Azul Celeste
Pintou do azul dos lábios,
As paredes da sala
Fake.
Tinto seco, maresia.
A pele arrepiada;
perfumada, escorregadia.
Mas adiante
A noite, ou a vida,
se encarregou de tudo.
De sempre e de fato.
Idéias de uma mente imortal.
Feito um vampiro
Marcado pelo tempo
E condenado a incerteza.
Ela era bela
Mas nada tinha demais.
Além da atração
E da confusão de coisas
Que trazia em si.
Por todos os lugares
Incertezas próprias
De um espírito mal viajado.
De Súbito desejei,
E com todas as forças
Nao me imaginei só.
Foi o verão pela sua pele
E pelas camas dos motéis
Voltamos com duas taças.
Mais adiante,
O inverno foi em Ipanema,
Seu vinho preferido,
encorpado e seco,
De novo, tinto.
Strik de hortelã.
As suas marcas
Ficaram em mim.
Seu amor,
Desse nao sei dizer.
De mim eu arranquei
Todas essas noites
E momentos tristes de amor.
No final,
esse amor que tenho agora,
Que matar;
Que tenho de escrever
Apenas para ele nao morrer,
Foi o que restou.
(Edmilson Emilio Cunha)