Minha trajetória de Vida

Começo minhas lembranças dizendo que não foi fácil viver em mil novecentos e quarenta e oito.

Desde muito pequena já tinha minhas obrigações, de fazer almoço, cuidar da casa e trabalhar na roça ajudando meus pais. Mesmo tendo uma vida cheia de obrigações, eu era uma criança comum, que brincava assim como as outras, tinha muitas bonecas, uma mais linda que a outra, não era bonecas sofisticadas como as de hoje, mas eram lindas e eu adorava brincar com elas, quando já tinha terminado minhas obrigações.

Com menos de onze anos comecei a trabalhar na loja do meu pai, e foi lá que conheci meu grande e único amor, com quem sou casada até hoje.

Todas as manhãs de sábado, saia de casa ainda no escuro, para chegar ao centro da cidade para ir a igreja participar do ensino confirmatório, que era muito importante, pois lá aprendia varias coisas sobre Deus. No caminho de casa até a igreja, encontrava outras crianças que também iam para o mesmo lugar e brincávamos enquanto apreciávamos as flores que eram de todas as cores flores perfumadas coloridas, matas ate fechadas mas que para nos era local de corrida por entre as árvores.

Ao completar quinze anos, fiz minha primeira viagem a Vitoria, onde visitei a loja de chocolates Garoto. Lembro-me de como o chocolate naquela época era delicioso, afinal, o chocolate só chegava a nossas casas na páscoa e no natal.

No começo de meu namoro, meus pais não aceitavam o fato de eu estar com ele, diziam que o rapaz não se casaria comigo como eu esperava, no final de tudo eles estavam errados.

Passaram-se cinco anos, ele com dezoito anos e eu com quinze, decidimos nos casar. Ele estava lindo com terno e gravata, e o cabelo espetacular! Não casamos na igreja, nosso casamento foi em casa mesmo, mas estava tudo lindo, como eu havia sonhado. Continuamos morando na mesma comunidade, no mesmo município que moramos ate hoje. Nossas lembranças de vida esta sempre as lembranças de nossa cidade. O tempo passou e fomos vencendo as dificuldades. Seis anos depois, tivemos nosso primeiro filho, se chama Gilberto. Como nossas condições financeiras não eram uma das melhores juntei duas cadeiras perto de uma parede de meu quarto, coloquei um travesseiro sobre elas, era um berço improvisado para meu filho dormir. E assim continuamos a construir nossa família, educando nossos filhos diante de Deus com muitas dificuldades, mas vencemos.

Hoje tenho 68 anos moro com meu marido Lorival Arthur Boldt e tenho três filhos Gilberto, Aderval e Rosani. Nossas condições são relativamente boas e não passo nenhuma dificuldade.

Agradeço a Deus por todas as coisas que tenho hoje, pela minha casa e por ter meus filhos e netos comigo.

Acho incrível ver crianças de hoje se comunicando com pessoas do outro lado do mundo. Nos tempos atuais tudo é diferente, há muita tecnologia, e milhões de carros passando a cada segundo em estradas, o que nunca iríamos imaginar que algum dia iria existir.

Com muita felicidade, hoje posso dizer que todas as dificuldades que passei ficaram para trás e que graças a Deus tudo esta melhor.

Fatos baseados em memórias de Terezinha Kuster Boldt -2016 Aluna: Ellen Vieira Boldt

Carmem Lucia Corrêa De Castro Cirqueira e Ellen Vieira Boldt
Enviado por Carmem Lucia Corrêa De Castro Cirqueira em 21/08/2019
Código do texto: T6726011
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