PROVA DE FRANCÊS – NOTA DEZ

Ano de 1962. Cursava eu o primeiro ano ginasial, no Seminário Nossa Senhora de Fátima, em Itaúna, Minas Gerais. Antigamente não se chamava Ensino Fundamental, e sim, Curso Ginasial.

Há certos episódios em minha vida que eu gosto de compartilhar com as pessoas. Por vaidade, talvez. Mas o certo é que o acontecimento me trouxe muito orgulho e alegria, por isso resolvi usar este espaço para contá-lo a meus leitores.

Estava no refeitório, no horário de almoço. Lembro-me bem do local e até dos ruídos do ambiente. Aquele montão de seminaristas, as mesas fartas de alimentos e o tilintar das louças e talheres. Tenho saudade, muita saudade mesmo desse tempo tão marcante em minha vida!

Muito bem. Mas vamos ao fato. Um seminarista, que se sentava junto à minha mesa, já mais antigo no seminário, acho que estava no Ensino Médio, na época, tomando a palavra passou para mim e os companheiros da mesa um fato do qual não me esqueci. Dissera ele que o padre Teodoro, professor de Língua Francesa, havia encaminhado a minha prova, de Francês, é claro, a fim de que que fosse examinada por vários de seus companheiros para que, antes que ele desse a nota 10, algo que não era seu costume, buscasse algum possível erro. Depois de ser examinada minuciosamente, e não tendo sido encontrado nenhum, nenhum deslize, ele teria aceitado atribuir à prova o merecido conceito máximo.

Poucos dias depois, na sala de aula, recebendo-a do professor, vi com meus próprios olhos aquela prova de Língua Francesa, elaborada com todo carinho e capricho, como era meu costume, confirmando o que meus colegas haviam me antecipado. Nota 10. Embaixo do numeral estava uma mensagem em francês e a assinatura do professor:

Très bien! Pe. Teodoro

- Em 1969, quando ainda no primeiro ano da Faculdade de Letras da UFMG, já tendo iniciado minha vida no magistério, fui convidado e aceitei ser professor de Francês, no Colégio Desembargador Barcelos.

- A experiência adquirida no seminário com o padre Teodoro me ajudou muito.