Antonio Carlos Belchior - Biografia Oficial - Primeira Parte
Esta é uma breve Biografia do cantor Belchior. A Biografia será lançada este ano. O nome: Quero lhe contar como eu vivi e tudo que aconteceu comigo - Da Fama ao Exílio. Escrito por Estêvão Zizzi, Wilson Belchior, Angela Belchior.
ANTONIO CARLOS BELCHIOR, terceiro filho de Otávio Belchior Fernandes e Dolores Fontenelle Fernandes, nasceu em casa na Rua Santo Antonio às 18 horas em 26 de outubro de 1946 e foi registrado no dia 27, em Sobral/CE.
Quem fez o parto foi Maria César Paiva (Mariinha Paiva).conhecida como a “Mãe de centenas de Sobralenses”. Nesse dia ela registrou em sua caderneta.
“Dolôres do Snr. Otávio descançou no dia 26 de Outubro de 1946 às 6 horas da tarde: sexo masc.”
O nome foi dado em homenagem ao mais importante Compositor de ópera brasileiro. Antonio Carlos Gomes, autor da Ópera o Guarani.
Em 01 de dezembro de 1946, foi batizado na Catedral Sé em Sobral.
Consta do livro de Registro de Batismo:
“Ano de 1946. Antonio filho legítimo de Otávio Belchior Fernandes e de Dolores Gomes Fontenele Belchior, nasceu a vinte e seis de outubro de mil novecentos e quarenta e seis, e foi por mim solenemente batisado na Catedral a primeiro de dezembro de mil novecentos e quarenta e seis. Foram padrinhos: João Ribeiro Vasconcelos e Heloisa Vasconcelos. Para constar, lavrou-se este termo que assino. O Paroco Conego Domingos Araujo.”
Em 1952, na mesma Catedral da Sé, fez a primeira comunhão, contava com seis anos de idade.
Belchior – Belchiôr – Belxiór?
Em consulta na Academia Brasileira de Letras no Rio de Janeiro, fomos tirar a dúvida da origem, escrita e pronuncia do nome de Belchior.
“O nome tem duas variantes, Melchior e Belchior, forma que parece ser mais popular, pelo menos, em Portugal. José Pedro Machado, no Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, registra as duas variantes e atribui-lhes origem hebraica, mas não lhes dá um significado preciso, apenas as relacionando com a ideia de «rei». A Pronúncia correta do nome é Belxiór e se escreve Belchior.”
Fez o primário nos anos de 1952 a 1956 pela primeira professora leiga de Sobral, Isabel Cecy Cialdini.
Em dezembro de 1956, aos 10 anos de idade, fez o exame de admissão em Sobral. Em Português tirou 5.2, Geografia 7.0, Matemática 5.5, História 9.0. Passou no com média geral de 6,5 e ingressou no Colégio Sobralense, onde cursou o Ginasial de 1957 a 1960. Recebeu o Diploma do Colégio Sobralense em 09 de dezembro de 1960, terminando aos 14 anos de idade. Nesses quatro anos teve aulas de Português, Latim, Francês, Inglês, Matemática, Ciências Naturais, História Geral, História do Brasil, Geografia Geral, Geografia do Brasil, Trabalhos Manuais, Desenho, Canto Orfeônico.
Fez o curso Científico no Liceu do Ceará nos anos de 61 a 63.
“ Certificamos que Antonio Carlos Belchior, filho de Otávio Belchior e de Dolores Gomes Fontenelle Fernandes, natural de Sobral – Ceará, nascido em 26 de outubro de 1946, tendo em vista os resultados das provas prestadas no 3º série do Curso Científico é considerado habilitado no 2º ciclo Secundário, nos termos da LEI ORGANICA DO ENSINO SECUNDÁRIO. ( Decretos-Leis números 4.244, de 9 de abril de 1942 e 8347 de dezembro de 1945.”
Nos anos de 1963 a 1966 foi seminarista no Mosteiro de Guaramiranga. Passou a se chamar de Frei Antonio de Sobral. No ano de 65 Foi estudar Fiosofia no Convento do Coração de Jesus, em Fortaleza.
Em dezembro de 1966 deixou o Seminário.
“Rev.mo Padre Geral - Clementenio Vlissingen
Frei Francisco Antônio de Sobral (Antônio Carlos Belchior), estudante clérigo “non in sacris” e professo de Votos temporâneos da Custódia Geral “São Francisco de Assis” do Brasil, depois de ter rezado e se aconselhado com seu Diretor Espiritual, pede humildemente lhe seja concedido o Indulto de secularização, sentido-se incapaz de observar as obrigações inerentes a vida religiosa.
Pedindo sua Benção - Fortaleza 5 de Dezembro de 1966.”
Após terminar o curso pré-vestibular, em 5/1/1968 fez o vestibular unificado para ingresso na Universidade Federal do Ceará, onde participaram mais de mil candidatos. A prova foi uma redação sobre o poema “Telha de Vidro” da cearense Raquel de Queiroz. A prova foi realizada no Colégio Militar de Fortaleza. Para a surpresa de todos Belchior teve a nota máxima, passando em primeiro lugar.
Na segunda fase fez provas de Português, Inglês, Matemática, Física, Química e Biologia e ingressou em março do mesmo ano na Faculdade de Medicina. Das cem vagas, 30 alunos foram eliminados e, posteriormente, entraram através de liminar judicial.
Naquele mês saia no Jornal: - “ Os cem cobras na Medicina.” E ali estava o nome de Belchior.
Em 12/03/1969 à 06/02/1970 foi Professor de Biologia no Colégio Santo Inácio.
Mas o destino estava traçado! “No início do quarto ano de Faculdade, em abril de 1971, Belchior deixou a Faculdade e partiu para o Rio de Janeiro.
Em agosto de 1971, Belchior ganhou o troféu Bandolim de Ouro, Cr$ 10 mil (dez mil cruzeiros) e uma viagem à Europa, com sua participação no IV Festival Universitário de Música Popular, realizado pela TV Tupi no Rio de Janeiro, em que conquistou o prêmio de melhor compositor com a sua canção Na Hora do Almoço, interpretada por Jorginho Telles e Jorge Nery no palco do teatro João Caetano.