AMENHOTEP, FILHO DE HAPU (1389-1351)
 

Amenhotep viveu em torno de 1389 e 1351 antes de Cristo, e foi o filho de Hapu, sendo tão conhecido que mesmo após sua partida, foi tornado divindade e permanece no imaginário popular egípcio. Ele nasceu em uma cidade de Atripis, no baixo Egito, de uma família de nobreza local. Sua mãe era Ity, e seu pai Hapu, sacerdote de Hórus, ele escriba, e ela dona de casa. Viveu entre o reinado de Thutmose III e Amenhotep II. Foi chefe do exército de Menfis, chefe de recrutamento, governador e escriba dos soldados. No campo sacerdotal foi sacerdote de Sem, primeiro profeta de Atribis, grande celebrande de Amon e intendente dos rebanhos de Amon. No campo civil foi escriba real, responsável pelo censo e chefe das obras públicas, sendo arquiteto real. Ademais, tinha os títulos de amigo do rei, portador do selo real e administrador dos bens de Sitamon. Foi assim sobremaneira ligado a rei Amenófis III. Ficou tão famoso quanto Imhotep. Entre suas obras estão os Colossos de Memnon, teve uma estátua no templo de Karnak dedicada a ele. Era considerado uma divindade de poderes curativos e associado a Osíris e Amon-Rá, sendo representado como um homem segurando um rolo de papiro. Deste modo, ele estava sempre associado ao mundo intelectual, embora estivesse também ligado a vida militar e a construções de templos. Ele enfrenta uma série de problemas filosófico, e vai além, escrevendo inclusive livro de magia. Ligado principalmente ao problema ético, uma vez ampliando a noção de Ma'at, divindade ligada a justiça e a verdade. Construiu o templo funerário de Amenhotep III e a necrópolis tebana. Outras edificações ligadas a ele são os templos de Luxor e Soleb, templo de Mut e de Honsu, e ainda ao palácio de Malkata. As estátuas o mostram como um ancião satisfeito, ao longo de seus 80 anos de idade. Havia em seu tempo uma mudança religiosa, onde se incluía mais os cultos solares. E Amenhotep era um devoto de Amon, e por sua sugestão se assimilou o deus assim tornando-se Amon-Rá, e depois surge a “heresia” monoteísta que seria a rival, com divindade Aton, via a rainha Tiy. Mas isso não tem comprovação, apesar de ser uma possibilidade. E o seu livro de magia é na verdade o que depois seria em muito ciência. Como disse Asante1: “Há pouco que é místico sobre o que o mago consegue. Um determinado conjunto de eventos é iniciado pela representação vocal das fórmulas. São estabelecidas sequências que permitem que outras sequências sejam seguidas. A magia é alcançada quando as sequências funcionam sem problemas e não se sabe que a magia foi realizada”. Contudo, o que ele praticava realmente parecia ser curas. Mas o que foi realmente é o primeiro exemplo de um intelectual. Morreu quanto tinha 81 anos, na época que os seguidores de Akhenaton defendiam o monoteísmo e a nova “heresia”, e a causa da morte foi segundo alguns o assassinato ou mesmo o suicídio. Mas ficou no imaginário popular como divindade, estando em comparação a Imhotep e Kagemni, como uma mago bondoso. Ele tinha a crença numa natureza holística do universo, e tudo estava conectado.

 
1ASANTE, Molefe Kete. The egyptian philosophers. p. 81.