Sem saber exatamente o que escrever
Faz algum tempo que procuro escrever algo diferente, o qual não fosse necessariamente em verso ou mesmo as prosas normalmente escritas por mim, mas sem a perca da estética que tento desenvolver e manter em minha escrita. No entanto, nada de novo possuo em mente até o presente momento.
Confesso, venho labutando muito quanto a isso já faz algum tempo. No decorrer desse pensar e repensar não teve como não chegar em um ponto no qual eu começasse a rememorar os fatores que me levaram a iniciar meu itinerário em meio à criação de textos sem nenhum fim acadêmico ou mesmo comercial, apenas pelo simples prazer em refletir e registrar o resultado disso por escrito.
Lembro-me que durante o Ensino Fundamental e o Médio, além das demandas escolares, vestibulares e avaliações em geral, escrevi alguns textos para concursos literários entre narrativas, artigos de opinião e os meus primeiros poemas – dois deles premiados, inclusive –, todavia, todos eles apresentavam-se para mim, de certo modo, como sendo uma espécie de trabalho, visando algum tipo de retorno. Até esse momento jamais me havia passado pela mente que a escrita poderia ser para mim um instrumento de expressão mais voltada para o âmbito artístico, um descanso em meio ao caos da realidade sem nenhuma preocupação com a aceitação de terceiros.
Olhando para o passado vejo como na vida muitas coisas, além daquilo que pensamos controlar, acontecem fazendo-nos mudar nosso modo de pensar, ser e agir. Foi já na universidade, entre os anos de 2016 e 2017 para ser mais preciso, que conheci um cara o qual logo mais viria a se tornar um grande amigo – um irmão, na verdade. Ele possui um blog onde publica diversos poemas sem nenhuma pretensão de atender alguma demanda externa, tendo como meta apenas o sonho de um dia publicar um livro.
Várias vezes, antes de eu me aventurar pela escrita, e mesmo agora que assim o faço, estive conversando com ele sobre isso e, confesso, me vi sem saída acabei meio que copiando a ideia dele e criei também um blog onde eu também publico textos meus, não só poemas, mas alguns outros tipos como menor frequência. Só que com uma diferença, não me faço questão de publicar nenhum um livro, na verdade não me importo nem mesmo com o fato de que pouquíssimas pessoas acessem o blog.
Com o passar do tempo, estou aprendendo a ver o mundo com outros olhos com um olhar mais maduro, e não foi ele que mudou, sou eu quem estou mudando, em constante metamorfose. Em partes devo ao poder da escrita, mas também não nego a importância que esse mencionado amigo meu possui nisso tudo...
No final das contas, mesmo eu ainda sendo muito jovem, já consigo perceber algo interessante, e ao mesmo tempo cômico: os melhores textos que escrevi não foram nas situações mais tranquilas da minha vida ou mesmo quando eu, de fato, queria produzir algo bom. Na verdade, o melhor de mim surgiu justamente nos momentos de dificuldades e quando eu acreditava que nada de bom era possível acontecer.