Por que Medicina?
(Por favor, opine sobre minha escrita. Sou amador. Agradeço desde já)
A vontade de ser médico é uma antiga inquilina minha (desde que eu era muito jovem, diga-se de passagem). Lembro-me que quando chegava à minha casa após ter ido ao posto de saúde com minha mãe (isso por volta de 2008) sempre buscava um papel e uma caneta e, tendo-os em minhas mãos, tentava reproduzir os hieróglifos que o(a) médico(a) havia desenhado em minha receita. À essa ação claramente pueril associava, ainda, uma atuação péssima: eu, o médico, prescrevia remédios e indicava tratamentos para mim mesmo. Hoje, entendo plenamente o que acontecia: um sonho tentava chamar minha atenção. Pode até parecer estranho, mas, desde que consigo lembrar, o fato de estar em hospitais ou em lugares semelhantes sempre me deu muito prazer. O famoso cheiro desses ambientes, as agulhas (contanto que eu não seja o paciente), os tubos para coletas de sangue, os estetoscópios, luvas e máscaras dos profissionais, etc. Entenda: essas coisas mexem muito com quem sempre viu o exercício da Medicina como objetivo profissional.
Basicamente, não há muito o que dizer aqui. Trata-se tão somente de um sonho que DEVE se realizar em minha vida, pois, sendo bem honesto com você, leitor(a), não me vejo fazendo outra coisa. De fato, nunca houve sequer uma segunda opção para mim. "E quanto ao salário, Marcelo? Vai dizer que não ele teve um peso na sua escolha?". Ah, sim. Salário. Ter dinheiro deve ser muito bom. Querer visitar um país qualquer no mundo e não ser impedido por "insuficiência financeira" talvez seja como um orgasmo para a alma. Meu coração sorri quando penso que um dia poderei falar sobre essas coisas por experiência própria. No entanto, tais realidades ficam, pelo menos para mim, guardadas na caixinha das CONSEQUÊNCIAS. Jamais foram meu MOTIVO para buscar o diploma de médico, acredite se quiser. Passo mais tempo me imaginando percorrendo corredores de hospitais, visitando enfermos em seus leitos, tentando confortar uma criança que está prestes a enfrentar uma injeção de Benzetacil (dói demais, rs) e dizendo "Pode ficar tranquila, senhora, pois não é nada grave" a uma paciente que já se via cara a cara com a morte, sem esperança alguma. Cá entre nós: você sabe quando algo é sua motivação.