Rabiscos

Viu a vida parada

Não soube dizer

Suas pernas travaram

Perdeu o metrô;

Viu os seus mortos

De sempre

Jogados pela estação.

Morreu novamente

Do outro lado

Viu o quanto

a vida tinha ido

E nada fizera

naquela pobre tarde.

Tinha na caixinha

As mazelas

de um amor solitário

Ao qual resistia

E lutava em não amar

Um amor egoísta

De apenas um

Sim que se doou

Todo tempo.

As outras coisas

Eram alguns escritos

Umas solidões

Uns rabiscos no tempo

Que não diziam nada.

Edmilson Cunha
Enviado por Edmilson Cunha em 27/09/2019
Reeditado em 28/06/2020
Código do texto: T6755677
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