Biografia do casal MIGUEL FERREIRA DE ANDRADE e MARGARIDA PEREIRA MARTINS
1) - APRESENTAÇÃO:
Miguel Ferreira de Andrade e Margarida Pereira Martins formam um casal de pioneiros que veio em meados dos anos 1940 de Pedro Afonso para o sul do Tocantins, onde se estabeleceram e constituíram uma grande família. Sua linhagem atualmente é composta por mais de 50 descendentes que estão espalhados por diversas cidades de Goiás, Tocantins, Distrito Federal, Pará, Mato Grosso, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, e até com alguns membros fora do país, em Atlanta (Estados Unidos).
Os primeiros anos de vida de Miguel e Margarida têm muito em comum, pois suas famílias habitavam no mesmo município e partilhavam hábitos, costumes, expectativas e sonhos.
No começo do Século XX só existiam 9 (nove) cidades no norte goiano, sendo que 5 (cinco) delas ficavam situadas nas serras e vales da porção leste do estado: Arraias, Natividade, Paranã, Dianópolis e Taguatinga; e as outras 4 (quatro) cidades localizavam-se às margens do rio Tocantins: Peixe, Porto Nacional, Pedro Afonso e Tocantinópolis.
Até meados dos anos 1930, no vale do rio Araguaia, na porção oeste do estado, não havia nenhuma cidade, apenas pequenos povoados e aldeamentos indígenas. Essa região era um verdadeiro vazio demográfico, com grandes áreas desocupadas e inexploradas. Entretanto, essa realidade iria mudar rapidamente com a descoberta de riquezas minerais (cristais e ouro).
Em 1938, alguns garimpos de cristais e ouro foram descobertos nas proximidades da Ilha do Bananal, despertando o interesse de dezenas de pessoas que migraram em busca dessas riquezas. Esses garimpeiros e retirantes fundaram acampamentos e povoados que, posteriormente, transformaram-se em vilas e cidades, como é o caso de Cristalândia – que recebeu esse nome justamente em razão da quantidade de pedras preciosas encontradas em suas terras. Pium, Lagoa da Confusão e Dueré foram outras cidades que tiveram origem por garimpeiros.
Esse é o contexto socioeconômico da região do norte goiano onde Miguel e Margarida viveram seus primeiros anos de vida. Logo a seguir apresento em ordem cronológica detalhes da história pessoal e familiar de cada um. Vale destacar que desde a infância Miguel e Margarida estiveram unidos pela proximidade onde residiam, bem como pelas experiências fortes e marcantes que vivenciaram com seus entes queridos e amigos.
2) - VIDA EM PEDRO AFONSO:
Miguel Ferreira de Andrade nasceu em 29/09/1922, filho dos produtores rurais Amaro Ferreira de Andrade e Teodora Ferreira, no município de Pedro Afonso, que era um dos mais importantes do antigo norte de Goiás. Ele tinha 10 irmãos e irmãs, a saber: Esequiel, Terezinha, Tereza, Amaro, Rufino, Estêvão, Margarida, Borges, Arcenio e Tolentino. Eles eram conhecidos como a “família Nicasse”.
Margarida Pereira Martins nasceu em 16/04/1924, filha do vaqueiro José Bento Pereira e da dona de casa Eugênia Martins; é a quarta filha de 6 irmãos, sendo: Raimundo, Vitória, Deuzina, Tadeu, Margarida e Maria Pereira Martins. O Sr. José Bento Pereira era conhecido como “José Bertoldo”, de modo que todos os filhos ficaram com esse apelido, sendo reconhecidos como a “família dos Bertoldo”, “Raimundo Bertoldo”, “Tadeu Bertoldo”, “Margarida Bertoldo” e assim por diante.
Miguel e Margarida tiveram infâncias parecidas, partilhando o mesmo ambiente e inúmeras experiências e vivências, algumas boas e alegres, outras difíceis e penosas.
Em 1925, a mãe de Margarida, a jovem Eugênia Martins faleceu, deixando José Bento Pereira viúvo e os 6 filhos órfãos.
Em 1927, José Bento Pereira se casa pela segunda vez, com Maria Pereira da Luz, conhecida carinhosamente como “mãe velha”. Dessa união não tiveram descendentes. Margarida e seus irmãos foram criados com muito amor e carinho pela “mãe velha”, que tratava seus enteados como seu fossem filhos de seu próprio sangue.
Em 1940, a irmã mais velha de Margarida, a jovem Vitória, com apenas 22 anos, morreu após contrair uma forte febre, deixando 3 filhos (José Pereira da Luz “José Neto”, Arnaldo Pereira da Luz e Valdir Pereira da Luz) que foram criados pelo avô paterno Sr. José Bento Pereira.
As duas famílias de Miguel e Margarida viviam próximas e seus membros mantinham bons laços de amizade.
Numa das diversas conversas que tiveram, um deles propôs conhecer aquela região de garimpos recém-descoberta no vale do Araguaia, perto da Ilha do Bananal, que estava tão falada entre os moradores de Pedro Afonso.
Em junho de 1942, Miguel Ferreira de Andrade (com apenas 19 anos), veio acompanhado do irmão de Margarida, Tadeu Pereira Martins (de 21 anos) e de seu tio Raimundo Bento Pereira (de 26 anos), para conhecer essa região dos garimpos, entre os povoados de Dueré e Gurupi – conhecida como “Gerais”. Ao chegarem viram que além das riquezas minerais havia vastas terras inabitadas, com boas possibilidades para começar a vida com criação de gado, que era a especialidade deles, pois eram vaqueiros e produtores rurais no município de Pedro Afonso.
Ao retornarem para Pedro Afonso eles anunciaram com entusiasmo aquela informações para familiares e amigos, o que deixou todos bem animados. Assim, nos meses seguintes eles começaram os preparativos para mudar para aquela localidade.
O amigo Raimundo Bento Pereira, que já era casado com Anaídes Pereira, completou quatro filhos: Valdemar; Alzira; Ivanilde e Manuel.
Miguel e Tadeu seguiram o exemplo do prolífero Raimundo e logo também casaram.
Em novembro de 1944, o amigo Tadeu Pereira Martins (com 23 anos) se casa com a jovem Maria José Costa Pinto que era nascida em 29 de junho de 1927 e tinha apenas 17 anos na data do casamento. Ela era filha de Anacleto Alves Pinto e Maroca Costa e teve 4 irmãos: Edézio, Alzira, Maria e Juverson.
3) - CASAMENTO DE MIGUEL E MARGARIDA:
Em 22 de março de 1945, Miguel Ferreira de Andrade (de 22 anos) filho dos produtores rurais Amaro Ferreira de Andrade e Teodora Ferreira, casa-se na região do rio Sono, município de Pedro Afonso, norte de Goiás (Atualmente Estado do Tocantins) com Margarida Pereira Martins (de 21 anos) filha de José Bento Pereira e Eugênia Martins.
A jovem Margarida fazia jus ao nome de flor que seus pais lhe deram, reunindo qualidades que despertavam admiração e encanto. Era uma moça alta, de pele alva, cabelos lisos, bastante formosa, que chamava atenção por onde passava.
Miguel também tinha muitos talentos e virtudes. Era um rapaz alto, forte, inteligente, de boa prosa, que trabalhava com produção de couro que era bastante rentável à época, tinha o dom para música tocando sanfona com enorme destreza.
A cerimônia de casamento foi na casa dos pais da noiva, José Bento Pereira e Eugênia Martins. O cunhado de Margarida, Simeão Pereira da Luz, esposo de sua irmã Deuzina Pereira Martins, foi uma das testemunhas dessa celebração cristã. A partir daquela data Miguel se uniu fortemente aos “Bertoldo”, formando dali em diante a árvore genealógica da grande “família Nicasse-Bertoldo”. Esse ano completou 73 anos da celebração da cerimônia de casamento de Miguel e Margarida (in memoriam).
Miguel e Margarida formavam um belo e vistoso casal. Por onde passavam despertavam a curiosidade, pois ambos eram bem altos: Miguel tinha 1 metro e 80 de altura e Margarida 1 e 70. Em praticamente todos os lugares que chegavam eram o casal de maior estatura. Essa característica se manteve nas gerações seguintes, nos filhos, netos e bisnetos.
Miguel Ferreira de Andrade e Margarida Pereira Martins tiveram 10 filhos, sendo 4 homens e 6 mulheres: Luzimar, Eugênia, Raquel, Adilmar, Maria Ferreira, Marlene, Amilton, Evercino, Rosita e Amélia. Atualmente a geração deles é bem grande com 20 netos e 28 bisnetos.
4) - MUDANÇA PARA O VALE DO TUCUM:
Em junho de 1945, Miguel Ferreira de Andrade, Tadeu Martins e Raimundo Bento Pereira vieram de Pedro Afonso em companhia de parentes e amigos para povoar as terras devolutas entre os povoados de Gurupi e Dueré, como parte de uma leva de migrantes atraídos pelo garimpo de cristais e para criar gado.
Foi uma viagem longa e cansativa, feita praticamente durante todo o percurso à pé. Apenas as crianças e mulheres grávidas vinham montadas nos animais. Tiveram que atravessar córregos e riachos, percorrer matas e cerrados. Dormiram em acampamentos improvisados que fizeram no caminho. Tudo que eles tinham trouxeram no lombo de burros, mulas e cavalos.
Um moço de Pedro Afonso, José Vieira de Amorim, foi contratado para ajudar na mudança.
Logo que chegaram fizeram rancho provisório com paredes de taipa e telhado de piaçava, numa região chamada Pouso Alto. Plantaram roças de mandioca, milho e feijão.
Depois que eles se estabeleceram com a construção das casas, o que durou cerca de 3 meses, o ajudante José Vieira de Amorim retornou para Pedro Afonso, onde chegou comentando sobre o sucesso da empreitada.
Duas ou três vezes por ano Miguel e os amigos Tadeu Martins e Raimundo Bento Pereira viajavam longas distâncias, em geral mais de 200 km, até as cidades próximas, como Cristalândia, Pedro Afonso, Peixe ou Natividade para comprar itens necessários à sua família (remédios, roupas, utensílios etc.) e para criação de animais, especialmente o sal mineral.
Às vezes passavam grandes perigos percorrendo os trilheiros no meio do cerrado. Numa dessas viagens que Miguel e Raimundo faziam juntos, eles se depararam com uma onça-pintada no meio do caminho e tiveram que subir no alto de uma árvore às pressas para fugir do perigoso felino. Eles sempre andavam armados com espingardas, mas naquele dia estavam ligeiramente distraídos, de modo que a única opção foi fugir rápido antes de serem atacados pela fera.
Mesmo enfrentando desafios e perigos essas viagens eram fundamentais para abastecer suas famílias com os itens básicos e essenciais, além de manterem o contato com amigos e parentes, que sempre convidavam para se juntarem ao grupo nas terras do Vale do Tucum, o que foi abrindo o leque de colonos e desbravadores na região.
Com o passar do tempo as famílias foram crescendo em número e prosperando economicamente.
5) - NASCIMENTO DO 1º FILHO:
Em 10 de junho de 1946, Miguel Ferreira de Andrade e Margarida Pereira Martins tiveram o primeiro filho, que deram o nome de Luzimar Ferreira Martins. O nascimento aconteceu em casa, com ajuda de parteira. Era um bebezinho tão pequeno e delicado que cabia quase todo na palma da mão do orgulhoso pai Miguel. Foi cuidado com muito carinho pela dedicada e amorosa Margarida.
O pequenino Luzimar chegou como uma promessa de grandes bênçãos de Deus para “família Nicasse-Bertoldo”. Desde seus primeiros dias de vida teve que enfrentar grandes desafios e provações, mas em todas as situações o Senhor lhe guardou, pois ele teria um importante papel na vida daquela grande família que estava surgindo.
Um bebezinho é um ser frágil, o que exige muito em termos de alimentação e cuidados. Naquela época não havia farmácias e supermercados. Assim, Miguel e Margarida tinham que produzir os itens necessários, como as peças de vestuário para o bebê, além de plantar ervas medicinais para tratar as enfermidades comuns aos recém-nascidos.
O pequenino Luzimar foi crescendo rápido, cheio de disposição e graça, e como toda criança curiosa começou a andar para explorar o ambiente em volta da casa. Certo dia, Margarida estava distraída com os afazeres domésticos e não percebeu que o garotinho tinha saído para brincar no quintal, seguindo o caminho da fonte d’água, por onde se perdeu. Sua mãe, quando percebeu o sumiço da criança, entrou em desespero e começou a clamar à Deus para protegê-lo, para que nenhum mal sucedesse a criança. Ela passou a procurá-lo nas proximidades da casa, até que achou o pequenino Luzimar chorando perto da água. O alívio foi grande para a chorosa mãe Margarida, que trouxe seu filho rapidamente para a segurança do lar agradecendo aos Céus pelo bem-estar dele.
Foi um começo difícil para Miguel e Margarida, mas com união e bastante perseverança eles venceram aqueles primeiros desafios.
Felizmente, a chegada de mais parentes e amigos veio renovar as forças e esperanças do casal.
6)- CHEGADA DE PARENTES E AMIGOS:
Em meados 1947, José Vieira de Amorim, que estava recém-casado, vem para morar na região e criar gado.
Naquela época, os rebanhos eram formados unicamente por “gado curraleiro pé-duro”, que era uma seleção natural dos primeiros bovinos trazidos pelos portugueses ao Brasil. O “gado curraleiro” tem várias características propícias para aquelas condições do cerrado. São animais de porte pequeno e médio, mas bem fortes e resistentes; eram bem adaptados às condições do clima tropical e à alimentação nativa, resistência aos parasitas, além de produzir carne macia e bastante saborosa. O rebanho era criado solto, e todas as manhãs os vaqueiros montavam nos cavalos e saíam para acompanhar as condições dos animais.
Em 12 de setembro de 1947 nasceu a segunda filha do casal Miguel e Margarida, que batizaram com o nome de Eugênia Ferreira Morais.
Em 1948, eles tiveram que enfrentar a primeira peste de aftosa na região, com perda de grande número de animais. Até então aquela era uma doença desconhecida.
Em 1949, o patriarca José Bento Pereira veio para se juntar ao grupo, trazendo consigo os três netos (José Pereira da Luz, Arnaldo Pereira da Luz e Valdir Pereira da Luz), que tinham ficados órfãos. Em seguida, sua filha caçula Maria Pereira Martins, que estava casada com Jordão Bezerra, veio também de Pedro Afonso. Eles moravam na Fazenda São José.
Em 1950, vieram morar na região o casal Euzébio Pereira Lima e Maria José Teles (sobrinha do Sr. José Bento Pereira, filha de sua irmã Apolônia Bento Pereira), que se estabeleceram na Fazenda São Pedro, onde formaram uma grande família com 13 filhos, que ficou conhecida como a “família Teles”. O Sr. Euzébio além de criar gado e cultivar a terra, era um exímio ferreiro produzindo uma infinidade de itens (facas, enxadas, foices, ferraduras, estribos, dobradiças, ferrolhos, peças para armas etc.) para atender os moradores das fazendas e vilas próximas.
Outros amigos que moravam na região do vale do Tucum: Raimundo Correia, Tarso Barros, Felipe Barros, João Cesar, Leontino Marinho, o Sr. Veríssimo, Israel, Arthur e Januário, entre outros. O Sr. Antonio Rodrigues morava na região da três Lagoas, algumas léguas dali, do lado esquerdo da rodovia que liga Dueré à Gurupi.
Cada morador que chegava fortalecia o grupo, pois todos partilhavam seus conhecimentos e itens de subsistência.
Alguns anos depois, o Sr. Miguel trouxe de Pedro Afonso sua avó, Madalena, que estava viúva e necessitando de cuidados. Mesmo bastante idosa, ela ajudava Margarida na criação dos filhos. Madalena ensinou vários bisnetos a pisar o arroz no pião, e as bisnetas ela ensinou a fazer linha com o algodão que cultivavam na propriedade e preparar roupas no tear de madeira.
O Sr. Miguel era muito carinhoso e cuidadoso com sua querida avó Madalena.
Margarida também tinha enorme amor por todos seus entes queridos. Ela era muito próxima de sua madrasta Maria Pereira da Luz, apelidada carinhosamente de “mãe velha”. Vale lembrar que Margarida foi uma zelosa cuidadora de sua madrasta “Maria mãe velha”, por mais de 20 anos, quando se tornou viúva, em 1973, com o falecimento de seu avô José Bento Pereira.
Essa devoção e amor que Miguel e Margarida nutriam por toda família deixou marcas profundas em seus filhos, que hoje retribuem os cuidados e carinho que o ancião Miguel tanto precisa, por estar com mais de 95 anos.
Registar uma biografia é algo maravilhoso, pois nos dá oportunidade de retornar ao passado, resgatando momentos interessantes e valiosos que nos mostram referências positivas para o presente e para o futuro!!!
Muito do que vemos agora no cotidiano feliz e abençoado da “família Nicasse-Bertoldo” é fruto dos ensinamentos e exemplos que Miguel e Margarida repassaram aos seus descendentes.
7)- A VIDA NAQUELE TEMPO:
A vida naquele tempo era bem diferente de hoje. O Brasil era um país com poucas cidades, com população predominantemente rural, vivendo em pequenos povoados ou fazendas e chácaras. Não havia estradas, energia elétrica, água encanada, nem serviços públicos de educação e saúde para atender essas comunidades isoladas.
Quem residia no interior do Brasil, como Miguel e Margarida, tinha que contar quase que exclusivamente com a ajuda de familiares e vizinhos próximos. O espírito de coletividade era muito forte e mantinha a vizinhança unida. Diversas atividades do dia a dia eram ações coletivas que envolviam os moradores da região. Tanto para o plantio, colheita, como para o preparo de alimentos, como a farinha de mandioca e a pamonha de milho. Eram comuns os mutirões para construção de casas, celeiros, paiol, cercas nas divisas das propriedades, mata-burros etc.
A rotina diária na fazenda era cheia de tarefas, desde a madrugada até o entardecer. A comida era feita no fogão à lenha. Nos meses de setembro e outubro eles armazenavam vários feixes de lenha, juntamente como pequenos gravetos e sacos de palha de milho, para abastecer o fogão a lenha na temporada das chuvas que na região dura aproximadamente 6 meses, de novembro a abril.
As tarefas domésticas aconteciam sob a luz de candeias, abastecidas por querosene ou óleos extraídos de plantas nativas. A água para uso diário da família e para dessedentar os animais era retirada de poços artesanais que cavavam nas proximidades das casas ou utilizavam água que coletavam em potes nas nascentes, córregos e riachos.
Muitos dos apetrechos domésticos e ferramentas de trabalho eram fabricados artesanalmente por Miguel ou às vezes por algum vizinho próximo. Faziam panelas e potes de barro argiloso que coletavam as margens dos córregos, que eram assados em fornos à lenha. As colheres de metal eram raras, mas isso não era problema, pois fabricavam colheres com as madeiras duras e resistentes de árvores da fazenda.
Eles colhiam palhas de plantas nativas para fazer chapéus, balaios, cestos, paneros, que usavam para armazenar alimentos, roupas e utensílios domésticos.
Em quase todas as fazendas da região haviam áreas destinadas para cultivo de algodão, que eles colhiam para preparar linhas com uso do “fuso” ou da “roca”. As mães ensinavam às filhas a arte de fiar, tecer e costurar. Elas tingiam os fios em casa com corantes, principalmente nas cores azul e vermelho. Faziam roupas, redes de dormir, tapetes, enxovais e peças decorativas a partir do algodão que cultivavam.
Naquela época quase não existiam escolas. Livros e revistas eram difíceis de encontrar e poucas casas tinham um aparelho de rádio. As crianças adquiriam seus conhecimentos através dos mais velhos, em conversas diárias durante o trabalho e principalmente a noite, sentados nas rodas à beira da fogueira. Os mais velhos gostavam de contar “causos” que usavam para transmitir ensinamentos importantes para os mais jovens. Esses momentos reunidos em família eram bem divertidos e animados, com muita descontração e sorrisos.
Se compararmos aquele tempo com os dias de hoje veremos que as diferenças são enormes. Em todas as áreas são visíveis as mudanças que ocorreram no dia-a-dia.
Desde cedo as crianças aprendiam a observar e interagir com os ciclos da natureza, fases da lua, período de seca/enchente dos rios, a piracema, época de floração e frutificação das plantas etc., pois retiravam seu sustendo dos recursos naturais. Era um modo de vida integrado com o meio ambiente que mudou bastante com a vida urbana.
A criançada se divertia com brincadeiras ao ar livre, ou então elas mesmas produziam seus brinquedos. Os meninos gostavam de fazer piões de madeira. Todos tinham baladeiras e fundas que usavam para atirar pedras, às vezes matando algum pássaro ou pequenos animais, que pegavam para preparar no almoço.
Luzimar, Amilton, Evercino e Adilmar gostavam de brincar de fazendinha, utilizando os ossos pequeninos do “mocotó” dos bovinos, que com criatividade e imaginação se tornavam verdadeiros personagens de suas fazendas, com cavalos, vacas, porcos e vaqueiros que cuidavam e protegiam de ataques de animais ferozes, como onças e sucuris.
Eugênia, Raquel, Maria Ferreira e as outras irmãs gostavam de produzir suas próprias bonecas de pano e palha de milho. Também produziam pulseiras, colares e brincos com fibras naturais e sementes dos frutos do cerrado. Mesmo com poucos recursos eles tinham momentos felizes e até hoje carregam boas recordações daquele tempo de infância no interior do Tocantins.
A maior parte da comida era produzida na própria localidade. Lá eles criavam o gado-curraleiro que pastava solto no cerrado, além de diversas galinhas e patos no entorno da casa.
Os meios de produção eram bem rústicos, pois não utilizavam fertilizantes e pesticidas industriais, nem tinham a disposição maquinário pesado (como tratores, caminhões e colheitadeiras). O plantio era realizado com uso da força humana e de animais do rebanho. As plantações eram sempre nas áreas de baixada, próximas aos cursos d’água, onde o solo é mais úmido e fértil. Era um trabalho pesado e exaustivo, que levava dias em cada etapa. Primeiramente eles derrubavam a mata com uso de machados. Em seguida, colocavam fogo para limpar a área. Posteriormente plantavam com uso de enxada e arado puxado por bois. Os itens essenciais eram arroz, milho, feijão, algodão e mandioca.
Mesmo com toda dificuldade, graças a Deus, Miguel e Margarida conseguiam suprir as necessidades de seus filhos. Nunca passaram fome. Trabalhavam incansavelmente para atender as necessidades básicas de sua prole e ainda partilhavam suprimentos e bens com parentes e amigos.
O café da manhã era diferente do que temos hoje. Toda a comida era saudável e sem componentes industrializados e cheios de química como os alimentos da atualidade. A mesa era farta, com leite fresco, farinha de puba, tapioca, coalhada escorrida, manteiga de garrafa, bolo de fubá e biscoito frito.
No fundo do quintal eles tinham uma variedade de ervas, plantas aromáticas e temperos: alecrim, capim-santo, barbatimão, boldo, canela, pimentas, cebolas, alho, coentro, carqueja, cavalinha, erva-cidreira, erva-doce, gengibre, hortelã, mastruz e urucum.
Tinham muitos cães para proteger a moradia e as plantações e rebanho do ataque de animais, como raposas, jaguatiricas, catitus e onças, bem como serviam para as caçadas que realizavam várias vezes ao ano percorrendo as matas da região.
A caça supria boa parte da carne consumida pela família. Para abater os animais eles usavam a famosa “Lazarina” (que é um tipo de espingarda carregada artesanalmente com pólvora, bucha e chumbo). Depois, evoluíram para a flobéia (nome vulgar), que era uma arma de calibre menor, mas bastante eficiente, com melhor pontaria e precisão do que a “Lazarina”. Saiam de madrugada ou nas primeiras horas da noite para abater os animais, como capivaras, pacas, cutias, tatus, veados, mutuns e vários outros bichos da região.
A pescaria era uma verdadeira diversão, que todos gostavam de participar. Eles pegavam uma variedade enorme de peixes nos córregos e rios da região: piau, pacu, piabanha, tucunaré, surubim etc.
O preparo da farinha de puba era algo especial que todos sabiam fazer bem. Toda a família participava com muita alegria dessa atividade, pois naquela época o arroz era escasso na região de modo que a farinha de mandioca era a base da alimentação típica dos moradores do interior do Brasil. Primeiramente, eles colhiam a mandioca e transportavam para perto da casa. Sentavam no chão em roda para descascar as manivas, colocavam de molho e faziam a massa. Eles usavam grandes “tapitis” de palha, para secar a massa da mandioca. A etapa final era assar a farinha no “forno à lenha”, que depois evoluíram para o “forno de cobre”. Ao final do processo, a farinha era colocada em grandes cestos que ficavam armazenados dentro de casa.
Nos meses de julho a outubro, época de temporada das frutas do cerrado, as crianças saíam para colher frutos saborosos. Elas se deliciam com puçá, cagaita, baru, pitomba, buriti, mama-cadela, macaúba, araçá, jatobá, pequi, caju etc. Também pegavam favos de mel em ninhos de abelhas silvestres.
Naquele tempo não existiam vacinas, nem postos de saúde ou médicos que eles pudessem recorrer. O pequeno Luzimar às vezes acompanhava seu pai nas fazendas próximas. Numa dessas andanças ele contraiu sarampo. Ficou cerca de 10 dias com os sintomas da moléstia, e assim que ficou curado todos os demais irmãos adoeceram.
Miguel e Margarida eram bastante unidos e superaram as dificuldades com muito trabalho e dedicação. Assim foram criando os filhos e formando uma grande família.
Como ainda não existiam cartórios nos povoados de Dueré e Gurupi, Miguel tinha que viajar até Brejinho de Nazaré, percorrendo uma distância de cerca de 140 km para conseguir o Registro de Nascimento de seus filhos. Alguns filhos foram registrados em Chapada de Natividade, cerca de 270 km de onde moravam. Miguel aproveitada viagens de negócio para providenciar a documentação da família.
Como era comum naquele tempo, os filhos de Miguel e Margarida ainda com poucos anos de vida começaram a ajudar na renda e sustento da família.
As meninas ajudavam as mães, tias e avós nas atividades domésticas. Elas aprendiam a cuidar da casa, cozinhar, costurar, usar o tear e produzir artesanato. Também faziam caminhadas pela mata para coletar cascas de árvores, seiva, folhas e sementes para preparar chás, garrafadas e pomadas, que usavam para todo tipo de situação, curando doenças e enfermidades.
Aos meninos cabia auxiliar nos cuidados do rebanho, na fabricação de cercas e currais, na curtição do couro, nos trabalhos na roça e nas atividades de caça e pesca.
Cedo as crianças adquiriam responsabilidade e colecionavam estórias que até hoje marcam suas vidas, como exemplos de superação e livramentos de Deus.
Em 1958, o primogênito do casal, Luzimar, com apenas 12 anos de idade, já era um bom caçador. Ele até hoje preserva diversas lembranças das aventuras da infância e juventude. Ele caçava com o uso de “ceva”, que é um termo popular para o alimento que o caçador coloca diariamente num determinado local para atrair os animais (pacas, cutias, veados etc.) enquanto permanece escondido com a arma em punho, pronto para matá-los. Luzimar gostava de fazer “ceva de flores de pequi”, num local perto de casa e ficava de prontidão à espera dos bichos, geralmente num jirau preparado no alto de uma árvore. Certo dia, ele ficou sabendo que uma onça parda estava rondando as proximidades, pois encontraram pegadas e rastros frescos da fera. Mesmo assim o garoto não teve receio de sair para caçar. Como de costume Luzimar preparou a “ceva” ao entardecer e subiu numa árvore para aguardar a aproximação dos animais. Ele ficou deitado na rede e cobriu sua cabeça com o lençol por recomendação de seu pai Miguel, que lhe disse que a onça só ataca uma pessoa se visualizar seu pescoço ou cabeça. O tempo foi passando e ele começou a dormir. Altas horas da madrugada Luzimar despertou com um barulho: para seu espanto era a onça que tinha subido na árvore e estava num galho acima de sua rede. Eita susto grande! Um tremendo calafrio gelou seu corpo inteiro! Até hoje esse foi o maior calafrio que ele já sentiu na vida toda! Mas ele não pensou duas vezes, engatilhou a espingarda e disparou um tiro certeiro que atingiu a perna dianteira do animal, fazendo-o despencar ruidosamente até o chão. Foi preparar o segundo tiro, mas a espingarda ficou emperrada. E para piorar a situação, a onça mesmo ferida permaneceu no pé da árvore, rosnando ferozmente, querendo devorá-lo. Assim, ele esperou o dia amanhecer e gritou para que seu pai Miguel viesse lhe socorrer, matando a fera. Ele vendeu o couro do animal por 500 Réis a um amigo. Toda a família agradeceu a Deus pelo livramento que o jovem Luzimar teve ao encarar de perto aquela onça feroz e sair ileso!
Logo que a filha Rosita nasceu a família se mudou para a região chamada Buriti Grande. Foram anos difíceis, pois deixaram amigos e parentes do Vale do Tucum, para desbravarem outra localidade, até então desconhecida para a maioria deles.
Em 14 de novembro de 1958, várias vilas foram emancipadas, incluindo Dueré e Gurupi, o que gerou muito desenvolvimento para a região.
O final dos anos 1950 foi marcado pelo desenvolvimento de Gurupi e demais cidades da região (Figueirópolis, Dueré, Aliança, Paraíso etc.), com a chegada constante de migrantes e abertura de diversas empresas e firmas.
Assim, uma nova etapa começou na vida da “família Nicasse-Bertoldo”.
8)- MUDANÇA PARA CARIRI:
No começo de 1960, Miguel e Margarida se mudaram com toda a família da região do Buriti Grande, município de Formoso do Araguaia, para o povoado de Cariri, as margens da Rodovia Federal Belém-Brasília (BR 153). Eles passaram a residir numa pequena casa construída pelo próprio Miguel, que posteriormente foi vendida e ainda hoje existe.
Em 12 de fevereiro de 1960, nasceu a filha caçula, que seria a sétima flor da família: Amélia Ferreira Martins.
Naquele tempo, os índices de analfabetismo eram altíssimos. Mais de 50% da população brasileira não sabia ler e escrever o próprio nome e no norte goiano essa situação era ainda mais precária, pois as escolas eram raras e os professores poucos.
Com a mudança para o povoado de Cariri, os filhos de Miguel e Margarida puderam estudar e tiveram melhores oportunidades devido à construção da BR 153 (Belém-Brasília), que trouxe enorme progresso para as cidades e vilas situadas às suas margens.
Miguel ganhou bastante dinheiro nesse período. Com a chegada de centenas de famílias para a região, a demanda por alimentos e demais bens de consumo aumentou bastante. Assim, Miguel que já era reconhecido como oficial, produtor de peças de couro, aproveitando essa posição privilegiada, aumentou suas vendas e negócios.
Miguel era um excelente curtidor e exímio artesão na arte de preparar produtos com couro do gado. Fazia roupas de couro para poder cuidar do rebanho no tabocal (perneira, gibão e o chapéu de couro). Também produzia vários itens para uso da família, como: bolsas, cintos, chapéus, sandálias, sapatos etc.
Ele aprendeu essa arte em Pedro Afonso, quando ainda tinha 22 anos, e foi aperfeiçoando o oficio até se tornar um “mestre na produção de itens de couro”, reconhecido como um dos melhores profissionais nessa atividade em Cariri e povoados vizinhos.
Depois das roupas de couro, sua maior especialidade eram as selas e demais peças da montaria, como arreios, estribos, cabeçadas e outras peças usadas em montaria de cavalos, jumentos e burros. Sua produção de selas era destinada principalmente aos homens, vaqueiros e fazendeiros. No entanto, também fabricava para mulheres as “selas de lado”, pois antigamente não podiam sentar com as pernas abertas como os homens. As moças e senhoras sentavam-se de “banda”, como se dizia no linguajar popular daquele tempo. Era uma maneira de mostrar o respeito e o bom comportamento.
Esse trabalho artesanal exigia muita paciência e habilidade. A curtição artesanal do couro de boi era bem demorada e valiosa.
O primeiro passo é colocar o couro cru de molho na água. No dia seguinte, Miguel esticava o couro num quadro de madeira. Para prender a peça, ele furava as laterais e amarrava com cordas. Depois, puxava para esticar bem a peça.
Depois que o couro estivesse bem esticado, ele usava uma faca afiada para retirar a gordura, a pele e toda sujeira da peça. Essa etapa exigia muito tempo e dedicação.
Em seguida, realizava cortes, produzindo correias e tiras, que coloca de molho na água por 24 horas para retirar os pelos, deixando o coro lisinho. Miguel usava uma proteção nos dedos para evitar cortes.
Miguel fazia o curtimento artesanal, usando casca de angico, que é uma árvore nativa do cerrado. A casca dessa planta é rica em tanino, componente responsável por tingir o couro e deixá-lo bem curtido. Para isso, a casca é quebrada ou triturada e misturada com água.
As correias ficavam de molho no angico por uma semana. Durante esse período, eles remexiam uma vez a cada dia para que o couro não ficasse manchado. Ao final a peça ficava tingida e na cor vermelha. Então, punham a peça para secar na sombra, para não ressecar, sendo ao final sovada, etapa necessária para deixar o couro macio.
Os filhos Luzimar, Amilton, Adilmar e Evercino ainda pequenos ajudavam o pai nesse ofício.
Naquela época uma roupa de couro tinha alto valor. Só para ter ideia do quanto eram valiosos: cada roupa que Miguel produzia era trocada por uma novilha saudável! Assim, ele fazia várias roupas por encomenda e ia às fazendas trocá-las pelas novilhas.
Entretanto, com o progresso acelerado da região, os hábitos e costumes também mudaram rapidamente. Com aumento do fluxo de comerciantes nas cidades situadas às margens da Rodovia 153, as pessoas deixaram de usar as roupas artesanais de couro, dando preferencia por roupas de algodão e outros tecidos mais confortáveis e bonitos.
Assim, Miguel deixou de produzir as roupas de couro e dedicou-se exclusivamente a produção de arreios e as selas conhecida como “cutuca” ou “sela maranhense”. Ele viajava para Formoso do Araguaia para vender suas celas aos fazendeiros que a cada ano aumentava mais seus rebanhos nas terras férteis da Ilha do Bananal.
Essa nova etapa em Cariri gerou outros benefícios para a família. As crianças tinham aprendido as primeiras letras com a mãe Margarida e com a mudança para Cariri puderam prosseguir na alfabetização numa escola municipal. Alguns se lembram com carinho da professora Expedita que lhes transmitia seus saberes e conhecimentos com muito amor e dedicação.
Em 1961, Miguel e Margarida enviaram o filho primogênito Luzimar (com apenas 14 anos) para estudar na cidade de Tocantínia, situada a mais de 300 km ao norte dali. Ele teve o privilégio de fazer parte da geração de estudantes do Colégio Batista da Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista do Brasil (JMN/CBB),
O Colégio Batista de Tocantínia (CBT) foi fundado em fundado em 02/03/1936, considerado um dos mais antigos e importantes do norte goiano (atual estado do Tocantins).
O jovem Luzimar teve o privilégio de estudar com as Missionárias Margarida Lemos Gonçalves, Beatriz Rodrigues da Silva, Girlaine Rodrigues, entre outras, onde recebeu instruções e ensinamentos que lhe reforçaram valores de caráter, ética e bons-costumes.
Ele estudou em Tocantínia do 2º ano Primário até o 2º ano do Ginásio. No primeiro ano ficou morando Miracema, com sua avó materna Teodora Ferreira que estava residindo ali. A partir de 1962, seus pais alugaram um pensionato em Tocantínia. Nos feriados prologados e nas férias escolares, Luzimar retornava para Cariri, para matar a saudade da família e rever os amigos.
Luzimar desde novo aprendeu a superar desafios e vencer obstáculos.
Hoje, muitos filhos ficam até 20 e poucos anos, alguns até 30 ou mais, debaixo das “asas dos pais”. Aqueles eram outros tempos, nos quais as crianças, pré-adolescentes e adolescentes desenvolviam autonomia e independência com responsabilidade. Bem novos eles aprendiam a se virar e assumiam logo sua independência emocional e financeira.
Luzimar como primogênito, desde pequena idade teve papel primordial como cuidador e exemplo para seus irmãos. Ele abriu caminho e serviu de modelo em vários aspectos para aqueles que lhe sucederam. Foi o primeiro a acompanhar seu pai nas viagens, no pastoreio do gado, no ofício artesanal com o couro, na resolução de problemas e na busca por formação educacional e profissional. Foi o primeiro a sair de casa, indo morar bem longe. Também foi o elo inaugural da fé evangélica em sua geração.
No Colégio Batista de Tocantínia, além de receber ótima instrução pedagógica, Luzimar conheceu o Evangelho de Cristo e tornou-se um instrumento para transformação de sua família.
Em 1964, o irmão Adilmar Ferreira Martins foi estudar em Gurupi, no recém-inaugurado Colégio Batista (atual Colégio Positivo), administrado pelo pastor Patrício Pereira Gomes e sua esposa missionária Elza de Sousa Marques Pereira.
9)- MUDANÇA PARA GURUPI:
Em 1965, Miguel e Margarida foram para Gurupi, buscando melhores oportunidades de estudo e emprego para os filhos. A primeira casa deles situava-se à Avenida Goiás, entre as Ruas 19 e 20, no centro.
Ao fundo da casa, o pai Miguel montou uma pequena oficina onde produzia selas de couro, contando com a ajuda dos filhos Adilmar, Amilton e Evercino. Miguel tornou-se um dos melhores "seleiros" da cidade.
As mãos habilidosas do artesão também eram importantes em outra atividade. Miguel era um verdadeiro artista nato. Ele tocava sanfona como poucos na região. Seu talento era bastante conhecido, de modo que era muito requisitado para tocar em festejos e celebrações. Entretanto, depois de certo tempo, a pedido de sua esposa Margarida e filhas, Miguel deixou de tocar sanfona, passando a dedicar-se somente às outras atividades.
Miguel é um homem muito inteligente e empreendedor, desde novo buscava meios para prover recursos e sustento para sua família. Essa criatividade e espírito empreendedor causava admiração em várias pessoas. Especialmente nos seus amigos Raimundo Bertoldo e Tadeu Pereira Martins, que deixaram Pedro Afonso juntos com Miguel, mas sempre se mantiveram na mesma atividade – criação de gado. Por outro lado, Miguel era muito versátil e mantinha seu rebanho, mas não deixava de empreender e fazer outros negócios. Foi assim que montou um comercio de secos e molhados ("Armazém Andrade") e depois uma loja de roupas ("Camisaria Andrade"), na parte da frente de sua residência, na Avenida Goiás – a mais movimentada da cidade. Ele comprava itens dos mascates viajantes e repassava a clientela local. Com essa atividade tornou-se bastante conhecido.
Alguns filhos estudavam no Colégio Batista de Gurupi (atual Colégio Positivo); outros foram estudar no Educandário Evangélico Gurupiense, sob os cuidados das professoras Madalena, Olívia e Isabel Pereira da Costa, entre outras. O Diretor do Educandário era o professor José Pereira da Luz, apelidado carinhosamente de “José Neto”, e coincidentemente era sobrinho de Margarida.
Gurupi foi a morada mais importante e abençoada para a “família Nicasse-Bertoldo”, pois ali as portas se abriram de maneira extraordinária, com muitas oportunidades e benefícios para todos eles.
10)- VIDA NOVA COM DEUS:
Logo que chegaram a Gurupi, Margarida comecou a ajudar na limpeza da 1ª Igreja Batista, situada à Rua 04, entre as Avenidas Goiás e Pará, no centro. Nessa época o líder da Igreja era o Pastor Patrício Pereira Gomes.
Ali ela teve o primeiro contato com a mensagem do Evangelho, que tocou seu coração profundamente. Assim, logo que seu filho Luzimar retornou nas férias escolares de Tocantínia, ele pregou para sua mãe que aceitou a Jesus como seu Salvador, dando sequencia a uma nova etapa para a trajetória da “família Nicasse-Bertoldo”.
Em meados de 1945, vinte anos antes daquela data, começou a se formar dentro do ventre de Margarida uma nova vida, tão amada e querida. Daquele embriãozinho veio ao mundo um gracioso garotinho – seu primogênito Luzimar, que foi criado com muito carinho e zelo, sendo protegido e guardado pelas graças do Altíssimo diante de tantas lutas e provações, para chegar àquele dia no qual serviria como um instrumento para gerar vida nova em sua mãe e para abençoar toda sua geração!!!
Quando Luzimar apresentou a mensagem redentora de Cristo para sua mãe Margarida os papéis de ambos se inverteram. No primeiro momento, quando ainda residia na fazenda no Vale do Tucum Margarida gerou em seu ventre a vida de seu pequenino e amado primogênito. E, agora, o jovem Luzimar estava sendo usado para que o Espírito Santo de Deus gerasse nova vida em sua mãe. Isso mesmo: a conversão é um Novo Nascimento, com a morte da velha criatura, que renasce pela graça divina através do sacrifício de Jesus Cristo na cruz do calvário!!!
Margarida entendeu a mensagem escrita no Livro de Romanos 10:9 “Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo”.
Dali em diante Margarida tornou-se uma serva fervorosa de Cristo, servindo como exemplo de fé, amor e devoção aos princípios do Evangelho.
Desde sua conversão Margarida se tornou um instrumento e vaso poderoso nas mãos de Deus para abençoar muitas vidas. Através de suas orações e ensinamentos levou seus filhos e filhas aos pés do Senhor.
Margarida tornou-se uma mulher de oração e leitura da Palavra. Ela que já era dedicada e zelosa no seu dia a dia, após tornar-se membro da 1ª Igreja Batista de Gurupi redobrou seu amor e cuidados aos seus entes queridos, alicerçando sua casa nos valores e princípios do Reino de Deus.
Enquanto muitas famílias são marcadas por adjetivos negativos, a família de Miguel e Margarida pode se orgulhar pelo bom nome que possui perante a sociedade de Gurupi, bem como em todo Tocantins e nas diversas localidades onde os “Nicasse-Bertoldo” se ramificaram.
Em todos os locais que passaram e se estabeleceram os filhos, netos e bisnetos de Miguel e Margarida são reconhecidos como pessoas boas, honestas, solidárias, de fino trato, dedicadas à família, zelosos no trabalho, que superam as dificuldades e desafios com honradez e perseverança, pautando suas ações na ética e na fé em Deus!!!
Margarida era a personificação perfeita da “Guardiã do Lar”. Uma esposa exemplar, dona de casa ordeira, trabalhadora e prendada, mãe carinhosa, cidadã respeitada e querida na comunidade. Todos os filhos e filhas eram extremamente apegados a ela, com quem sempre buscavam conselhos e orientações. Sentiam-se a vontade para partilhar questões íntimas e abriam seus corações nos momentos de angustia e aflição, recebendo consolo e conforto para superar desafios.
Margarida nunca deixou nenhum dia sequer de pedir a direção e a proteção divina para cada um de seus filhos e filhas. Ela sabia do poder que a oração tem para abençoar sua casa e diariamente fazia uso desses momentos com Deus, em súplicas e louvores. Todos que a conheciam admiravam-se de sua devoção e temor ao Senhor, e reconhecem que cada prece de Margarida valeu a pena, pois enxergam as inúmeras bênçãos e graças que se manifestam até hoje na vida seus entes queridos!!!
Como diz a Bíblia Sagrada: “Saberás, pois, que o Senhor teu Deus, ele é Deus, o Deus fiel, que guarda a aliança e a misericórdia até 1000 gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos.” (Deuteronômio 7:9).
11)- CRESCIMENTO E EXPANSÃO DA FAMÍLIA:
A história de Miguel e Margarida, de certa maneira, sintetiza a trajetória das diversas famílias pioneiras que contribuíram para o desenvolvimento de Gurupi, tornando essa cidade numa das mais prósperas e abençoadas de todo Tocantins. Eles foram protagonistas em diversos aspectos, tendo o privilégio de ver a proliferação de seus descendentes, que passaram a atuar em vários ramos profissionais, sem deixar de lado os valores e bons princípios que o casal lhes ensinou e praticou durante toda vida.
Em 30 de setembro de 1966, a filha Eugênia se casa com o produtor rural Evaldo Wanderley de Moraes, dando origem ao primeiro neto da família: Gilmar Wanderley de Moraes. Nos anos seguintes outros irmãos chegaram para aumentar a prole de Eugênia e Evaldo.
Com o passar dos anos os demais filhos e filhas de Miguel e Margarida foram se casando, alguns se mudaram para cidades distantes, como Brasília, Anápolis e Goiânia. Cada um a seu modo foi dando sequencia a linhagem da família.
Em 1967, Luzimar, após concluir o 2º ano do Ginásio em Tocantínia, foi para Brasília, passando a residir na cidade satélite de Taguatinga.
A cada ano que passava Margarida e Miguel vivenciavam as mudanças em sua família e no desenvolvimento de Gurupi.
Gurupi foi projetada num ponto estratégico, numa região plana, com boas nascentes, às margens da BR 153 (Belém-Brasília), na confluência de rodovias e estradas que a ligam com várias cidades, posicionada entre os dois grandes rios da região, Araguaia e Tocantins. Tudo isso contribuiu para o seu crescimento e prosperidade.
O Prefeito à época era o João Manoel dos Santos (apelidado de "João Paraibano"), que possuía enorme prestígio junto aos seus concidadãos, bem como perante as autoridades governamentais da capital goiana. Ele se empenhava para trazer benefícios para sua comunidade.
Nesse período, a região já recebia incentivos fiscais do governo federal para produção de arroz irrigado, de modo que empresas foram estimuladas para se instalarem em Gurupi e municípios próximos.
Em 1968, surgiu o curso científico no Colégio Estadual de Gurupi. Até aquela data só existiam duas instituições oferecendo essa modalidade de ensino em todo o norte goiano, no Colégio Estadual e no Colégio Sagrado Coração de Jesus, ambos em Porto Nacional. Os filhos de Margarida tiveram o privilégio de conhecer e serem instruídos pelo prof. José Seabra Lemos (1º diretor do Colégio Estadual de Gurupi), que liderou uma competente e histórica geração de educadores, entre os quais: professores Albenzio Eloy dos Santos, Odair Lúcio, Joana Sardeiro dos Santos, Terezinha de Jesus Brito Azevedo, entre outros.
Em janeiro de 1969, o Colégio Batista de Gurupi (atual Colégio Positivo) passa a oferecer o curso técnico em contabilidade. Aos poucos a cidade de Gurupi foi se despontando como centro educacional da região norte de Goiás.
Em fevereiro de 1969, o quarto filho de Miguel e Margarida, Adilmar Ferreira Martins também foi para a capital federal – Brasília - onde passou a congregar junto com seu irmão Luzimar na 1ª Igreja Batista de Taguatinga. Adilmar fez extensa carreira no governo federal, chegando ao cargo de Diretor do IPEA, coordenando grandes equipes no desenvolvimento de importantes projetos.
Nesse período foi inaugurada a maior empresa da cidade de Gurupi, a famosa Indústria de Arroz Araguaia, gerando muitos empregos e movimentando a economia da região.
Em 25 de julho de 1969, foi a data do casamento do sobrinho de Margarida, o jovem professor José Pereira da Luz (“José Neto”), mas infelizmente ela e seus filhos e filhas não puderam participar da celebração, pois a cerimônia foi em Ceres – cidade goiana dos pais da noiva Geralda Vicente da Silva Pereira. José Neto e Geralda formavam um casal exemplar, bastante querido e admirado, que inspirava parentes e amigos.
Em fevereiro de 1970, a sexta filha Marlene Pereira Martins mudou-se para Anápolis, onde concluiu o curso de técnico de enfermagem.
No segundo semestre de 1970, com o fechamento do Educandário Evangélico Gurupiense, o professor José Neto e demais professores foram transferidos para o Colégio Estadual Costa e Silva. Raquel, Amélia, Maria Ferreira e vários outros estudantes foram transferidos para outros colégios da cidade.
Em 1971, o professor José Neto se mudou para Goiânia, onde conseguiu uma bolsa de estudos, que ajudou-lhe a manter sua família até concluir o curso superior de Letras na Universidade Federal de Goiás (UFG). Lá ele se manteve ativo como membro da Assembleia de Deus.
Em fevereiro de 1972, Maria Ferreira Martins Alves mudou-se para o extremo norte do Tocantins para estudar no Centro de Formação de Professores Primários (CFPP) de Tocantinopolis, em busca de seus sonhos por meio de uma formação educacional de qualidade. Ela foi juntamente com outras 13 moças de Gurupi, entre as quais sua prima Deuzina (filha do tio Tadeu Pereira Martins e tia Maria José Costa), Nivaldina, Terezinha Souto, Maria Natividade etc. Vale destacar que o CFPP de Tocantinópolis, no começo dos anos 90, deu origem ao Campus Universitário da Universidade do Estado do Tocantins (UNITINS) e posteriormente, em 2003, foi encampado pela Universidade Federal do Tocantins (UFT). Maria Ferreira teve o privilégio de fazer parte da 2ª turma de alunos do Centro de Formação de Professores Primários (CFPP) de Tocantinópolis. Ao retornar, Maria Ferreira passou a dar aulas no Colégio Estadual de Gurupi.
Em 20 de janeiro de 1973, Margarida e suas filhas foram participar do casamento de sua sobrinha Aldenora Pereira da Costa, que se casou com o comerciante Cacildo Pereira da Silva, filho do casal de produtores rurais Debrair Pereira da Silva e Luzia Neves da Silva do município de Frutal, região do triângulo mineiro. A cerimônia foi na 1ª Igreja Presbiteriana de Gurupi, com uma belíssima celebração. Em setembro de 2018, Aldenora e Cacildo podem se orgulhar pela comemoração de 50 anos da Loja Tropical – uma das mais antigas em Gurupi.
O pai de Margarida, Sr. José Bento Pereira (“José Bertoldo”) faleceu em 17/08/1973, faltando 10 dias para completar 86 anos. Ele foi enterrado num cemitério nas proximidades da Fazenda Firmeza. Até hoje é lembrado como um homem forte, trabalhador, honesto, alegre e dedicado à família. Com seu falecimento, houve a partilha da Fazenda São José entre os filhos remanescentes.
Em janeiro de 1975, a viúva Maria Pereira da Luz “mãe velha” mudou-se para a cidade de Gurupi, onde passou a viver com Margarida e Miguel, na na Avenida Goiás, entre as Ruas 19 e 20.
Em dezembro de 1975, o filho Amilton Ferreira Martins se muda para Paragominas, no Estado do Pará, para trabalhar como contador nas fazendas agropecuárias do Banco Bradesco.
Alguns meses depois, Miguel tornou-se taxista - profissão que exerceu por cerca de 30 anos - num ponto na Avenida Goiás com a Rua 10, em frente ao Grande Hotel.
Em 15 de agosto de 1976, Margarida e sua família participam da cerimônia de lançamento da pedra fundamental da 2ª Igreja Batista na cidade, que ficou conhecida como Igreja Batista Peniel, localizada na Rua 07, entre as avenidas Piauí e Pernambuco, centro.
Em 1978, Luzimar retorna para Gurupi como pastor da Igreja Batista Peniel, ajudando a consolidá-la com ampliação de salas e conquista de novos membros.
No começo de 1980, o filho Evercino Ferreira Martins foi transferido para trabalhar na agência do Bradesco na cidade de Tocantinópolis, no extremo norte do estado.
Em setembro de 1980, Luzimar mudou-se para Porto Alegre – local onde também celebrou seu matrimônio com a jovem Ruthe Pereira, dando sequência a um ramo da família nessa longínqua parte do Brasil. Ele trabalhou em várias igrejas e na sede da Convenção Batista do Brasil (CBB), até se aposentar em 2000. Ali, em terras gaúchas nasceram seus dois 2 filhos (Luzimar Júnior e Robert).
No dia 05 de novembro de 1980, a filha Amélia é admitida no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Assim, aos poucos os filhos e filhas vão se estabelecendo no competitivo mercado profissional da região.
Em 03 de janeiro de 1981, a filha do casal Miguel e Margarida, Marlene Pereira Martins, que estava trabalhando como técnica de enfermagem em Brasília, faleceu em um acidente automobilístico, deixando esposo e dois filhos (Alysson e Silvia). Foi um perda gigantesca para todos que amavam e admiravam profundamente a jovem Marlene. O filho primogênito do casal, Alisson Andrade, veio para morar com a avó Margarida em Gurupi (Tocantins) e a caçula, Sílvia Andrade, foi criada com a tia paterna Alcina, em Foz do Iguaçu (Paraná).
Em fevereiro de 1982, o filho Amilton Ferreira Martins retorna para Gurupi, com esposa e as duas filhas (Adriana e Alessandra).
Em 29 de setembro de 1982, a família celebrou os 60 anos do Sr. Miguel Ferreira de Andrade, num almoço na casa do filho Amilton Ferreira, na Rua 11, entre as Avenidas Ceará e Pernambuco.
Em 1983, Miguel e Margarida compraram uma pequena casa, que reformaram tornando-a maior e mais confortável para abrigar familiares e amigos, situada na Avenida São Paulo, entre as Ruas 02 e 03, onde residiram por mais de 30 anos.
Em 1985, durante a administração do Prefeito Jacinto Nunes foi criada a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH), colocando Gurupi no patamar privilegiado das pouquíssimas cidades do país com oferta de cursos universitários. Aquela conquista deu enorme visibilidade para a “Capital da Amizade”, aumentando sobremaneira a autoestima dos moradores locais, além de atrair inúmeras pessoas que passaram a vir de cidades próximas para estudar na FAFICH.
Nessa época, intensificaram-se os movimentos pela emancipação do antigo Norte de Goiás, pois seus moradores desejavam maior presença do poder público. Havia uma queixa constate de que a enorme distância de Goiânia deixava os municípios abandonados pelas autoridades.
Assim, vários políticos e empresários uniram-se sob a liderança do Deputado Federal José Wilson Siqueira Campos pela luta emancipatória do Norte de Goiás.
Em 05 de outubro de 1988 aconteceu a promulgação da Constituição Federal, que foi o marco de criação do Estado do Tocantins, gerando enorme expectativa para toda a população local. Margarida, Miguel e todos os membros da família viveram aqueles dias de entusiasmo e empolgação com a divisão de Goiás, fazendo surgir o estado caçula da federação.
As lideranças políticas e vários comerciantes gurupienses se esforçaram para que sua cidade se tornasse a nova capital. Miguel e Margarida, por estarem bem no centro da cidade, vivenciaram aquele clima de debates, euforia e agitação.
Mesmo não se tornando a capital do Tocantins, nos anos 90 Gurupi viveu muitos momentos e fatos especiais. A cultura local tinha rica programação artística. Grupos de Teatro, Escritores e Músicos surgiram na cidade, despertando a mocidade para mostrar seus dons e talentos. As sedes sociais do Clube Recreativo Araguaia (CRA), Clube Nova Fronteira e Clube da AABB eram bastante movimentados com inúmeras festas. Os Bailes de Debutantes eram celebrações coletivas e contavam com grande número de moças lindas que eram acompanhadas por todos os amigos e familiares. Os pais tinham que inscrever suas filhas meses antes do evento e toda sociedade parava para prestigiar aquelas tradicionais comemorações.
Nos dias quentes de verão todos iam nadar nas represas nos córregos Água Franca, Bananal, Pouso do Meio e Mutuca, que eram os melhores pontos de encontro da juventude local. As chácaras e fazendas de entorno da cidade também eram bastante frequentadas para lazer e descanso durante os finais de semana.
As famílias de Gurupi reuniam todos os filhos, sobrinhos, primos etc. em volta do Campo do Cosme para assistir as partidas de futebol com empolgação e torcer pelos seus craques preferidos. Quem viveu esses momentos lembra-se com saudades.
Desde o nascimento do Estado do Tocantins a cidade de Gurupi foi crescendo como referência positiva em desenvolvimento econômico, cultura, esporte e ensino. Miguel e Margarida, filhos e netos tiveram o privilégio de vivenciar esse crescimento da cidade e do Estado.
Margarida era uma mulher bastante querida, alegre, bem disposta, que cultivava boas amizades. Sua casa estava sempre cheia. Gostava de fazer comidas, sucos e doces saborosos para oferecer aos seus filhos, sobrinhos, netos, netas, além das frequentes visitas. Admirada por sua fé; zelosa e verdadeira em seus princípios e práticas. Lia a Bíblia diariamente e tinha sempre uma palavra de amor e sabedoria para transmitir àqueles que a rodeavam. Durante suas atividades domésticas, ou em reuniões de oração com os membros da Igreja, gostava de cantar hinos do Hinário Cristão, como por exemplo: “Porque Ele Vive”, “Grandioso És Tu”, “Se Tu Minh’alma”, “Firme Nas Promessas”, “Em Fervente Oração”, “Mais Perto Quero Estar”, “Foi na Cruz”, “Solta o Cabo da Nau”, entre outros.
Em 1994, Margarida organizou a 1ª reunião da família Nicasse-Bertoldo, que aconteceu na sua residência. Esses encontros passaram a acontecer anualmente, reunindo cada vez mais convidados como os descendentes de Tadeu Pereira Martins e “Raimundo Bertoldo”, além de outros moradores pioneiros da região do Vale do Tucum, como a família do casal Euzébio Pereira Lima e Maria José Teles. Muitos desses encontros aconteceram na casa do filho Amilton Ferreira Martins. No Clube da Celtins, no bairro aeroporto velho, eles também se reuniram algumas vezes, com destaque especial para a comemoração de 80 anos de Margarida, que celebraram em 2004. As reuniões da "família Nicasse-Bertoldo" ficaram famosas em Gurupi como referência de alegria, amor e união, inspirando diversas outras famílias a organizarem eventos parecidos. Desde então, a família de Miguel e Margarida já realizou 23 encontros, que são momentos descontraídos e bastante festivos.
Em 1995, o irmão de Margarida, Sr. Tadeu Pereira Martins, um dos pioneiros do grupo que deixou Pedro Afonso em 1945 para mudar-se para o Vale do Tucum, veio a falecer, deixando toda a família extremamente consternada e enlutada por várias semanas.
Em janeiro de 1996, a Sr.ª Maria Pereira da Luz “mãe velha” faleceu com 101 anos de idade, deixando muitas saudades.
Em 1998, o irmão mais velho de Margarida, Raimundo Pereira Martins (“Raimundo Bertoldo”) faleceu. Aquela foi uma grande perda para Miguel, pois Tadeu e Raimundo estiveram juntos ao seu lado como grandes amigos e companheiros desde a saída de Pedro Afonso, em 1945, até aqueles dias.
No começo de 2000, com 78 anos de idade, o Sr. Miguel aposenta-se do trabalho de taxista.
Em 2005, o filho Amilton Ferreira Martins muda-se para Palmas, com esposa e as duas filhas Alessandra e Adriana. Com a mudança, as reuniões da “família Nicasse-Bertoldo” passaram a ser celebradas na casa da Eugênia e Evaldo, em Cariri.
Em 2011, a viúva de Raimundo Pereira Martins, a dona Anaídes, faleceu.
Em 2012, a irmã caçula de Margarida, Maria Pereira Martins também faleceu.
Em 2013, Miguel torna-se membro da Igreja Batista Sião.
Em 2015, Margarida Pereira Martins faleceu em Gurupi, o que entristeceu toda família. Assim, Miguel foi para Cariri, passando a residir com a filha Eugênia, onde recebe cuidados e vive cercado por netos e bisnetos. Ele está com 95 anos de idade.
Em dezembro de 2017, aconteceu o 23º Encontro da família Nicasse-Bertoldo.
Os descendentes (filhos, netos e bisnetos) da família formada por Margarida Pereira Martins e Miguel Ferreira de Andrade estão espalhados por cidades de vários estados, como: Tocantins, Goiás, Distrito Federal e Rio Grande do Sul. Também existem netos e bisnetos vivendo em Atlanta (Estados Unidos).
Miguel, Margarida e toda sua grande família representam a geração de gurupienses pioneiros que fizeram e fazem a diferença como cidadãos honrados e de bom nome, que com fé em Deus, ética, humildade, trabalho honesto e respeito têm contribuído para construção de uma sociedade melhor!!!
12)- UM POUCO DA HISTÓRIA DOS 10 FILHOS DO CASAL MIGUEL FERREIRA DE ANDRADE E MARGARIDA PEREIRA MARTINS:
Em 95 anos de história, o legado do casal Miguel Ferreira de Andrade e Margarida Pereira Martins segue através de seus 10 filhos, 20 netos e 28 bisnetos:
(1)- LUZIMAR FERREIRA MARTINS é o primogênito do casal Miguel Ferreira de Andrade e Margarida Pereira Martins. Ele nasceu em 10 de junho de 1946, na Fazenda Santa Cruz, no Vale do córrego Tucum, zona rural do município de Dueré. Ainda bem novo começou a ajudar sua mãe Margarida nas tarefas domésticas e acompanhar seu pai Miguel em atividades para renda e sustento da família (como criação dos animais, caça e pesca, curtição de couro, produção de selas e peças de montaria etc). Ele e suas duas irmãs, Eugênia e Raquel, tiveram desde cedo papel importante nos cuidados aos demais irmãos. Luzimar foi o precursor e pioneiro em vários aspectos, servindo de exemplo para os demais membros da família. Foi o primeiro sair de casa: aos 14 anos mudou-se para estudar no Colégio Batista de Tocantínia (CBT), onde cursou do 2º ano primário até o 2º ano do ginásio. De 1967 a 1971, morou em Brasília, ingressando no Serviço Militar e, posteriormente, na Polícia Militar. Em 1972, foi estudar no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, no Rio de Janeiro. Em 1976, mudou-se para Cianorte - cidade situada no noroeste do Paraná (cerca de 520 km da capital Curitiba), atuando como líder da Igreja Batista naquela localidade. Em 1978, voltou para junto de sua família, em Gurupi, onde pastoreou a Igreja Batista Peniel. Em setembro de 1980, mudou-se para Porto Alegre – local onde também celebrou seu matrimônio com a jovem Ruthe Pereira, tendo trabalhado em várias igrejas e na sede da Convenção Batista do Brasil (CBB), até se aposentar em 2000. Ali, em terras gaúchas, nasceram seus dois 2 filhos (Luzimar Júnior e Robert). Luzimar pautou sua vida no trabalho, nos estudos, na devoção à família, na fé em Deus, na solidariedade e amor ao próximo. Certamente a melhor expressão para definir sua trajetória seja “servir com dedicação e amor”, pois, desde os primeiros anos de vida, Luzimar tem servido e ajudado àqueles que o cercam. Primeiramente foi servindo e colaborando com seus pais, Miguel e Margarida, na criação dos 9 irmãos e irmãs (Eugênia, Raquel, Adilmar, Maria Ferreira, Marlene, Amilton, Evercino, Rosita e Amélia). Assim que ingressou no Colégio Batista de Tocantínia (CBT) conheceu as missionárias Margarida Lemos Gonçalves, Beatriz Rodrigues da Silva, Girlaine Rodrigues e Solene Rodrigues (que são grandes referências na história da educação e desenvolvimento social do estado do Tocantins), que contribuíram sobremaneira para direcionar sua fé e aprimorar suas qualidades e aptidões, inspirando-lhe ao ministério eclesiástico. Com sua formação pastoral Luzimar dedicou-se integramente ao serviço do Reino de Deus, fundando e consolidando igrejas. Assim como nos primeiros anos de vida, até os dias de hoje, ele prossegue de maneira exemplar nesse mesmo ritmo, usando seus dons, talentos e disposição para servir e levar a mensagem do Evangelho!
(2)- EUGÊNIA FERREIRA DE MORAES é a segunda filha, nascida em 12 de setembro de 1947, na região do vale do Tucum, município de Dueré. Naquele tempo não tinha cartório nas proximidades, de modo que seu pai Miguel teve que viajar longa distância para registrar seu nascimento no município de Brejinho de Nazaré. Em 1960, sua família mudou-se para o povoado de Cariri, situado às margens da BR 153 (Rodovia Federal Belém-Brasília), onde as crianças ingressaram na escola municipal situada ao lado do posto fiscal. Daquele tempo ela recorda-se das professoras Expedita e Joana D’arc e do professor João – pioneiros no ensino em Cariri. Cerca de 6 anos depois, em 30 de setembro de 1966, Eugênia se casa com o produtor rural Evaldo Wanderley Morais, nascido em 15 de setembro de 1943, no Rio Grande do Norte, e erradicado no Tocantins como parte da leva de migrantes que ajudou a consolidar o estado caçula da federação. Dessa união geraram 5 filhos, três homens e duas mulheres, a saber: Gilmar Wanderley de Moraes, Neusimar Wanderley de Moraes, Solange Ferreira de Moraes, Silvani Ferreira de Moraes e Evaldo Wanderley de Moraes Junior, todos nascidos em Gurupi. Os três primeiros filhos nasceram na casa dos pais, Miguel e Margarida (na Avenida Goiás, entre 19 e 20), sob os cuidados da parteira “dona Nini”, e os demais vieram à luz no Hospital Santa Lúcia do Dr. Furtunato Soares Barros (ginecologista e obstetra), localizado à Rua 3, entre as Avenidas Goiás e Pará, centro. As irmãs caçulas, Rosita e Amélia, retribuíram o carinho e dedicação da irmã Eugênia que fora cuidadora delas quando pequeninas, ajudando-a durante o período do pré-natal e nos primeiros dias após o nascimento dos filhos. Eugênia foi a mais prolífera de todos os 10 irmãos. Sua árvore genealógica é bem extensa, com 5 filhos (Gilmar, Nelsimar, Solange, Silvani e Júnior) e 14 netos (Juliana, Richard, Felipe, Diego, Mateus, Talita, Guilherme, Isadora, Maria, Junior, Gabriele, Isaque, Jonatas e Eloisa). Desde 2005, a família Nicasse-Bertoldo se reúne ao final do ano na casa da Eugênia e Evaldo para celebrar e confraternizar. No ano passado eles realizaram o 23º Encontro. Atualmente, o Sr. Miguel está com 95 anos, residindo com Eugênia, recebendo também os cuidados das demais filhas e filhos que periodicamente permanecem ao seu lado. A família de Eugênia e Evaldo é reconhecida por muitas virtudes; por serem pessoas de boa índole, trabalhadores, honrados, alegres, que cultivam muitas amizades e dedicados aos princípios da fé Cristã. São membros ativos na Igreja Assembleia de Deus, onde pregam, oram e louvam ao Senhor com entusiasmo e muito fervor!
(3)- RAQUEL FERREIRA MARTINS é a terceira filha do casal, nascida em 16 de maio de 1949, também no Vale do Tucum, município de Dueré, mas registrada em Brejinho de Nazaré – estado do Tocantins (na época era Goiás). Aprendeu as primeiras letras em Cariri, dando sequencia a partir de 1965 no Colégio Estadual de Gurupi. No começo de 1974, Raquel mudou-se para Brasília, onde realizou o sonho do diploma universitário no curso de Bacharel em Geografia pelo Centro Universitário de Brasília (CEUB), situado na Asa Norte. Na capital brasileira ela teve vários empregos até se aposentar no Ministério da Fazenda. É uma mulher bastante inteligente, alegre, sorridente, trabalhadora, que não mede esforços para alcançar seus objetivos. Atualmente divide seu tempo entre viagens de passeio e ajudando suas irmãs no cuidado de seu pai, Miguel Ferreira de Andrade, que está com 95 anos, residindo com a filha Eugênia na cidade de Cariri.
(4)- ADILMAR FERREIRA MARTINS, nascido em 18/09/1950, no Vale do Tucum, no município de Dueré. Seu registro de nascimento foi na cidade de Brejinho, mas o município que consta no documento é Cristalândia. Em 1964, foi o segundo de sua casa a mudar-se para estudar, quando sua família já estava estabelecida no povoado de Cariri. Seu irmão mais velho Luzimar tinha ido para Tocantínia e Adilmar foi para Gurupi estudar na Escola Batista de Gurupi. Desde cedo ajudava seu pai no trabalho com couro, produzindo selas e outros itens. Em 1968, ele precisou ir de bicicleta de Gurupi a Brejinho de Nazaré, cerca de 130 km por uma estrada de terra cheia de buracos e poeirenta, para buscar a segunda via de sua Certidão de Nascimento. Aqueles eram outros tempos no qual os jovens começavam a trabalhar cedo e tinham que se virar com bastante esforço para ajudar a família e buscar um futuro para si mesmo. Em 1969, seguindo o exemplo de seu irmão Luzimar, ele mudou-se para Brasília, indo morar em Taguatinga. Em 21/02/1969 começou a frequentar a Igreja Batista de Taguatinga – local onde cerca de 4 anos depois celebrou seu casamento (06/01/1973) – união que proporcionou-lhe dois filhos: Gustavo de Araújo Martins e Thaís de Araújo Martins; e dois netos (Giovanni e Maria Fernanda). Na capital do Brasil, Adilmar começou sua vida profissional com empregos simples, mas logo foi abençoado com a conquista de um cargo público. Assim, seguindo os exemplos de seus pais Miguel e Margarida, Adilmar fez bom uso de seus talentos, inteligência e dedicação para construir uma extensa e bem sucedida carreira no serviço público federal. Formou-se em direito e administração pública. Trabalhou no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), onde foi admitido como Auxiliar Técnico, ocupando seguidos cargos na área administrativa, até 1995, quando se aposentou, já ocupando o cargo de Diretor. Em seguida, atuou como consultor em várias instituições, até que em 2004 foi escolhido para representar o IPEA como Diretor na FIPECQ (Fundação de Previdência Complementar do Ipea, CNPq, Finep, INPE e Impa), ali permanecendo até 2013, quando foi desligado. Adilmar carregou várias características de seus genitores. De sua mãe Margarida ele herdou a organização, serenidade, empatia com as pessoas, a fé e a sabedoria. Dos filhos, talvez seja o que mais se pareça com seu pai Miguel. É um homem alegre, comunicativo, que gosta de prosear, tem facilidade para lidar com o público, gerenciar e liderar equipes. A essas características hereditárias da família Nicasse-Bertoldo, Adilmar somou muita dedicação, trabalho e aprendizado, o que contribuiu para sua longa e bem sucedida trajetória profissional no competitivo mercado de trabalho da capital de nosso país.
(5)- MARIA FERREIRA MARTINS ALVES é a quinta filha do casal Miguel Ferreira de Andrade e Margarida Pereira Martins. Seu registro de nascimento foi na cidade de Brejinho, mas o município que consta no documento é Cristalândia. Ela nasceu em 13 de novembro de 1953 – no Vale do Tucum, no município de Dueré. Aprendeu as primeiras letras em Cariri, dando sequencia a partir de 1965 em Gurupi no Educandário Evangélico Gurupiense, que era a escola particular mantida pela Igreja Assembleia de Deus e cujo diretor era seu primo José Pereira da Luz (prof. “José Neto”), onde também ministravam aulas duas primas: Isabel Pereira Martins e Domingas Costa Pereira. No segundo semestre de 1970, com o fechamento do Educandário Evangélico Gurupiense, o professor José Neto e demais professores foram transferidos para o Colégio Estadual Costa e Silva. As irmãs Raquel, Amélia e Maria Ferreira, além de vários estudantes foram transferidos para outros colégios da cidade. Em fevereiro de 1972, Maria Ferreira Martins Alves mudou-se para o extremo norte do Tocantins para estudar no Centro de Formação de Professores Primários (CFPP) de Tocantinopolis, em busca de seus sonhos por meio de uma formação educacional de qualidade. Ela foi juntamente com outras 13 moças de Gurupi, entre as quais sua prima Deuzina Pereira da Costa (filha do tio Tadeu Pereira Martins e tia Maria José Pinto da Costa), Nivaldina, Terezinha Souto, Maria Natividade etc. Vale destacar que o CFPP de Tocantinópolis, no começo dos anos 90, deu origem ao Campus Universitário da Universidade do Estado do Tocantins (UNITINS) e posteriormente, em 2003, foi encampado pela Universidade Federal do Tocantins (UFT). Maria Ferreira teve o privilégio de fazer parte da 2ª turma de alunos do Centro de Formação de Professores Primários (CFPP) de Tocantinópolis. Ao retornar, Maria Ferreira passou a dar aulas no Colégio Estadual de Gurupi. Em 1977, ela conheceu o policial militar Amilton Alves da Cunha (nascido em 20/03/1950 no município de Rio Sono), que tinha se mudado há pouco tempo para a “Capital da Amizade”. Logo iniciaram namoro, que evoluiu para um relacionamento mais sério. Assim, em 1978, Maria Ferreira casou-se com Amilton Alves da Cunha (filho mais velho do casal de produtores rurais José Bispo da Cunha e Maria Alves da Cunha). Dessa união tiveram duas filhas: Joyce Martins Alves Silveira (15/09/1980) e Suellen Martins Alves Grohs (29/08/1982); e 2 netas (Sarah e Rebeca). No começo dos anos 90, eles tornaram-se membros-fundadores da Igreja Batista Independente Sião, onde eram muito atuantes em diversos trabalhos, sendo bastante queridos e admirados pela sua fé e dedicação à obra de Deus. Amilton era um homem alegre, brincalhão, amigo de todos. Gostava de ajudar outras pessoas. Maria Ferreira era conhecida por sua gentileza, paciência e amabilidade. O casal era dedicado na Igreja Batista, onde foram consagrados como diáconos. Amor, fé e devoção à obra de Deus moviam suas vidas, inspirando dezenas de pessoas. Em 2016, Amilton e Maria Ferreira mudaram-se para Palmas, seguindo as duas filhas que já estavam na capital tocantinense. Vieram em busca de melhor tratamento para uma enfermidade que lhe acometeu. Amilton veio a falecer em 15 de agosto de 2018, deixando muitas saudades. Foi uma dor enorme para todos. Maria Ferreira representa com préstimo o legado de seus pais, Miguel Ferreira e Margarida Pereira; e está reunindo forças, com apoio de familiares e amigos, para levar adiante as boas lembranças de seu querido esposo, Amilton Alves, que era uma referência para todos de sua grande família. Maria Ferreira, suas filhas, genros e netos são pessoas boas, que trabalham com dignidade, cultivam valores e princípios cristãos, sendo exemplos de virtudes por onde passam, contribuindo para consolidar e multiplicar os bons frutos da árvore genealógica da família.
6)- MARLENE MARTINS ANDRADE (in memoriam) é a sexta filha do casal de produtores rurais Miguel Ferreira de Andrade e Margarida Pereira Martins. Ela nasceu em 20 de março de 1954 no Vale do Tucum, no município de Dueré. Em fevereiro de 1970, com apenas 16 anos de idade, Marlene mudou-se para Anápolis, onde residiu num pensionato e estudou o curso técnico de enfermagem. Em dezembro de 1972 aconteceu a cerimônia de formatura. Os pais de Marlene não puderam ir, de modo que seu irmão Adilmar Ferreira Martins foi de Brasília para acompanhá-la na colação de grau. Após a formatura, ela mudou-se para a capital federal, onde fez carreira e constituiu família. Chegou a capital federal com 18 anos, onde tornou-se membro da Primeira Igreja Batista de Taguatinga. Foi nessa igreja que seu casamento foi celebrado em 10/07/1973 com seu primo parteno Valperino da Silva Andrade (filho de Rufino Ferreira de Andrade e Carmosina Ferreira de Andrade). Dessa união tiveram 2 filhos: Alysson Martins Andrade (26/11/1975) e Silvia Martins Andrade (03/03/1979) e 5 netos (Antônio Henrique, Luís Miguel, Luís Otávio, Thiago Henrique e Sofia Andrade). Marlene era muito inteligente e trabalhadora. Uma mãe de família dedicada e bastante esforçada. Uma cristã fiel e dedicada na leitura da Bíblia e nas orações. Trabalhava como técnica de enfermagem no Hospital Regional de Taguatinga. Logo prosperou devido seu esforço. Foi uma das primeiras de sua geração a adquirir casa própria. Também foi uma das primeiras de sua família a ter carro próprio. Tirou carteira de motorista e adquiriu um fusca bege, uma conquista de sua perseverança e trabalho que serviu de inspiração e orgulho para seus pais, irmãos, primos e amigos. Não lhe faltava oportunidades de trabalho em Brasília, que estava em constante crescimento. O casal tinha uma vida próspera e bastante feliz. Tudo indicava que Marlene e sua família teriam dias de abundância e contentamento. Mas, infelizmente, algo inesperado aconteceu. Em 03 de janeiro de 1981, Marlene faleceu em um acidente automobilístico, deixando esposo e dois filhos (Alysson e Silvia). Foi uma perda gigantesca para todos que amavam e admiravam profundamente a jovem Marlene. O filho primogênito do casal, Alysson Andrade, veio para morar com a avó materna Margarida em Gurupi (Tocantins) e a caçula, Sílvia Martins Andrade, foi criada com a tia paterna Alcina Campos, em Foz do Iguaçu (Paraná). Em 1994, o sr. Valperino da Silva Andrade mudou-se para Palmas, e os dois filhos (Alysson e Silvia) vieram para morar com ele. Na capital tocantinense, eles se estabeleceram e constituíram família. Alysson é casado com a pedagoga Reimiram Freitas de Andrade. Atuam na área do ensino superior e do ensino infantil, respectivamente. Ele é supervisor do Polo da Faculdade Cruzeiro do Sul e sua esposa é diretora da Escola Videira. Silvia Martins Andrade atua na área de contabilidade em Palmas.
(7)- AMILTON FERREIRA MARTINS é o sétimo filho do casal Miguel Ferreira de Andrade e Margarida Pereira Martins. Nasceu em 28 de janeiro de 1956 no Vale do Tucum, município de Dueré. Em 1965, mudou-se com sua família para Gurupi, onde estudou no Educandário Evangélico Gurupiense. Com apenas 13 anos de idade já trabalhava, ora ajudando seu pai no Armazém da família ou como “contínuo” em estabelecimentos comercia. Em 1974, com 19 anos, ele formou-se no curso técnico em contabilidade no Colégio Batista de Gurupi (hoje Colégio Positivo), que a época era administrado pelo pastor da 1ª Igreja Batista Patrício Pereira Gomes e sua esposa missionária Elza de Sousa Marques Pereira. O baile de formatura foi na sede social do Clube Recreativo Araguaia (CRA) – uma bela festa que gerou muito orgulho para familiares e amigos. Além de estudar, o jovem Amilton fez um curso de datilografia, sob recomendação de sua mãe Margarida. Aquele curso ajudou a abrir as portas de um ótimo emprego. Certo dia, o gerente das fazendas do Banco Bradesco localizadas nos estados de Goiás e Pará, Sr. Domingos Pereira (ex-prefeito de Formoso do Araguaia) lhe propôs fazer um teste. Assim, o jovem Amilton pegou um avião monomotor e voou para a Escola Canuanã da Fundação Bradesco, situada às margens do rio Javaés (Ilha do Bananal), onde teve que demonstrou seus talentos datilografando um texto numa máquina Olivetti. Sua destreza, rapidez e precisão garantiram-lhe uma aprovação elogiosa! Assim, em 1975, mudou-se para o município de Paragominas (Pará), indo morar na fazenda, onde atuava desempenhou relevantes funções, fazendo praticamente de tudo, na função de subgerente, controlando as compras, a gestão de RH, o pagamento de pessoal etc. A estrutura da fazenda era enorme: tinha hospital, farmácia, escola, refeitório, armazém, horta, pomar, área de lazer, campo de futebol, oficina mecânica, alojamentos e casas para comportar de 800 a 1.200 funcionários. O cultivo de soja, criação de bovinos e venda de madeira eram as atividades produtivas principais. Morou lá por 3 anos e meio, mas sempre retornando para Gurupi, onde comprou uma casa na Rua 11, entre as Avenidas Ceará e Pernambuco. Foi numa dessas viagens que iniciou namoro com uma bela jovem. Depois de 6 meses de namoro, Amilton Ferreira Martins casou-se com Antônia Arruda Ferreira, filha de Sebastião e Constância Arruda. Dessa união tiveram duas filhas: Adriana e Alessandra. Elas nasceram no Hospital Santa Lúcia do Dr. Furtunato Soares Barros (ginecologista e obstetra), localizado à Rua 3, entre as Avenidas Goiás e Pará, centro. A irmã Rosita ajudou nos cuidados das sobrinhas. Antônia era uma mulher predada e amável, sempre pronta a receber todos; tanto membros da família, como amigos de trabalho do esposo. Uma mulher hospitaleira, que tinha enorme alegria em receber visitas e convidados, o que fazia com muita fartura e carinho! Realizavam muitas festas de família e confraternizações com amigos! O casal era bem unido e mantinha boa comunhão com sogros, cunhadas, sobrinhos. Ao retornar para Gurupi, Amilton começou a trabalhar no escritório de contabilidade do Sr. Wilton de Pinã, na Avenida Maranhão, entre as ruas 04 e 05. Em agosto de 1983, Amilton tornou-se chefe da CELG (Companhia Elétrica de Goiás). Viu a evolução da empresa, com a sua privatização em 1989, e sua mudança para CELTINS a partir da criação do estado do Tocantins. Atuou como gerente comercial até 1997, prosseguindo como Superintendente Regional até 2005, quando mudou-se para Palmas. Em janeiro de 2016 aposentou-se da CELTINS. Deixou a Companhia sendo reconhecido como um profissional íntegro, companheiro e extremamente competente. Amilton dedicou-se para formar as duas filhas: Adriana em Psicologia e Alessandra em Direito; em seguida foi a esposa Antônia que concluiu o curso de Filosofia. Ele abriu mão de seu sonho de juventude para formar primeiramente as mulheres de sua casa. Somente depois, com 50 anos, Amilton ingressou na faculdade de Ciências Contábeis, tendo concluído o curso como o melhor aluno da turma, reconhecido por sua dedicação e excelentes notas. São inúmeros os motivos e exemplos de renúncia, superação e companheirismo que marcaram profundamente a história da família. Após o falecimento de sua esposa, contraiu segundas núpcias com Mayara Martins, filha de Edival Lima e dona Telé Lima. A filha caçula, Alessandra Martins é casada com Adriano Borges e mora em Atlanta (Estados Unidos) desde 2007. Eles têm dois filhos: Raquel (6 anos) e David (3 anos). Eles são obreiros na Igreja MSBN; Alessandra atua como ministra de louvor e seu esposo como diácono e líder da mídia. A primeira filha, Adriana Martins Ribeiro, casada com Charles Ribeiro, mudou-se para os Estados Unidos em 2017. Lá residem com os 2 filhos: Igor Luiz Martins (17 anos) e Anna Ribeiro (7 anos). Adriana e Charles são pastores na Igreja MSBN. Amilton é um homem alegre, que gosta de cultivar amizades, bom de prosa (assim como seu pai Miguel), organizado e ordeiro (como sua mãe Margarida), incansável trabalhador, dedicado à família, que preza pelos valores cristãos (como seus demais irmãos e irmãs). Ele sempre foi um referencial para toda a família, que viam nele um exemplo a ser seguido, como profissional dedicado, que começou ainda menino a trabalhar e deu sequencia por toda vida, sempre disposto a ajudar e direcionar sobrinhos, primos e demais parentes no competitivo mercado de trabalho tocantinense. Sendo também um marido zeloso, pai presente na vida de suas filhas e avô amoroso com seus netos. Amilton Ferreira Martins reúne muitas marcas e traços dessa família virtuosa que foi pioneira em Gurupi e ajudou a consolidar o desenvolvimento socioeconômico do mais novo estado do Brasil: o Tocantins!!!
(8)- EVERCINO FERREIRA MARTINS nasceu em 07/06/1957, na região do Vale do Tucum, município de Dueré. Pouco tempo após seu nascimento, sua família mudou-se para a região do Buriti Grande. Em 1960, nova mudança, desta vez para o povoado de Cariri, situado às margens da Rodovia Federal Belém-Brasília, que tinha poucos anos de inaugurada e ainda não era asfaltada e sinalizada. A trajetória de Evercino desde seus primeiros dias foi marcada por mudanças, desafios e superações. A vida naquele tempo era bem difícil, pois as cidades e povoados tinham pouca infraestrutura e os serviços públicos eram precários. Em 1961, Gurupi passou a contar com cartório de registros civis, de modo que Evercino já estava grandinho quando seu pai Miguei tirou seu registro de nascimento nessa cidade. Em Cariri, Evercino e seus irmãos estudaram sob os cuidados da professora Expedita. Em 1965, ao se mudarem para Gurupi deram sequencia nos estudos e começaram a trabalhar. Em dezembro de 1974, concluiu o curso científico no Colégio Bernardo Sayão. Em janeiro de 1975, com apenas 17 anos de idade ele começou a trabalhar na agência do Banco Bradesco. Em 1980, Evercino foi transferido para trabalhar na agência em Tocantinópolis, no extremo norte do Tocantins, perto da divida com o estado do Maranhão. No ano seguinte ele prestou e foi aprovado no concurso do Banco da Amazônia (BASA), indo morar em Imperatriz (Maranhão). Ele sempre retornava para rever familiares e amigos em Gurupi. Foi num desses retornos que ele começou a namorar com a jovem Rute Iurko Martins Ferreira, filha dos empresários e produtores rurais catarinenses Santo Jacinto Martins e Clementina Iurko Martins. Em 16/11/1985 Evercino e Rute se casaram, tendo 3 filhos: Natália Martins Ferreira, Bruna Iurko Martins e Danilo Iurko Martins. Percorreram várias cidades: de Imperatriz foram para Balsas (também no Maranhão), retornado para o Tocantins em 1998, primeiramente para Natividade, seguindo por Miracema, Miranorte e Araguaina, até se estabelecerem definitivamente em Palmas, em 2013. Nessa peregrinação, Evercino e Rute tiveram que lidar com muitas dificuldades e lutas, superando cada situação com união e companheirismo. Enquanto muitos casais podem criar seus filhos na mesma cidade com auxílio de avós, tios, primos e primas, ele e sua esposa estiveram praticamente sozinhos, criando seus três filhos com amor e dedicação. Hoje, Evercino e sua família tem um modo de vida diferente daqueles que os Nicasse-Bertoldo experimentaram nos anos 1940 a 1960. Nessas duas décadas, sua grande família de 12 pessoas (Miguel, Margarida e os 10 filhos) esteve ligada ao ambiente rural, em contato com a natureza, especialmente na criação de gado e no trabalho de curtimento do couro. Quando criança, Evercino e seus irmãos brincavam com os ossinhos secos do mocotó dos bovinos como se fossem pequenas vacas, cavalos e vaqueiros. Após muitos anos de trabalho e dedicação ele viu aquela brincadeira de infância tornar-se realidade com a aquisição de uma fazenda, que ele cuida como uma recordação dos primórdios de sua vida no vale do córrego Tucum e na região do Buriti Grande, onde seu pai e tios apascentavam os rebanhos de gado-curraleiro para sustento da família. De todos os irmãos e irmãs, Evercino é privilegiado nesse sentido, de poder preservar as raízes da fase inicial de sua bem-aventurada família, relembrando o esforço, a dedicação e o grande amor que seus pais tiveram para criar e conduzir cada um dos 10 filhos. Atualmente, Evercino, sua esposa Rute, os três filhos Natália, Bruna e Danilo e o neto Matheus, vivem uma nova fase, diferente da realidade rural do antigo norte goiano. Eles residem em Palmas – uma cidade planejada, ampla, organizada e muito bonita, considerada uma das capitais brasileiras com melhor padrão de vida, que oportuniza aos seus habitantes acesso fácil a diversos bens e serviços que outrora eram tão escassos àqueles que viviam nas fazendas e chácaras do interior do estado. Num período de 50 anos a família Nicasse-Bertoldo experimentou essa transformação do Brasil, de modo geral, e do Tocantins, em particular. Eles viram essa enorme mudança, de uma região isolada e inóspita, para um estado próspero, pujante e cheio de ótimas oportunidades. Evercino e Rute podem se orgulhar ao verem que seus filhos e neto colhem os frutos das boas sementes que foram plantadas por eles e por seus antepassados. Miguel e Margarida são alguns personagens primordiais que devem ser sempre lembrados com orgulho e gratidão por toda família, pois por seu pioneirismo, coragem, trabalho, bons exemplos e fé em Deus ajudaram a construir essa ótima realidade!!!
(9)- ROSITA FERREIRA MARTINS é a nona filha do casal Miguel e Margarida e a última a nascer no vale do córrego Tucum, na zona rural de Dueré. Após seu nascimento, a família se mudou para a região chamada Buriti Grande. Foram anos difíceis, pois deixaram amigos e parentes para desbravarem outra localidade, até então desconhecida para a maioria deles. Em 1960, foram para o povoado de Cariri, passando a morar numa casa que seu pai construiu. Essa residência foi, anos mais tarde, vendida para a Igreja Católica, que a reformou, e ainda hoje existe como uma lembrança dessa família pioneira que ajudou a consolidar Cariri como uma das cidades mais conhecidas do sul do Tocantins. Em 1965, eles se mudaram para Gurupi, onde Rosita estudou e fez sua carreira como enfermeira. Seu primeiro emprego foi no Hospital Santa Lúcia do Dr. Furtunato Soares Barros (ginecologista e obstetra), localizado à Rua 3, entre as Avenidas Goiás e Pará, centro. Rosita ajudou nos cuidados de vários sobrinhos e sobrinhas que nasceram em Gurupi, Alessandra e Adriana do irmão Amilton e da querida Antônia (in memoriam), Joyce e Suellen da irmã Maria Ferreira e seu esposo Amilton, vários filhos da irmã Eugênia e Evaldo. Atualmente Rosita está aposentada como servidora pública da saúde. Ela tem 2 filhos (Fernanda e Sergio) e 1 neto.
(10)- AMÉLIA FERREIRA MARTINS é a filha caçula de Miguel e Margarida. Ela nasceu, em 12 de fevereiro de 1960, no povoado de Cariri, que pertencia ao município de Gurupi. Em 1965, sua família se mudou para Gurupi, onde estudou no Educandário Evangélico Gurupiense, que era uma escola mantida pela Igreja Evangélica Assembléia de Deus. Dessa época, Amélia guarda boas recordações das professoras queridas que influenciaram sua vida, com destaque para Madalena, Olivia e Isabel Pereira da Costa (que era sua prima, filha de Tadeu Pereira Martins e Maria José Costa Pinto). Amélia estudo no Educandário até a 3ª Série. Em 1971, com o fechamento da Escola começou a estudar a 4ª Série no Instituto Filantrópico Gurupiense. Ela fez exame de admissão no Colégio Estadual de Gurupi, onde estudou até a 7ª Série. Em 1976, foi transferida para o Colégio Batista de Gurupi (atual Colégio Positivo), administrado pelo pastor Patrício Pereira Gomes e sua esposa missionária Elza de Sousa Marques Pereira. Essa transferência ocorreu porque ela começou a trabalhar como secretária no Hospital Santa Lúcia do Dr. Furtunato Soares Barros (ginecologista e obstetra), e no Estadual não tinha vagas à noite. Desde pequenina Amélia acompanhava sua mãe nos cultos na 1ª Igreja Batista de Gurupi, situada na Rua 04, entre as Avenidas Goiás e Pará. Em 15 de agosto de 1976, Margarida e sua família participam da cerimônia de lançamento da pedra fundamental da 2ª Igreja Batista na cidade, que ficou conhecida como Igreja Batista Peniel, localizada na Rua 07, entre as avenidas Piauí e Pernambuco, centro. Em 1980, Amélia deixou o emprego no Hospital Santa Lúcia e teve breve passagem pelo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), como operadora de PABX. No dia 05 de novembro de 1980 foi admitida no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), onde trabalhou por sete anos em Gurupi. Em janeiro de 1987, Amélia foi transferida para Goiânia, indo morar com a família do Dr. Aroldo Rastoldo (in memoriam), tendo sido recebida como filha, tratada com muito amor e carinho. Desse período, Amélia carrega ótimas lembranças, talvez a maior de todas seja a conquista da tão sonhada faculdade de Administração de Empresas na Universidade Católica de Goiás (UCG). Em 1994, a convite de seu irmão Adilmar, ela mudou-se para Brasília, onde passou a trabalhar no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), até se aposentar em 2013. Na capital federal, ela congregava na Igreja Nacional do Senhor Jesus Cristo (INSEJEC), da Pastora Valnice Milhomens. Atualmente tem residência em Goiânia, mas ficando o maior tempo em Cariri onde seu pai Miguel mora com a irmã Eugênia Ferreira de Morais, para ajudar nos seus cuidados. Em Gurupi, ela participa da Igreja Batista Sião, juntamente com outros membros da família, como a irmã Rosita e os primos Pedro e Maria Natividade. Amélia, por ser a filha mais nova, não passou muitos perrengues e dificuldades que seus irmãos mais velhos tiveram que enfrentar enquanto seus pais moravam na área rural, no Vale do Tucum e no Buriti Grande. Desde cedo ela soube valorizar as boas oportunidades que teve. Reconhecida como uma mulher trabalhadora, honrada, zelosa em sua fé e princípios. De todos os irmãos e irmãs, Amélia talvez seja a que mais possui semelhanças físicas com sua querida mãe Margarida. Alegria, bondade, dedicação, compromisso, sabedoria, gentileza, disposição para ajudar são algumas das inúmeras qualidades que ela expressa bem, engrandecendo o nome e as referências positivas de sua grande família Nicasse-Bertoldo, em todos os diversos locais onde se ramificaram e se estabeleceram!!!
BIBLIOGRAFIA:
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Palmas – TO, Junho de 2018.
Giovanni Salera Júnior
E-mail: salerajunior@yahoo.com.br
Curriculum Vitae: http://lattes.cnpq.br/9410800331827187
Maiores informações em: http://recantodasletras.com.br/autores/salerajunior