BLUE (DESBOTADA)
Àquela altura,
a porta se fechara;
aquele azul desbotado
perdera a graça,
feito um perfume
que destoa a essência,
antes da noite acabar.
suas notas falsas
embalavam
a canção do radio,
suas juras mal cumpridas.
Andava,
por seus lugares vazios;
momentos pequenos,
jogados,
pelo chão da sala
e pelos piores lugares
que já estive;
lugares vazios mesmo,
que não traduziam
nada mais.
Num tiro de desespero,
quebrou o silêncio
da sua própria ignorância,
tentando encenar
o personagem de sempre.
Tão em vão.
Tão sem graça...
Era um azul desbotado agora.
tentava ser o sol, a lua.
E reaver, silenciosamente,
tudo que perdeu.
em vão.
Ainda se usava
das mesmas peças,
como se a cena
fosse a mesma.
Depois andei
um pouco mais,
e nem o vazio de suas noites,
nem o tom de sua voz;
seus nudez,
seus cacos estilhaçados,
nem isso não serviu.
Nem a lua,
nem os versos,
promessas invertidas
desbotadas
no seu próprio azul.
De repente tudo,
simplesmente
apagou-se. Blue!