Como comecei a escrever? - Parte 2

Depois que escrevi o meu primeiro poema, algo mim deve ter despertado. Em tardes no setor de Tecnologia da SEDUC de Alagoinhas ou no Espaço Somar, onde ficava a Xerox que eu tomava conta, eu escrevi muitos poemas. Quanto mais angustiado, revoltado ou cansado eu ficava, mais eu produzia. Claro que escrevi em momentos de calmaria e sossego, nem tudo na alma do poeta é tempestade, tem bonança também.

Eu escrevia em folhas de papel ofício, em letras de forma, todos os meus poemas têm título, e geralmente eu os destaco entre dois #, tipo #Orange Ranger#. De repente, havia mais de quarenta poemas, então pensei em publicá-los, de modo artesanal mesmo, como um cordel. O intuito nunca foi comercial, só queria dividir os textos com meus amigos. Quando apresentei a ideia a meu irmão, ele me trouxe algo melhor: uma publicação profissional.

Ele me deu o contato de seu Wasigton de Oliveira, um empresário da região que é criador e gerente da Talento – Comunicação visual & produção de eventos. Como poeta e mecenas, ele aceitou publicar meu livro depois de pedir para ver alguns poemas. Enviei vinte, e para aumentar minhas chances de publicar, disse que havia cem, sim, eu menti. Eu devia ter uns 40 ou 45 poemas, e nem sequer estavam digitados!

Quando ele me disse que publicaria eu fiquei com o coração minúsculo, alegre, porém, temeroso por ter mentido. Eu criei dois problemas: primeiro, não tinha como digitar, pois não tinha computador; segundo, nem tinha escrito nem a metade do que havia prometido entregar. O jeito foi postergar o máximo possível a entrega do manuscrito. Mas nesse período, eu escrevia num ritmo alucinante, ao menos dois poemas eu fazia por semana, isso diminuiu um problema. O que me preocupava mesmo era a digitação.

Por nunca ter tido um computador ou feito um curso de digitação, eu digitava na velocidade de uma tartaruga, catando cada letra e sem pontuar, nem sabia como fazia esse troço. Durante uma vez por semana, eu fazia uma via crucies a Alagoinhas. Eu saía da Zona Rural e ia ao centro, pois na comunidade onde moro não tem lan house. O preço da hora equivalia a passagem de ida e volta. Conseguia digitar poucos textos. A tarde eu ia para o estágio. Não lembro se nessa época estávamos em greve nas escolas estaduais ou se estava de férias mesmo. Certo dia, de modo muito despretensioso, fui a Biblioteca Municipal Maria Feijó, em frente à Praça Rui Barbosa.

Lá, eu acabei descobrindo algo incrível: o setor de laboratório você usava os computadores gratuitamente para pesquisa ou digitação! Assim, não precisei gastar mais dinheiro e finalmente eu pude terminar o manuscrito, com o mínimo de correção e formatação que aprendi aos trancos e barrancos. Ao enviar todo o manuscrito, seu Wasigton, dias depois, convidou-me a acertar os últimos pontos e me mostrar o contrato.

O nome do livro já estava mais ou menos na minha cabeça. Iria ser Nephilim. Seu Wasigton achou o nome muito erudito para o tipo de público que atingiríamos e ficamos alguns minutos vendo nomes e tentando em consenso. Quando lhe disse qual o objetivo daquele livro, ele chegou a um nome legal: A Revolta do Anjo. Eu achei incrível, resumia bem o que eu queria transmitir.

A capa e a contracapa ficaram a cargo de meu irmão mais velho. Com um desenhista na família eu não iria desperdiçar uma proposta dessa não é mesmo? E com um rascunho meu feito de palitinho, meu irmão mais velho, Sandro Alves chegou a uma capa fenomenal, em preto e branco e uma contracapa com uma pena de anjo, e dentro da pena se podia ler uma frase que cunhei: “Não deixe que sua revolta se perca na aparência duvidosa da utopia.”, legal né?

De modo muito sensível, mas realista, ele me disse tudo que eu precisava saber sobre o mundo da literatura. Com sua vasta experiência em publicação e editoração, o meu editor foi bastante incisivo na questão de que eu estava publicando por amor e, que ele, por incentivo à arte. Qualquer retorno que tivéssemos com a publicação seria para cobrir os custos da publicação. E que me daria um valor maior de royalties, pois reconheceu o meu esforço.

Seu Wasigton disse que uma pequena editora não tem convênio com livrarias e não tem como investir num lançamento. E que ele mesmo já não publicava há algum tempo e que só fazia aquilo porque publicar livros para ele era como “uma cachaça”. A tiragem inicial seria de 200 exemplares, com tudo arcado pela editora. Fiquei surpreso com a realidade do mercado literário e do modo como se investe tanto e se ganha tão pouco com a literatura. Mas eu estava tão empolgado que tudo isso desapareceu numa nuvem de transcendência literária.

Serei sincero, sem recursos para um lançamento, sem distribuição pelas livrarias, sem apoio dos órgãos públicos e privados, não consegui vender metade dos livros... e quando vendia um livro, ia pagar prontamente o seu Wasigton, mesmo que fosse apenas um. Ele me pagava o royalty na mesma hora, o que criou uma boa relação de confiança entre nós, eu agradeço muito a Deus e seu Wasigton por isso.

Muitos dos compradores do livro foram o pessoal da SEDUC, os professores do CETEP/LNAB, os professores de Araçás, e a prefeita de Araçás, a Exª. Senhora Maria das Graças que comprou dez exemplares e sorteou no Plano Municipal de Educação de Araçás, e muitos outros dos quais não lembro o nome. Agradeço a todos pela sensibilidade, por me ajudarem a realizar o meu sonho, respeitar o contrato e atender minhas responsabilidades para com quem me deu a mão.

Chegou um momento que fiquei cansado de correr tanto e não vender mais nenhum livro. Por mais que me esforçasse, eu estava sozinho, só tinha ajuda de Deus. Estava decepcionado com algumas coisas que aconteceram na minha trajetória na literatura, algo que contarei nas próximas partes dessa “autobiografia”. Embora fosse a todos os eventos que pudesse, eu era apenas um ilustre desconhecido!

Sem dinheiro, sem divulgação e sem nem mesmo um celular para mostrar o meu trabalho e pôr o meu nome na praça. Já estava adulto e as pressões faziam os ombros doer e os joelhos dobrar. Resolvi que escrever seria apenas hobby, um modo de passar o tempo. Se no futuro eu pudesse escrever profissionalmente, quando estivesse empregado e pudesse investir com meu próprio dinheiro, então daria seguimento a publicação de livros.

Então deixei a escrita um pouco de lado e passei a me dedicar ao estudo para passar no Enem e tentar História. No Ensino Médio finalmente me decidi por fazer Ciências Humanas, queria ser historiador. Tentei o Enem durante três vezes, e só tirei uma nota suficiente na terceira tentativa onde pude entrar no Curso de Licenciatura de História da UNEB/Campus II – Alagoinhas.

Escrevi muitos poemas nesse meio tempo e até mesmo crônicas, mas a ideia de publicar livros ficou estagnada por um tempo até eu encontrar meios para isso. Meios que embora se dissessem gratuitos, eles também tinham os seus custos embutidos. Pois de nada lhe serve publicar um livro que você não divulga e tem que competir espaço na internet com milhares de títulos. Continue acompanhando e você vai ler coisas ainda mais significantes sobre o assunto.

Contato da Talento:

brtalento@gmail.com

Endereço: Rua João de Castro, nº 57 – Centro; Alagoinhas/BA

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Vocês podem ler gratuitamente diversos dos meus textos nesses links:

Recanto das letras - http://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=178594

Cronópios - www.cronopios.com.br/rede/caliel_alves

Wattpad - https://www.wattpad.com/user/CalielAlves17

Tapas.io – https://tapas.io/calielalves

Medium - https://medium.com/@calielalves

Autores.com.br - https://www.autores.com.br/component/comprofiler/userprofile/16707-calielalves.html?Itemid=235

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Cidade Néon – impresso ou e-book

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A Espada de Ogum – impresso ou e-book

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Dracocefalia – impresso ou e-book

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Caliel Alves
Enviado por Caliel Alves em 24/04/2019
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