COLECIONADOR DE MÁSCARAS
Vi por essas noites amores,
bastardos;
Vi as máscaras se desbotarem,
feito mortos;
vi de repente,
o teatro vazio,
as cortinas fechadas;
escuro cenário.
E em meio
as mais perfeitas estrofes,
atrás de tantas máscaras,
esse pobre personagem,
visivelmente, sofre;
e clama em "soletude" ainda.
Passageiro amor
dança do ventre, espumante...
troca de rosto
mas não tira a máscara;
troca de máscara,
mas não tem mais rosto.
O vampiro segue,
certo de ter em seus cenários,
a noite prata dos solitários;
do amor a paixão;
entre linhas, cheiros e óleos;
mascarado,
conhecedor das faces
mais sórdidas e raras;
De preto sempre pelas cidades,
como um colecionador de máscaras.
(Edmilson Emilio Cunha)
Em "O colecionador de máscaras"