MARCO TÚLIO CÍCERO....
Cícero
Cícero nasceu em Arpino, Itália, no dia 3 de janeiro de 106 a.C. Recebeu os ensinamentos dados aos oradores, filósofos, poetas e jurisconsultos da época.
Seu primeiro caso como advogado foi em 80 a.C., quando defendeu Sextio Róscio, em um processo que assumiu importância política, já que era o ditador Sila que estava contra o acusado, de ter praticado parricídio. Vitorioso, escapou da vingança de Sila fugindo para Grécia, onde se dedicou ao estudo da filosofia e da oratória.
Cícero só voltou para Roma após a morte de Sila e com grande prestígio foi eleito questor, em 75 a.C., para servir na Sicília, onde ficou conhecido como um administrador justo. Era o primeiro passo para a hierarquia política de Roma Antiga.
Em 69 a.C. foi eleito edil, em 66 a.C. foi eleito pretor, e em 63 a.C. foi eleito cônsul, obtendo duas vitórias ao defender o Senador Caio. Como pretor fez um importante pronunciamento político, reivindicando para Pompeu o comando das tropas romanas, com o apoio dos conservadores do Senado, os optimates.
Cícero participou de grandes eventos da história política de Roma, como as guerras civis e a ditadura de Júlio César, tornou-se um dos homens mais importantes de Roma ao lado de Marco Antônio. Cícero, o porta-voz do Senado, e Marco Antônio, cônsul.
As desavenças entre os dois eram constantes. Cícero atacou Marco Antônio, colocando contra ele os membros do senado. Marco Antônio organizou uma marcha para prender Cícero.
No dia 7 de dezembro de 43 a.C., Cícero acabou sendo capturado e assassinado. Sua cabeça e mãos foram decepadas e expostas ao povo.
Como filósofo, Cícero escreveu grande parte de seus trabalhos entre 45 e 44 a.C. Alguns são anteriores a esse período, como: "Sobre a República" e "Sobre as Leis”. Outras obras de Cícero são: "Sobre a Consolação" e "Sobre os Objetivos da Ética", "Discussões em Túsculo", "Sobre a Natureza dos Deuses", "Catão o Velho ou Sobre a Velhice", "Sobre a Adivinhação", "Sobre a Amizade" e "Sobre os Deveres".
Família
Cícero casou-se com Terência, provavelmente aos 27 anos de idade, em 79 a.C.. Segundo as tradições morais da classe superior romana da época, este foi um casamento de conveniência, mas perdurou, de forma harmoniosa, por cerca de 30 anos.
A família dela era rica, provavelmente a casa nobre plebeia dos Terêncios Varrões, o que se encaixava bem com as ambições políticas de Cícero, tanto em termos econômicos quanto sociais.
Ela tinha uma meia irmã chamada Fábia, que ainda criança, tornou-se uma virgem vestal, uma honra muito grande.
Terência era uma mulher de vontade forte e, segundo Plutarco, "ela demonstrou mais interesse na carreira política do marido do que ela permitiu que ele interferisse nos assuntos domésticos".
Na década de 50 a.C., as cartas de Cícero a Terência tornaram-se mais curtas e mais frias. Ele reclamava aos amigos que ela o teria traído, mas não especificou em que sentido.
Provavelmente, o casamento simplesmente não pôde resistir à tensão das revoltas políticas em Roma, o envolvimento de Cícero nelas e várias outras disputas entre os dois. O divórcio parece ter ocorrido em 51 a.C. ou pouco antes. Em 46 ou 45 a.C.
Cícero casou-se então com uma jovem, Publília, que havia sido sua pupila. Acredita-se que Cícero precisava do dinheiro dela, especialmente por ter que devolver o dote de Terência. Este casamento não durou muito.
Embora o casamento com Terência tenha sido de conveniência, acredita-se amplamente que Cícero gostava especialmente da filha deles, Túlia Cícera.
Quando ela ficou doente, em fevereiro de 45 a.C., e morreu depois de ter aparentemente se recuperado do parto de seu filho em janeiro, Cícero ficou arrasado. "Perdi a única coisa que me prendia à vida", ele escreveu a Ático.
Ático pediu-lhe que Cícero fosse visitá-lo durante as primeiras semanas de seu luto para que recebesse conforto no pior momento de sua dor. Na gigantesca biblioteca de Ático, Cícero leu tudo que os filósofos gregos haviam escrito sobre a superação do luto, "mas minha tristeza supera qualquer consolo".César, Bruto e Rufo enviaram-lhe cartas de condolências.
Cícero esperava que seu filho se tornasse um filósofo como ele, mas Cícero, o Jovem, preferia a carreira militar. Ele juntou-se ao exército de Pompeu em 49 a.C. e, depois da derrota dos republicanos na Batalha de Farsalos, em 48 a.C., César o perdoou.
Cícero o enviou a Atenas para estudar como discípulo do filósofo peripatético Crátipo de Pérgamo em 48 a.C., mas ele próprio se aproveitou do fato de estar distante dos "olhos vigilantes de seu pai" para "comer, beber e ser feliz".
Depois do assassinato de Cícero, seu filho se juntou ao exército dos liberatores, mas foi, mais uma vez, perdoado, desta vez por Otaviano (o futuro imperador Augusto).
O remorso de Otaviano por não ter se oposto à colocação de Cícero na lista de proscritos durante o Segundo Triunvirato levou-o a ajudar consideravelmente a carreira do filho dele.
Cícero, o Jovem, tornou-se áugure e foi nomeado cônsul em 30 a.C. junto com o próprio Otaviano. Na função, o destino quis que ele fosse o responsável por revogar todas as honras dedicadas a Marco Antônio, o principal artífice da proscrição de seu pai. Posteriormente, ele atuou como procônsul da Síria e da Ásia.