Pra relembrar
Da janela pude vê-lo, olhando para os dois lados da rua, antes de atravessar.
Rua semi deserta, cidade de interior, litorânea, linda e calma. -Veja, lá está ele! Todo almofadinha, pensei!! Típico virginiano, certinho da cabeça aos pés, visualmente falando. Sentou-se na mesa, e passou a reparar em mim, e eu nele!
Trocamos impressões, e eu imaginando como estava suscetível, duas coisas me chamaram atenção de imediato, olhando agora de perto, o voz grave, e as mãos!!
Depois...ahh, droga estava ficando embaraçada, e ruborizada, igual uma adolescente, e agradecendo a Deus por ser morena, e assim não aparentar tanto meu rubor! Suas mãos grandes acariciavam as minhas devagar, pequenas elas sumiam entre as dele. Disse que gostava da minha pele morena, enquanto dirigia um olhar pra cima, em meio círculo e voltava a me fitar, com os olhos azuis como o mar, ali perto de nós! Seu gestos e postura eram totalmente novos para mim, o que intensificou minha secreta, e discreta, pesquisa momentânea, tinha algum estrangeirismo nórdico ali, percebi. Porém minha reação física me impedia de pensar com clareza. E isso me deixava ainda mais embaraçada. Tentei disfarçar, desesperadamente. Acho que ele percebeu, um meio sorriso brincava em seu olhar.
O dia estava lindo! O ar fresco, passei a me concentrar na paisagem vista da janela, queria retomar minha clareza mental. Aos poucos fui relaxando, e a conversa fluiu com naturalidade. Nesse momento senti uma alegria genuína, dessas de criança, simples e pura, mas nada era racional, eu apenas sentia, sem entender.
Tudo tranquilo...
Até que nos despedimos, e nos beijamos...
Fiquei zonza, e lembro de dizer: Me segura... minhas pernas estão bambas!!
E ele me segurou, o olhar brincando comigo!
Queria que a terra abrisse, pra sumir dentro dela! Evidentemente que várias coisas aconteceram nesse encontro, mas não consigo relatar com clareza.
Nunca senti algo tão intenso e genuíno, até então, assim como não o senti mais até o presente momento, em que escrevo.