SER PROFESSORA TODOS OS DIAS
Ser professor/a é lutar a favor da própria dignidade, é buscar com seu modo de agir , que não apenas conhece, segue as regras morais e éticas da convivência com as pessoas, da empatia, colocando-se sempre no lugar do próximo ( principalmente a classe discente) ;
Ser professor/a é lutar pela Honestidade para com a profissão:
Cumprindo a sua carga horária, seja ela de vinte, quarenta ou sessenta horas semanais, justo ou não, estudantes não podem pagar pelo excesso de trabalho, pois o mais justo, é lutar por melhores salários e condições dignas de trabalho, que possibilitem dedicação ao trabalho pedagógico;
Ser professor/a é elaborar um plano coerente com a prática...
Ser professor/a, é vestir-se apropriadamente;
Ser professor/a é cumprir o propósito da docência: ensinar e aprender;
Ser professor(a) é lutar a favor da liberdade, da própria autonomia na prática pedagógica, questionando-se:
A favor de quem ensino?
A qual classe social pertenço neste universo de jogo de poderes?
Qual o papel da mídia frente aos interesses pedagógicos para a classe popular?
Toda liberdade inicia pelo uso da linguagem, numa relação dialógica não existe autoritarismo, pois as ideias se cruzam e busca-se percorrer caminhos no qual todos em algum aspecto sejam contemplados, desde que o benefício seja proporcional à maioria. A liberdade perpetua quando não existe a indisciplina, quando a empatia rege as relações.
Ser professora é lutar contra a ditadura de direita ou de esquerda, pois, numa sociedade onde a soberania é privilégio de poucos, não temos como afirmar que vive-se numa democracia. A força deve vir do povo, para o povo, no entanto, a eleição para escolha de quem pode representar a força, o poder do povo, vem sendo ao longo de todo processo negligenciada, silenciada. Muito temos que nos questionar: Onde estão as nossas decisões enquanto nação?
Quem de fato representa os nossos interesses no segmento político do país?
Os nossos presidentes representaram ao longo da história a luta e a efetivação dos anseios da sociedade brasileira?
Quais são os princípios da democracia se não os direitos individuais e das minorias?
E quais são as minorias neste país?
Portanto, percebe-se que a principal função social da democracia não vem sendo efetivado, pois os direitos fundamentais são negados, a saber:
as escolhas individuais,
a proteção,
o trabalho,
o lazer,
Estes, praticamente não existem.
Vivemos uma falsa Democracia Representativa ou indireta, elegemos representantes que tomam decisões em nosso nome, mas não respeitam nossas decisões. Não podemos mais nos manifestar, nossa liberdade de expressão é disfarçadamente censurada, pois as notícias sempre aterrorizam a população e jogam cidadão contra cidadão, na luta por seus direitos.
Desta mesma forma se não tivermos cuidado, assim também, agiremos na sala de aula, cada professor/professora tem a sublime missão de representar a classe a qual pertence, e enquanto não consegue esta classe compreender o próprio papel,deve lutar pelos(as) e para seus e suas estudantes. A educação popular, a educação para a minoria, deve atender aos anseios dos filhos e filhas de trabalhadores(as).
Ser professora é lutar a favor da sociedade, para que todo e toda filho (a) de trabalhador(a) possa alcançar os seus lugares de direitos nesta sociedade de hipócritas.Onde quem é pobre, tem as características afro, indígena, etc. sofrem com a perversidade dos julgamentos, das invasões de privacidade.
É necessário que cada professor/a registre as falas, as ações que contrariam a democracia e leve para os movimentos educacionais.
Ser professor/a é buscar entender a relação existente entre democracia e capitalismo. Como defender que ambas convivem harmonicamente? No capitalismo exploram o capital humano, como se este fosse mercadoria. As empresas e grandes investidores aumentam o seu capital com o suor de muita gente. Não importa se a força do trabalho diminui por motivo de doença, ou de outra razão,logo substitui a mão de obra, descartáveis humanos. É por indignação com estas mazelas que ser professor/a, pode empoderar aqueles e aquelas que precisam mudar esta história.
Ser professor/a é ter esperança sim, pois a utopia que move é a certeza do empoderamento humano pela aprendizagem. E esta aprendizagem é possível, ela pode e vai mudar toda situação, quando todo e toda professor(a) compreender que seu legado é investir em conhecimentos coletivos para classe popular, para minoria que estuda na escola pública.
Ser professor/a, é acolher aquele ou aquela que precisa de atenção, e de conselho por ter cometido algum equívoco, que atirem a primeira pedra se nunca erraram na vida, se não erram na vida.
Ser professor/a é sem arrogância e prepotência, apenas acolher, e escutar, e encaminhar se precisar ,para alguém que possa cuidar melhor.
Ser professor/a é luta por condições de trabalho, por materiais pedagógicos adequados, por relações humanas coerentes com o discurso. Que mesmo cansado/a de tanto esperar os pedidos, continua na educação, até que finde a vida, e sementes possam germinar desta luta.