EDGARD DO ACORDEON
JOSÉ EDIGAR DA SILVA - EDGARD DO ACORDEON
1947 -2020
Edgard do Acordeon nasceu em 1947, na cidade de Malhada dos Bois, em Sergipe. Ainda muito jovem mudou -se para Aracaju, onde viveu por quase 60 anos. Em 2014, recebeu o título de Cidadão Aracajuano.
Filho mais novo de Florentino Gomes da Silva e Eremita Santos, tem 3 irmãs: Eralda, Elúzia e Ivanilde
Casou com Maria Risoleta Costa Silva.
É pai de 7 filhos: Selma, Edna, Rejane, Ivan , Elaine, Deyse e Aparecida.
Avô de 5 netos: Daniel, Jorge Vítor, Maísa, Emile e Mayara. Bisavô de Mayane e Laura.
Edgard amava e se dedicava a sua família, de quem era um verdadeiro ídolo.
Edgard do Acordeon foi Compositor, Acordeonista, Apresentador e Intérprete. Começou sua carreira em 1964, tendo em 1967, se inscrito na Ordem dos Músicos do Brasil , com o n° 384. Atuou por mais de 10 anos como conselheiro da Ordem dos Músicos do Brasil, Secção Sergipe.
EDGARD DO ACORDEON aprendeu a tocar “de ouvido” ou seja, sem partituras. Sabia tocar todos os instrumentos como triângulo, zabumba, pandeiro, cavaquinho e violão. O acordeon Sempre foi sua paixão, e tocar e cantar preenchiam a vida desse grande artista Sergipano.
EDGARD DO ACORDEON era um gênio. Compunha músicas com magistral facilidade e geralmente suas músicas traziam propostas importantes. Cantava os rios, as florestas e o meio ambiente. Cantava a vida. Defendia a juventude, preocupava-se com as drogas e pregava o trabalho para salvar as pessoas da pobreza. Como compositor, produziu e gravou mais de 100 composições de sua autoria e lançou vários discos .
EDGARD cantava porque gostava e sempre se destacava na interpretação musical. Sua voz muito se assemelhava à voz de Luiz Gonzaga, que foi sua inspiração na escolha da carreira artística. Como grande admirador do “Rei do Baião”, sempre interpretava muitas das suas músicas, principalmente durante os festejos juninos.
Sempre muito querido por onde passava, em sua caminhada, conquistou pessoas e seguidores, ganhou muitos prêmios e fez muitos amigos. Na música sergipana, além de se apresentar com seu grupo musical, fazia parte da Orquestra Sanfônica de Sergipe, ao lado de tantos astros da sanfona do Estado.
Grande artista, ultrapassou as fronteiras do estado, cantou pelo Nordeste, animando festas nos sertões da Bahia Alagoas e Pernambuco. Acompanhado pelo seu grande amigo, Professor José Paulino da Silva, conquistou os arredores de Cachoeira do Taepe, em Pernambuco, e a região de Antônio Conselheiro, na Bahia, tendo recebido , em dezembro de 2008, uma homenagem pelos 10 anos de participação na Festa de Santa Luzia, em Cachoeira do Taépe, município Surubim-PE.
Além de tocar e cantar , Edgard do Acordeon teve importante participação no RÁDIO e TV .
Nos anos de 1970 e 1971, fazia o programa “A Voz do Nordeste” ,na PRJ6 Rádio Difusora de Sergipe AM.
Na década de 80 gravou várias vezes com a apresentadora Clemilda ,, no programa “Forró no Asfalto” , na TV Aperipê.
No período 1994 à 2003, participou do programa “Forrozão da Atalaia” , na Rádio Atalaia AM de Sergipe, ” ao vivo” , muitas vezes tocando e, outras tantas apresentando o programa, usando da experiência e aprendizado adquiridos com colegas apresentadores de programas como: Chicão, Valdicéio Martins , Dantas Mendes , Chico Melodia , dentre outros , aos quais tinha muita gratidão. Quando estava como apresentador, sempre abriu espaço para todos os forrozeiros que chegavam querendo divulgar o seu trabalho.
Em 2009, passou a fazer e a apresentar um programade forró “ao vivo” , na Rádio Aperipê AM 630
Alguns outros fatos foram marcantes na trajetória artística de Edgard do Acordeon:
Gravação de um LP com 10 faixas sendo todas as músicas de sua autoria. Na década de 90, quando completou 30 anos de carreira
Participação em três LP´s do “Forró do Brasil”.
Participação do “1° Festival de Sanfoneiros Pé de Serra” ( dm 2002) organizado pela Prefeitura Municipal de Aracaju. Neste festival foi classificado em 1° lugar com a letra “Um pouco de Aracaju”, de sua autoria, recebendo o trofeu, além de um prêmio em dinheiro.
Participação na Orquestra Sanfônica de Aracajudesde a data de sua criação, em 2007, tendo permanecido por toda sua vida.
Participação no Programa “Altas Horas”, na Rede Globo de São Paulo. Segundo Edgard do Acordeon, este foi um dos momentos mais felizes da sua vida como artista.
Gravação de seus três primeiros CDs:
Edgard do Acordeon em suas melhores musicas .
Doido por forró 40 anos falando com o povo
Gravação do seu 4° CD, “Festa na casa da Vovó”, que tem Prof. José Paulino da Silva como Produtor executivo e George Constâncio Dias como coordenador, aos quais Edgard tinha imensa gratidão, por contar sempre com o auxílio de ambos.
Gravação de dois CD’s, em (2009):
5º “Forró História do tempo”
6º “Brega Sanfonado” ( CD romântico) .
Edgard era um homem de muita fé e atribuiu ao Pai Celestial esta grande conquista de gravar na mesma ocasião dois CDs.
Gravação do 7º e último CD “Abra o Olho Rapaz” , em Dezembro de 2013 .
Apresentação do programa “A Voz do Nordeste” ,na rádio Aperipê AM. Programa que comandava antes de ter sido infectado pelo Corona virus.
Edgard do Acordeon se dedicava a arte musical que conciliava com suas funções como dedicado servidor público da Secretaria da Justiça, Trabalho e Defesa do Consumidor (SEJUC) , lotado desde 1985.
Em nota de pesar, assim se manifestou o secretário:
“O secretário Cristiano Barreto (SEJUC) ratificou a importância que o servidor público tinha para os quadros da administração estadual e reforçou que, além da função exercida no dia a dia, a morte de Edigar é um duro golpe na cultura popular sergipana.
Em uma vida consolidada pela dedicação à família e sociedade, deixa um legado de mais de 60 composições próprias e uma história que ainda continuará influenciando uma geração da cultura popular de Sergipe e todos os colegas e amigos que, neste momento, reverenciam sua memória”
Assim , Edgard do Acordeon é um dos INUMERÁVEIS.
Ele se foi, mas viva estará, eternamente, a lembrança e o exemplo deste grande homem que foi motivo de muito orgulho e alegria.
Edgard se foi ,
mas continua vivo nas mentes e nos corações de tantos que o amavam.
Antonia Roza e José Teles
Nota: trabalho feito para servir de subsídio ao Memorial INUMERÁVEIS (vítimas da COVID 19)