Rebolation...?

Nunca dei papo pro Rebolo, e como muita gente de minha geração, ou póstera, mal sabia que seu nome era Edson Antônio. Cheguei a aproximar-me do Paulo, seu irmão, que além de galã, e ex-Prefeito, sempre jogou um bolão. O Edson, ao que parece, era mais de banco.

E bem que eu poderia - se me tivesse firmado no time do João Albino - ter ascendido ao banco do Rebolo, mas o destino quis-me apartado daqui, e dos campos futebolísticos. Dos três gols que fiz no Estádio do CAP, o Iraci Severino, mais pra cima do campo do Pitangui, o Homero Silva, no mesmo Lavrado que por uma cadeia e um coqueiro só já foi povoado, num mais do que perfeito passado, o Zé Luiz Peixoto emprestou-me sua valiosa colaboração ao desviar, de lombo, uma bola despretensiosa que chutei na grande área.

Já no campo do PEC, fui menos prolixo na artilharia. Também, éramos todos pálida sombra do grande Missia. E o Rebolo, se no gol não era solicitado, sob esse grande guarda-chuva também se escondia...

A lembrança mais próxima que dele tenho é ainda daquelas fotos em preto e branco, cores oficiais do PEC, é bom que se frise, é quando se postava com a equipe, em pose clássica dos da defesa de pé e os de linha agachados. Muito ídolo ali, dos mais esforçados aos mais habilidosos: Pereba, Chico, Didico, Zé Lemos, pai do Clark, Márcio Nunes, o Dirceu Xavier, o Paulo irmão do Rebolo, e naturalmente o Rebolo, mais discreto, quase que emoldurando o quadro.

Ontem chegou a notícia da partida inexorável desse filho de Pitangui, de tantas amizades conquistadas ao longo de mais de oito décadas bem vividas. Um dos brothers era o Gambá, que nos deixou há um par de anos, e o outro o Rebolo. Sem saber a razão desses afetuosos apelidos, o que interessa é que foram o continuam sendo queridos, nunca esquecidos.

E a roda da vida continua girando. Mas a memória da bola é que parece ir murchando...E a chuva que nos brinda da manhã de hoje, caro Rebolo, que nos sirva de consolo. Adiós muchacho. Vamos seguindo e mirando o alto cá de baixo...