1061-AMERICA:ESPERANÇAS EM UM NOVO MUNDO
Elvira Colombarolli – Biografia – cap. 1
Estirpe de heróis! Raça de gente trabalhadora e resistente. Deixaram a terra natal, a Itália, para “fazer a América”. Adotaram a terra, desconhecida, distante, em tudo diferente da inesquecível pátria. Sem ter a mínima noção do que é viver nos trópicos, sem conhecer a língua falada no país a que se destinavam, sem saber nada do novo tipo de vida rural ou urbano aos quais teriam de se adaptar, eles chegaram aos milhares: europeus das nações mediterrâneas, principalmente italianos que fizeram a viagem sem retorno.
Os que chegavam aos portos brasileiros já vinham com destino traçado: iriam substituir os escravos nos trabalhos das extensas lavouras de café do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais.
Desembarcavam com seus poucos pertences pessoais que lhes restavam, após severa espoliação de alguns marinheiros mais graduados do navio. Assim, cada imigrante ao embarcar para o mundo novo, trazia consigo algo de maior valor agregado para posterior venda e garantia de inicio de vida.
Chegando ao Porto de Santos, as autoridades da imigração os abrigavam na “Hospedaria dos Imigrantes”, onde lhe eram fornecidos passaportes familiares. Cada família recebia um passaporte, emitido em nome do chefe da família, e muitos jovens solteiros, sem família, eram agregados e inclusos no passaporte familiar, sem qualquer vínculo de parentesco.
Os grandes fazendeiros enviavam ao porto seus prepostos, a fim de escolherem as famílias que iriam trabalhar nas fazendas de café. Providenciavam a condução para as fazendas e selavam desta forma os destinos dos imigrantes.
ANTONIO ROQUE GOBBO
DARCY MOSCHIONI
Belo Horizonte, 1º. De Maio de 2018
Conto # 1061 da Série INFINITAS MILISTÓRIAS