1082-EPILOGO DE UMA VIDA ILUMINADA-Biografia
Elvira Colombarolli – Biografia – Cap. 22
Elvira e Alpineu residiram na cidade de São Sebastião do Paraíso entre 1966 e 1993.
Darcy também passou a residir em Belo Horizonte, e de certa forma, apesar do bom relacionamento com vizinhos, a proximidade de parentes, o casal ficou um pouco desamparado.
Pelos idos de 1982 Ela foi acometida de um grave problema de saúde e os filhos a trouxeram à capital de Minas, a fim de tivessem recursos médicos e hospitalares de melhor qualidade, como também para estarem com ela durante todo o tempo de recuperação.
Submetida a uma cirurgia de alto risco, que foi de êxito total, tudo ia transcorrendo dentro da normalidade de uma recuperação tranquila, quando surgiu um quadro clinico assustador. Teve três paradas cardíacas e só sobreviveu graças à presteza dos socorros oferecidos por médicos eficientes.
A morte rondou com persistência seus dias de vida e os médicos alertaram a família da gravidade do estado de saúde de Elvira, em consequência de uma embolia pulmonar.
Mas sempre otimista e resiliente às dificuldades, Elvira recuperou-se e voltou à sua casa em Paraíso. A morte do filho Natal, em 1985, com 44 anos, a abalou severamente. Perdeu a Alegria de viver, entristeceu-se e passou a ter lapsos de memória.
Os filhos resolveram que seria melhor tanto para Elvira como para Alpineu, que se mudassem para Belo Horizonte.
Orlando possuía, entre muitos imóveis na capital, um grande terreno no bairro Santa Amélia. Arborizado com frutíferas, era um lugar fresco e longe de toda a atribulação da cidade grande. Simulava um pouco a chacrinha, de doces lembranças.
Havia uma casa de bom tamanho, bastante para a morada de Elvira e Alpineu mais as filhas Dirce e Maria José.
A mudança se deu em meados de 1993.
Não houve dificuldade na adaptação à nova residência, que parecia em certos aspectos com a chacrinha de Paraíso, como já registrado acima. Dirce e Maria José zelavam pelo casal, pois passaram a residir com os pais.
Alpineu se mostrava feliz e não hesitava em capinar partes do terreno e cultivar seus canteiros de hortaliças.
Todavia, os lapsos de memória, os esquecimentos de Elvira eram contínuos, progressivo e cruel. Ela permanecia mais quieta, já quase não se levantava, e a memória se apagando, apagando...
Em 13 de maio de 1998, muito debilitada, sem apetite e sem memória, ainda com assistência médica, em um lapso de tempo em que Dirce fora preparar na cozinha algo para alimentar a mãe, Elvira, deitada na imensa cama de casal, faleceu tranquilamente.
O médico estava ao seu lado naquele momento e atestou seu óbito, como “falência múltipla de órgãos”.
Assim, passou para a eternidade aquela que em vida fora filha carinhosa, esposa fiel e devotada e mãe estremecida cuja memória é lembrada com honra, respeito e amor por todos os que a conheceram.
<><><><>
“Os meus maiores agradecimentos pela posição em que me colocou neste mundo. Sua insistência para que eu estudasse, foi o maior de seus atos positivos para minha vida. Seus bons exemplos de compreensão, tolerância e amor foram marcantes para mim”.
Darcy Moschioni
FIM
ANTONIO ROQUE GOBBO e DARCY MOSCHIONI
Belo Horizonte, 3 de julho de 2018.
Conto # 1082 da Série INFINITAS HISTÓRIAS