Azul Celeste

Pintou do azul dos lábios,

As paredes da sala

Fake.

Tinto seco, maresia.

A pele arrepiada;

perfumada, escorregadia.

Mas adiante

A noite, ou a vida,

se encarregou de tudo.

De sempre e de fato.

Idéias de uma mente imortal.

Feito um vampiro

Marcado pelo tempo

E condenado a incerteza.

Ela era bela

Mas nada tinha demais.

Além da atração

E da confusão de coisas

Que trazia em si.

Por todos os lugares

Incertezas próprias

De um espírito mal viajado.

De Súbito desejei,

E com todas as forças

Nao me imaginei só.

Foi o verão pela sua pele

E pelas camas dos motéis

Voltamos com duas taças.

Mais adiante,

O inverno foi em Ipanema,

Seu vinho preferido,

encorpado e seco,

De novo, tinto.

Strik de hortelã.

As suas marcas

Ficaram em mim.

Seu amor,

Desse nao sei dizer.

De mim eu arranquei

Todas essas noites

E momentos tristes de amor.

No final,

esse amor que tenho agora,

Que matar;

Que tenho de escrever

Apenas para ele nao morrer,

Foi o que restou.

(Edmilson Emilio Cunha)

Edmilson Cunha
Enviado por Edmilson Cunha em 02/09/2018
Reeditado em 04/04/2023
Código do texto: T6437516
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