JOSÉ ALMADA FILHO (Dedê)
Aos vinte e cinco de janeiro de mil novecentos e vinte e cinco, nascia na Casa Nova, o homem chamado José Almada Filho, mas conhecido como Dedê. Filho de José Almada, mas conhecido como Zeca e Francisca Vieira, uma morena dos cabelos lisos como de uma índia. Ambos lavradores e lutadores pela sobrevivência. José Almada Filho, o 3º filho na ordem de filiação. Teve os seguintes irmãos: Nozinho (Joaquim) (in memoriam), Didi (Benedito) e três irmãs: Nazinha, Perpétua e Santinha (todas in memoriam).
Em 23 de setembro de 1944, casou-se com Raimunda de Jesus Pinheiro Almada com a qual teve 19 filhos, sendo que 5 morreram ainda bebês e 14 conseguiram sobreviver, pois a vida naquela época não era nada fácil. Seus filhos são: Lucas, Manoel, conhecido como Gentinha, Paulo Henrique, José Henrique, Eudino, José de Arimateia, Antonio Carlos, Júlio César e as filhas: Maria de Jesus, Raimunda Maria, Marlene, Maria do Rosário, Sonia Maria e Irma.
Naquele tempo vivia-se da lavoura, de farinhadas e da criação de animais como: porcos, galinhas caipira, gado, bode. Utilizavam outros animais para o trabalho como: cavalos, burros e jumentos.
José Almada Filho sempre foi trabalhador desde muito cedo junto com o seu pai. Cresceu vendo o seu pai trabalhar e com ele aprendeu o ofício do cultivo da lavoura
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Casou-se e criou seus filhos e ajudou a criar muitos netos e netas, inclusive eu, juntamente com minha irmã Dinalva.
No dia 28 de dezembro de 2019, aos 94 anos partiu para a Casa do Pai deixando filhos, netos, bisnetos, tataraneto(a) espalhados pelo Brasil a fora. Como cresceu a sua descendência!
Esta é a minha maneira de homenageá-lo. Sou muito grata ao meu avô juntamente com minha querida avó Jesus, pela bondade, força e coragem de enfrentar tantas dificuldades para colocar seus filhos e netos advindos da zona rural para na cidade estudarem.
Só tenho a agradecer pela bênção de fazer parte da descendência de José Almada Filho, um grande homem.
Recordações
Falar de papai, é falar de luta, de garra, de atitude ,um grande guerreiro. Ainda criança lutou, começou a trabalhar na roça com meu avô Zeca e só soltava o trabalho quando Zeca também saía à noitinha. Trabalhou, trabalhou. Aos quatorze anos colocou sua primeira roça, pra ele foi um troféu, a partir daí, cada ano colocava uma roça maior e foi crescendo na luta constante.
Casou-se com mamãe ainda muito jovenzinha com seus doze anos e ele com dezenove.
Não parou, continuou sua luta, de manhã cedo pegava seu facão, botava na cintura, sua enxada no ombro e seguia rumo aquela mata com sua sandalinha simples e a fé em Deus, foi fervoroso na fé.
Calejava suas mãos para não faltar o arroz, o feijão e a carne para os seus filhos.
Quando chegava à noitinha tomava o seu banho, jantava e ainda cansado começava a contar suas histórias, estórias que ele mesmo inventava, às vezes, mas que tinham muito fundamento, engraçadas as suas histórias.
Lembro que a gente ouvia as historinhas dele depois todo mundo se recolhia para dormir.
Papai, meu grande guerreiro, meu amor! Sempre tive orgulho do meu papai. Nossa! Se fosse falar de meu papai daria um grande dicionário, talvez mais que um dicionário, um livro.
Gostava muito de festas. Nossa! Selava o seu cavalo botava uma beca invocada e saía a galopar atrás de uma festa, de uma diversão, com sua razão, a vida não é só de trabalho.
Hoje está brilhando se transformou numa grande estrela. Tenho certeza de que Deus está com ele em seus braços, servindo de luz, meu ser, meu iluminado, meu doce amor.
Papai pra mim, foi e será sempre meu grande guerreiro.
Ray (filha)
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