fizeram, portanto, uma aliança que servisse de testemunho do compromisso entre eles. Jacó pegou uma pedra e a colocou em pé como monumento. Isso era muito comum naquela época.

A fim de comemorar a ocasião, Labão chamou o lugar de Jegar-Saaduta (nome aramaico), e Jacó o chamou de Galeede (nome judaico). Labão declarou: “Este monte de pedras servirá de testemunha para nos lembrar da aliança que fizemos hoje”.

Quando Jacó seguiu viagem, anjos de Deus vieram encontrar-se com ele. Ao vê-los, Jacó exclamou: “Este é o acampamento de Deus!”. Por isso, chamou o lugar de Maanaim.

É

HORA DE RECONCILIAÇÃO (Gn.32.3-21)

Então Jacó enviou adiante dele mensageiros a seu irmão Esaú. Disse-lhes: “Digam a Esaú: ‘Assim diz seu servo Jacó: Até o momento, estava morando com nosso tio Labão e, agora, tenho rebanhos de ovelhas e cabras, além de muitos servos. Enviei estes mensageiros para informar, meu senhor, da minha chegada, na esperança de que me receba amistosamente”. Depois de transmitirem a mensagem, voltaram a Jacó e lhe disseram: “Estivemos com seu irmão Esaú, e ele está vindo ao seu encontro com um bando de quatrocentos homens!”.

Quando ouviu a notícia, Jacó ficou apavorado. Dividiu em dois grupos sua família e seus servos, e os rebanhos, pois pensou: “Se Esaú encontrar um dos grupos e atacá-lo, talvez o outro consiga escapar”.

Então Jacó orou ao Senhor pedindo proteção. Depois, escolheu entre seus bens alguns presentes para seu irmão, Esaú, dentre os animais que possuía. Mandou os encarregados irem à sua frente para dizerem a Esaú que aqueles animais eram um presente de Jacó para ele.

UM PEQUENO HOMEM LUTA COM UM GRANDE DEUS (Gn.32.22-32)

1.900 a. C. Durante a noite, naquela trajetória, Jacó se levantou, tomou suas duas mulheres, suas duas servas e seus onze filhos e atravessou com eles o rio Jaboque.

Com isso, Jacó ficou sozinho no acampamento. Veio então um homem, que lutou com ele até o amanhecer. Quando o homem viu que não poderia vencer, tocou a articulação do quadril de Jacó e a deslocou.

O homem disse: “Deixe-me ir, pois está amanhecendo!”. Jacó, porém, respondeu: “Não o deixarei ir enquanto não me abençoar”. “Qual é seu nome?”, perguntou o homem. “Jacó”, respondeu ele. O homem disse: “Seu nome não será mais Jacó. De agora em diante, você se chamará Israel, pois lutou com Deus e com os homens e venceu”. Essa expressão de Jacó é muito expressiva, pois às vezes, diante de certas situações, precisamos nos apegar com Deus, até receber dele a sua benção.

“Por favor, diga-me qual é seu nome”, disse Jacó. “Por que quer saber meu nome?”, replicou o homem. E abençoou Jacó ali. Jacó chamou aquele lugar de Peniel, pois disse: “Vi Deus face a face e, no entanto, minha vida foi poupada”.

O Pr. Hernandes Dias Lopes faz algumas aplicações do texto acima, mas que valem para a vida de Jacó como um todo.

Primeira, é que a eleição ou escolha de Deus é incondicional.

Deus faz essa escolha de maneira soberana. Deus amou Jacó apesar dos seus pecados. Deus o escolheu desde o ventre materno, quando ele brigava com Esaú.

Deus toma a iniciativa de salvar Jacó, aos 91 anos. O próprio Deus luta com ele na figura de um homem. Deus não desiste de Jacó, apesar da resistência dele. Deus feriu Jacó para não o perder para sempre.

Em segundo lugar, a graça de Deus (favor imerecido) é irresistível.

Jacó chorou e pediu misericórdia. Você prevalece quando se humilha. O profeta Oseias escreveu: “Ainda no ventre, Jacó agarrou o calcanhar de seu irmão; quando se tornou homem, lutou com Deus. Sim, lutou com o anjo e venceu; chorou e suplicou-lhe que o abençoasse. Ali em Betel, encontrou Deus, e Deus falou com ele” (Oséias 12:3,4).

Jacó confessou o seu pecado para Deus. “Qual é seu nome?”, perguntou o homem (Deus). “Jacó”, respondeu: Jacó. Agora ele falou a verdade, quando estava face a face com Deus. Há vinte anos, quando ele enganou seu pai, Isaque lhe perguntou: qual é o seu nome? E ele respondeu: Esaú. Aqui ele reconheceu que era pecador, enganador, mentiroso, suplantador.

Deus havia mudado o seu nome. “Você agora se chamará Israel, pois lutou com Deus e com os homens e venceu”. Deus mudou o nome de Abrão para Abraão, de Saulo para Paulo, quando eles tinham novos propósitos na vida.

E hoje, qual é o teu nome: Jacó ou Israel?

Jacó é um exemplo da graça de Deus.

UM GRANDE REENCONTRO DE ESAÚ COM JACÓ (Gn.33.1-17)

Jacó levantou os olhos e viu Esaú aproximando-se com seus quatrocentos homens. Assim, dividiu os filhos entre Lia, Raquel e as duas servas. Jacó passou à frente e, ao aproximar-se de seu irmão, curvou-se até o chão sete vezes.

Esaú correu ao encontro de Jacó e o abraçou; pôs os braços em volta do pescoço do irmão e o beijou. E os dois choraram. Jacó falou ele: “Esses são os filhos que Deus, em sua bondade, concedeu a seu servo”.

Jacó insistiu para que o irmão aceitasse seus presentes: “peço que aceite meu presente. E que alívio é ver seu sorriso amigável! É como ver a face de Deus! Vale ressaltar aqui o perdão de Esaú. O que é marcante aqui, é que Jacó viu a face de Deus na face de Esaú. Depois de muita argumentação, Esaú aceitou os presentes de Jacó. Você perdoaria seu irmão que lhe trapaceou de alguma maneira?

Depois do seu encontro com Deus, Jacó era outra pessoa. Aqui ele chama o seu irmão Esaú de “meu senhor.”

É HORA DE MUDAR

Seu filho José é vendido para o Egito, torna-se governador e um dia traz seu pai com todo os irmãos para morarem naquele pais (1.876 a. C.). Jacó, após viver dezessete anos no Egito, morre lá aos cento e quarenta e sete anos. Antes de morrer pede que seus ossos sejam levados e enterrados na terra de Canaã, o que de fato ocorreu.

JACÓ ABENÇOA SEUS FILHOS E PROFETIZA SOBRE ELES (Gn.49.1-27)

Então Jacó mandou chamar todos os seus filhos e lhes disse: “Reúnam-se ao meu redor, e eu direi o que acontecerá a cada um de vocês nos dias que virão.

É impressionante as bençãos proféticas de Jacó aos seus filhos. Vejamos:

“Rúben, você é meu filho mais velho, minha força, o filho da minha juventude vigorosa; é o primeiro em importância e o primeiro em poder. É, contudo, impetuoso como uma enchente, e não será mais o primeiro, pois deitou-se em minha cama, desonrou meu leito conjugal” (35.22).

“Simeão e Levi são iguais em tudo; suas armas são instrumentos de violência. Que eu jamais esteja presente em suas reuniões e nunca participe de seus planos. Eu os espalharei entre os descendentes de Jacó, eu os dispersarei por todo o Israel.”

“Judá, seus irmãos o louvarão; você agarrará seus inimigos pelo pescoço, e todos os seus parentes se curvarão à sua frente. Judá, meu filho, é um leão novo que acabou de comer sua presa. O cetro não se afastará de Judá, nem o bastão de autoridade de seus descendentes, até que venha Siló, aquele que todas as nações honrarão. Ele amarra seu potro a uma videira, seu jumentinho a uma videira seleta (previsto pelo profeta Zacarias em Zc. 9.9). O jumentinho aqui foi a profecia do que aconteceria na entrada triunfal de JESUS em Jerusalém no domingo que antecedeu à Páscoa. Lava suas roupas em vinho, suas vestes, no sangue das uvas” (Jesus transforma água em vinho em Jo. 2.1-11).

Judá aponta para Cristo. O mais importante descendente real de Judá, Jesus Cristo é chamado de Leão da tribo de Judá (Ap. 5.5). Uma antiga tradução aramaica interpreta esta palavra como “até que o Messias venha” (Bíblia de Genebra, p. 85). “E te obedecerão os povos” é concretizado em Jesus.

“Zebulom se estabelecerá à beira-mar e será um porto para os navios.”

“Issacar é um jumento forte, que descansa entre dois sacos de carga.”

“Dã governará seu povo, como qualquer outra tribo de Israel. Dã será uma serpente à beira da estrada, uma víbora junto ao caminho que morde o calcanhar do cavalo e faz o cavaleiro cair. Ó Senhor, espero pelo teu livramento!”

“Gade será atacado por bandos de saqueadores, mas os atacará quando baterem em retirada.”

“Aser se alimentará de comidas deliciosas e produzirá iguarias dignas de reis.”

“Naftali é uma gazela solta que dá à luz lindos filhotes.”

“José é árvore frutífera junto à fonte; seus ramos se estendem por cima do muro. Seu arco, porém, permaneceu esticado, e seus braços foram fortalecidos pelas mãos do Poderoso de Jacó, pelo Pastor, a Rocha de Israel. Que o Deus de seu pai o ajude; o Todo-poderoso o abençoe com bênçãos dos altos céus, bênçãos das profundezas das águas, bênçãos dos seios e do ventre. Que essas bênçãos descansem sobre a cabeça de José, que é príncipe entre seus irmãos.”

“Benjamim é um lobo voraz; pela manhã devora seus inimigos, ao entardecer divide o despojo”.

Essas são as doze tribos de Israel, e foi isso que seu pai disse ao despedir-se de seus filhos. Deu a cada um deles a bênção que lhe era adequada. Depois dessa instrução a seus filhos, e morreu.

CITAÇÕES DE JACÓ EM OUTROS LIVROS DA BIBLIA

Pois o Senhor escolheu Jacó para si; Israel é seu tesouro especial (Salmos 135:4).

O Senhor, que o criou e que o ajuda, diz: Não tema, ó Jacó, meu servo, ó querido Israel, meu escolhido (Isaías 44:2).

Palavras do profeta Malaquias: “Eu sempre amei vocês”, diz o Senhor. Mas vocês perguntam: “De que maneira nos amou?”. E o Senhor responde: “Foi desta maneira: amei seu antepassado Jacó, mas rejeitei o irmão dele, Esaú, e devastei sua região montanhosa. Transformei a propriedade de Esaú num deserto para chacais” (Malaquias 1:2,3).

Vê-lo-ei, mas não agora, contemplá-lo-ei, mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó e um cetro subirá de Israel, que ferirá os termos dos moabitas, e destruirá todos os filhos de Sete (Números 24:17). “E, tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém, dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos adorá-lo” (Mateus 2:1,2).

Digo a vocês que muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugar à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no Reino dos Céus (Mateus 8:11).

Pela fé, Jacó, quando estava para morrer, abençoou cada um dos filhos de José e, apoiado sobre a extremidade do seu bordão, adorou a Deus (Hebreus 11:21).

Finalmente, a Bíblia de Estudo Cronológica (p. 56), apresenta a vida de Jacó em 4 estágios:

1) viveu à altura do seu nome que quer dizer “enganador” (agarrou o calcanhar de Esau no nascimento, agarrou o direito de primogenitura e a benção do irmão);

2) ele se viu do outro lado, sendo manipulado e enganado por seu sogro Labão.

3) estava no papel daquele que agarra. Agarrou-se à Deus e seu nome foi mudado para Israel que quer dizer “aquele que luta com Deus”;

4) o último estágio da vida dele foi ser agarrado. Deus conseguiu um controle firme sobre ele.

REFERENCIAS:

Bíblia de estudo cronológica – aplicação pessoal – CPAD

Bíblia de estudo de Genebra - SBB

Bíblia do Peregrino – Ed. Paulus

Bíblia Jovem - Ed. Vida

Bíblia Sagrada – Nova versão transformadora – NVT

BROWN, Raymond – Novo Comentário Bíblico São Jerônimo – Antigo Testamento

Carlos Alfredo, out/2020

Carlos Alfredo Melo
Enviado por Carlos Alfredo Melo em 01/10/2020
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