A LIBERDADE... A VONTADE... "José Márcio Castro Alves - Presidenciável? - Trata-se de um blogueiro idoso e talentoso! Nando Moura um blogueiro jovem e talentoso!".

A LIBERDADE... A VONTADE... “José Márcio Castro Alves – Presidenciável? Trata-se de um blogueiro idoso e talentoso. Nando Moura, um blogueiro jovem e também talentoso!”.

OS PETRALHAS QUE SE CUIDEM!

JOSÉ MÁRCIO CASTRO ALVES.

Face News.

José Márcio Castro Alves entrevistado por João Heitor Montans Condé em 11 de julho de 2011.

“Foto: - De José Márcio Castro Alves, Segunda Feira, 11 de julho de 2011”.

João Heitor – José, de início, a título de apresentação, fale, em linhas gerais, sobre você: - Sua origem, família, formação escolar, etc.

José Márcio - Sou filho de uma pobreza limpa, romântica, Flávio e Cidinha, onde as crianças explodiam em criatividade, pois a propaganda era bem menor. Poucas imagens e sons, ao contrário desse mosaico monstruoso que é apresentado às crianças de hoje, desde o nascimento.

Somos sete irmãos com uma penca de primos dos dois lados, dos avós maternos e paternos.

Dá pra sentir o cheiro do perfume da professora quando pegava em minha mão pra contornar uma vogal no lápis, aquela mão com esmalte e uma voz macia inspirando confiança e ternura.

Sempre na garupa do meu pai, o dia todo, ídolo eterno.

Casimiro de Abreu é o meu favorito, pois me leva pra lá, seguramente na quadra mais gostosa que a madureza nos remete.

A memória nos trai. Nos confunde.

“Foto: - De José Márcio Castro Alves tocando violão quando bem jovem”.

Vi televisão aos 12 ou 13 anos e conheci o mar aos dez, quando o meu avô Fabio Meirelles Alves nos levou a Itanhaém lá pelos 1963, por aí.

“Minha Campinas, Rancho Iza, casa cheia, vez em quando, volta e meia, tempo voa, faz tempão”.

Esse é um versinho de uma música que fiz para a minha mãe por ocasião dos seus 60 anos.

Hoje ela já fez 80 e parece que a festa que fizemos pra ela há vinte anos foi esses dias atrás.

Fiz o primário em Campinas, admissão em Altinópolis, a primeira série do ginásio no Liceu, em Campinas, e depois viemos pra Ribeirão Preto, Colégio Marista e Colégio Otoniel Mota, CIGARRO, CERVEJA e vícios precoces, num tempo em que ANDÁVAMOS a PÉ e conhecíamos a cidade na sola do sapato.

Velórios nas casas, lágrimas espontâneas, primeiro amor, carta, correio, espera, serenata, vadiagem, sempre sem dinheiro, coisa errada, coisa certa e ótimas lembranças.

João Heitor – Você tem um Gosto Musical Refinadíssimo e a MÚSICA sempre fez parte de sua vida. Fale um pouco sobre MÚSICA.

José Márcio - Aos 15 anos eu dava AULINHAS de VIOLÃO, pegava ônibus e ia até Altinópolis, Brodowski e Orlândia.

Tinha um BOM OUVIDO e TOCAVA BEM, na opinião dos amigos que, como eu, também não sabiam nada de música.

Pegava um ALICATE e AFINAVA o PIANO da minha avó, NO PURO OUVIDO.

Nunca aprendi música corretamente, com partitura, etc. Sou um analfabeto musical, mas sei conversar musicalmente.

Quem não tem OUVIDO ou RITMO, não sabe CONVERSAR MÚSICA, por mais que saiba lê-la ou escrevê-la. É um desastre.

Por outro lado, os músicos autodidatas não servem pra muita coisa (exceções não são regras).

MÚSICA é PARTITURA e deve ser estudada desde a INFÂNCIA, sempre, com se fosse uma matéria da grade escolar.

A melhor música do mundo é a MÚSICA CLÁSSICA e os melhores instrumentos são os que existem numa ORQUESTRA SINFÔNICA.

Esse negócio de depender de uma tomada de força (energia elétrica) pra ligar uma guitarrinha, tecladinho, etc., não serve pra nada.

VIOLÃO também NÃO SERVE PRA NADA. Um piano, um violino, um cello, aí sim.

A pessoa que domina um desses instrumentos vira alguma coisa com mais facilidade.

O Roberto Minczuk é trompista e um grande músico, sabe tudo.

Os grandes músicos populares sabem música, e saber música é saber a música clássica, ler, escrever e tocar.

Os melhores compositores populares do mundo sabem música como deve ser sabida. O VILLA-LOBOS é um dos melhores músicos do mundo.

Os compositores norte americanos são ótimos, aqueles do início e meados do Século XX.

Aqui temos a Chiquinha, o Sinhô, Pixinguinha, Jacob do Bandolim, o Noel, o Ary, o Vadico, o Radamés, o Tom Jobim, etc., (tem mais uns 50 ou 100).

Eles foram na onda deles, dos clássicos e dos norte americanos, na forma deles, mas com um bom conhecimento da música clássica, da escrita, da pauta, a grande música.

Temos ótimos compositores no Brasil, mas os bons mesmo sabem música e escrevem música como deve ser escrita, no tom certo.

Hoje, no quesito música brasileira gosto mais de MÚSICA SINFÔNICA, do jazz sinfônica tocando alguma coisa, da OSESP, enfim, de uma boa orquestra tocando, afinadinha.

MÚSICA CHEIA, ALEGRE. Nada de violãozinho doméstico debaixo do braço, naquelas rodinhas horrorosas de musiquinhas chatas e sem qualquer beleza sonora.

Pouquíssimas vezes ouvi música boa no Brasil de uns 30 ou 40 anos pra cá, sempre mais ou menos.

Os melhores discos do nosso cancioneiro popular ou erudito são aqueles em que havia uma boa orquestra tocando.

Nunca ouvi o Frank Sinatra cantar sem uma ótima orquestra ou cantar essas porcarias metafóricas com sofismas idiotas que se compõem por aqui, como aquelas verborréias de letras inúteis que servem apenas pra encher o saco.

Mas você é obrigado a gostar daquela porcaria, senão eles te cortam, etc.

MÚSICA FEIA não me apetece. É o que se faz em muito por aqui. Outro dia eu vi a banda Pó de Café (Ribeirão Preto) tocando ótimas músicas.

Dá gosto de ouvir. De cada 100 mil composições brasileiras com letra, uma ou outra dá pra suportar.

A música popular norte americana é a melhor música popular do mundo. É o que eu gosto de ouvir.

João Heitor – Tudo o que você faz na vida é com maestria e os resultados são sempre surpreendentes. Hoje você se dedica à produção e EDIÇÃO de VÍDEO. Como é trabalhar com isso?

José Márcio - Quanto aos filminhos que adoro fazer, me dê alguns retratos e uma entrevista que eu te conto uma historinha. Gosto de história. Sou um memorialista. Gosto de editar, sonorizar. Contei a história da minha terra natal (Altinópolis) ouvindo uns velhinhos no banco do jardim e ficou boa.

Se pegarmos todas aquelas falas e passarmos pro papel, juntamente com as fotos, dá um livro útil e gostoso de ler.

Sou meio autodidata em muitas coisas, relaxado em outras, mas o que eu gosto mesmo é de fazer documentários, filmar, entrevistar e editar.

Já fiz uma porção deles e todos com boa aceitação, apesar de serem filminhos caseiros. Dinheiro? Mal dá pro cafezinho.

João Heitor – Você é uma pessoa sincera, mesmo que isso lhe traga alguns dissabores. O que é e o que representa a FORMAÇÃO MORAL e a RETIDÃO de CARÁTER?

José Márcio - Sou um admirador da Constituição dos Estados Unidos da América e de todos aqueles homens que ajudaram a escrevê-la. “Se acaso você sobreviver a um NAUFRÁGIO, construa um FAROL”. Esse é o lema deles.

Admiro MARTINHO LUTERO e a sua filosofia, admiro as ARTES e as CIÊNCIAS, as coisas que realmente importam, e que vieram pra ficar.

Creio que a boa EDUCAÇÃO provém dos LIVROS e dos MESTRES que te ORIENTAM a PENSAR por si, ao contrário do coletivismo.

Uma nação se faz com HOMENS e LIVROS, balizados na Moral Cristã e na Alta Cultura.

Meus MESTRES são vários, mas agradeço muito ao OLAVO de CARVALHO que me abriu os olhos um pouquinho pra ver com clareza o que não conseguia ver.

Quer estragar um filho no Brasil de hoje? DEIXE a TELEVISÃO ligada e matricule-o em qualquer escola, privada ou pública (a maioria).

Em poucos anos você terá um produto desse meio PAPAGUEANDO o que há de pior na espécie.

Observações do escriba:

1ª - Parece-me que atualmente José Márcio Castro Alves tem 62 anos de idade.

2ª – Estou lascado! Meu OUVIDO é quase uma porta, meu RITMO é um desastre e meu VIOLÃO virou um bagaço! E tem mais, ao invés de começar a estudar música na infância, comecei na 5ª idade. Discordo sobre o valor do VIOLÃO. Um VIOLÃO muito bem tocado é GOSTOSO. A depender da MELODIA, da HARMONIA e do RITMO. Três VIOLÕES bem afinados e harmoniosos são capazes de ALEGRAR um AMBIENTE. Naturalmente, não podemos comparar com uma Orquestra Sinfônica. Admiro mais um piano e uma flauta. MEU VIOLÃO, mais dois violões, um piano e uma flauta. Está de bom tamanho!

3ª – Sobre a EDUCAÇÃO, primeiro a FAMÍLIA, depois os MESTRES e finalmente os LIVROS. Os três se somam!

4ª – Concordo com muitas das ideias do Senhor José Márcio. Não com todas!

Fonte: INTERNET.

NANDO MOURA – Um jovem e talentoso Blogueiro.

Nando Moura, o metaleiro que ninguém conhecia, exceto milhões.

Ele não gosta da pecha de ‘youtuber’, se define como PROFESSOR de VIOLÃO, headbanger, Conservador Liberal e explicou por que, entre outros vídeos, postou “A PUTA VERMELHA CAIU #TCHAUQUERIDA”.

Por João Paulo Vicente – Maio, 02, 2016.

The Unforgiven.

Na primeira vez que falamos ao telefone, Nando Moura concordou em conversar comigo para esta matéria com a única condição de Gravar a Entrevista na Íntegra para garantir que eu não colocaria Palavras em sua Boca.

Dito e feito: - Poucas horas depois da entrevista, já tinha subido um vídeo com todo nosso papo no seu canal de YouTube — o que no jornalismo configuraria dar um furo, e ele, no caso, conseguiu furar a própria entrevista.

Por isso mesmo, na matéria que se segue você terá acesso ao vídeo do Nando.

"Tenho certeza, cara, que a MÍDIA distorce absolutamente tudo".

Pouco depois da proeza do auto furo, as visualizações do vídeo passavam das dezenas de milhares e os comentários iam de trocadilhos do nome deste magazine com o honorável time carioca que quase sempre chega lá, xingamentos a mim, xingamentos ao próprio Nando Moura, além dum sem fim de piadas internas indecifráveis para quem não é iniciado naquele universo.

E que universo é esse? O caótico cenário de opiniões políticas e posições pessoais extremadas da internet, no qual a verdade é um mito, e os views são a lei.

"As pessoas têm mania de distorcer o que eu, o Bolsonaro, dizemos, por isso quero ter a entrevista completa", disse, primeiro naquela ligação, e repetiu na conversa por skype.

A comparação com o deputado carioca do PSC, a quem entrevistou no final de fevereiro em um vídeo que beira as 800 mil visualizações, ajuda a entender o posicionamento político de Nando, apesar de ele ressaltar que Não Concorda com 100% do Discurso do Ex-Militar.

Observação do escriba: - Eu também não concordo 100% com o Deputado Federal Jair Bolsonaro.

"Eu prefiro o Ronaldo Caiado (DEM – GO), mas se o Bolsonaro decidiu carregar esse fardo, eu vou votar em quem?", questiona.

E o fardo, no caso, é uma luta constante contra tudo aquilo que representa o mal para ele.

Metaleiro de cabelão e fã de cultura pop, o próprio Nando seria a encarnação do mal em décadas passadas.

A literatura impura dos gibis nos anos 50 e 60, o exagero do rock nos anos 70, o demoníaco RPG nos 80, os videogames que transformariam todas as crianças dos 90 em assassinos em potencial — os ingredientes contraculturais se somam, mas resultam num cara que grita a todo pulmão contra Mudanças Sociais e Culturais.

Criado há cerca de QUATRO ANOS, o canal de Youtube de Nando surgiu com postagens pontuais sobre SUA BANDA, PANDORA 101, mas houve uma guinada no final de 2014 para uma plataforma na qual usa um misto de Lógica e Agressão Adolescente para defender essa Agenda Conservadora.

Hoje com mais de 500 mil seguidores, os vídeos de Nando Moura já foram vistos quase 87 milhões de vezes.

Fora do Palanque Virtual, no entanto, Nando parece ser outra pessoa.

Educado e Calmo, é o raro caso do sujeito a quem o adjetivo polido não cai mal, Apesar de Falar Palavrão pra Caralho.

Nascido em São Paulo, filho de uma FAMÍLIA NORDESTINA, Nando ganha a vida como Professor de Violão e Guitarra, além de fazer algumas Produções Musicais e Trilhas para Videogames (para infelicidade dos seus seguidores, prefere não revelar o nome de nenhum dos jogos).

Trabalha das NOVE da manhã às NOVE da noite. Lê todos os dias, estima 40 ou 50 livros ao ano. Dorme só quatro horas. Uma rotina quase beneditina.

O volume de leitura, explica, ajuda a construir seu Discurso e Retórica. "Vejo como as objeções são refutadas, como os argumentos são desconstruídos, procuro falhas para confrontá-las com a realidade, porque qualquer Retórica que não esteja apoiada na Realidade está fadada ao fracasso", diz, e cita PLATÃO, ARISTÓTELES, SÃO TOMÁS de AQUINO, SANTO AGOSTINHO, OLAVO de CARVALHO e PADRE PAULO RICARDO como FILÓSOFOS que admira.

Sugiro que sua Oratória lembra a de um Padre, ele refuta. "Estudei em Colégio Adventista, mas lá eu era conhecido como maior Queimador de Bíblias", brinca.

Nando acredita no DIVINO: - "Minha RELIGIÃO é Cristo, que tento colocar acima de todas as coisas. Mas eu era o maior capiroto na escola, já falei que o Dr. Pirrola e o Maestro Boquete têm mais chance de ir pro céu que eu".

"Minha vida é o próprio Cristo".

Dr. Pirrola e Maestro Boquete se referem, respectivamente, a Pirula e Maestro Bogs, duas outras figuras conhecidas do YouTube.

O primeiro, BIÓLOGO que discute CIÊNCIA e RELIGIÃO, o segundo, MÚSICO e ATEU MILITANTE.

Por um motivo ou outro, ambos caíram na desgraça de Nando Moura, o que lhes rendeu as alcunhas carinhosas.

Como diz ter sido atentado na adolescência, ele aproveita o know-how da época para infernizar a vida dos adversários: - Os imita com vozinha irritante, ridiculariza seus pontos de vista, faz ataques pessoais, enfim, age não muito diferente de um valentão da escola.

A última vítima é a Carioca JoutJout — talvez por sua defesa a Causas Feministas, talvez por estrelar propaganda da Vivo na semana em que a empresa divulgou limite de dados no seu pacote de internet a partir de 2017.

Em um vídeo do dia 15 de abril, Nando aparece de vestido, exagera a rouquidão da menina até parecer o vocalista do Napalm Death e ensina a fazer um "Ovo Abortista".

Apesar de batalha vídeo a vídeo com os colegas de site, Nando rejeita a pecha de youtuber.

"Eu tava de saco cheio de ver tanta merda, desgraça e putaria e comecei a responder perguntas de alunos meus com os vídeos.

“Não sou youtuber, sou um Professor de Música que faz vídeos durante alguns minutos do dia”, diz.

"E é muito legal ver as pessoas que estão com você, mas não (os) considero fãs. São companheiros de batalha".

O exército tem nome: - Mophóbics, que se definem como pessoas que compartilham muitas ou todas as ideias defendidas por Nando Moura. Já deu ruim: - Meses atrás, um deles parou Pirulo na rua e começou a xingá-lo.

A história fez que repercutiria, mas assentou. Nando inclusive postou uma reprimenda — a seu modo — ao incidente, criticando a violência do ato. Depois, tudo degringolou num diz que me diz paranoico difícil de acompanhar.

"Não me considero youtuber".

"Como muitos alunos me mandavam perguntas, os respondia através dos vídeos".

MIRROR MIRROR.

É fácil pintar Nando Moura como músico frustrado. Ele próprio brinca com o clichê constantemente nos vídeos, às vezes numa boa, às vezes ressentido.

É a história clássica do moleque que sonhava em ser rockstar. Fã de Whitesnake, Iron Maiden, Kiss, Pantera, Death e outros nomes do metal, ele montou o Pandora101 com o irmão Gugo em 1999, aos 17 anos.

Mais velho, ficou com a Guitarra e o Vocal. Gugo, com o Baixo. A banda tem quatro discos e alguns singles e faz um power metal à Blind Guardian — a identidade visual segue na mesma linha, a fantasia medieval europeia.

A carreira longa, porém, não se reflete em sucesso de público, pelo menos no quesito apresentações ao vivo.

Os shows são raros ("dois ou três ao ano"), segundo Nando, porque o Brasil não valoriza a música de qualidade.

"Cita cinco bandas que conseguem ter uma agenda regular de shows e viver de música no Brasil, sem ser Angra, Sepultura e Krisium", diz.

O circuito musical a que se refere, claro, é do metal, mas é óbvio que seu conceito de sucesso sequer considera uma carreira forte no underground.

Já datado, o "artista igual pedreiro" deve ser a maior abominação do mundo aos olhos do cara.

"Eu vou fazer um show com R$ 30 mil reais de equipamento e o cara quer me pagar R$ 300 de cachê? E eu ainda tenho uma raiva de pós-show", fala.

Virtuoso e técnico em excesso, Nando não reconhece a importância dos passos intermediários na construção da carreira — ou na satisfação de ter alcance limitado mesmo com música boa.

Em 2014, criticou alguns fãs de black metal que bateram nos caras do Test, banda de grindcore paulista que se apresenta onde dá em cima de uma kombi.

Lembro do fato e pergunto se não vale a pena ser mais auto-suficiente. "Porra de banda que toca na escola comendo cachorro quente.

Esse tipo de coisa não faço, nem saio de casa. Gravo aqui e se quiser ouvir ouça, tocar em cantina de escola não me interessa", afirma.

Na realidade, ele não parece gostar tanto de discutir os pormenores da carreira musical quantos outros temas, como ficam bem claro quando, ao contar que não sabe bem se suas músicas estão disponíveis para streaming, diz que "minha vontade é não fazer porra nenhuma, gravar e por no YouTube e que se foda”.

“Minha vontade é não fazer nada nesse cenário que se forma aí".

"Aqui é a maior empáfia do mundo, os caras acham que R$ 300 reais é um grande dinheiro, não paga nem a condução para chegar ao lugar”.

Não sei como mudar. “Fora do Brasil, conseguiria me apresentar em vários lugares, aqui tenho até dó dos meninos que estão começando banda."

Alguns de seus alunos, porém, despertam outro tipo de resposta emocional de Nando Moura.

De bruto, passa a um Professor Coruja que, tudo indica, é dono de uma metodologia de ensino extremamente efetiva.

"Talvez sem perceber, ele segue uma linha meio construtivista do Jean Piaget", diz Giuliano Capeletto, personal trainer que estudou com Nando durante dez anos. "Ele aciona os alunos por meio dos próprios gostos deles. Mesmo que o Nando goste mais de heavy metal, se o aluno preferir SERTANEJO, ele ensina SERTANEJO, se preferir de música progressiva, vai por essa linha", conta Giuliano, que conheceu a música muito antes do sucesso virtual de Nando, de quem se tornou um amigo próximo e foi Padrinho de seu Casamento.

Outros alunos que chegaram ao Nando graças ao Youtube e, por sua vez, se surpreenderam com a Calma e a Paciência do Professor na Hora de Ensinar.

Dois deles com quem conversei relataram ter estudado música com diversas outras escolas e professores sem, no entanto, ter se sentido tão à vontade quanto com Nando.

O ENGENHEIRO MECÂNICO Vinicius Bueno chegou a ele por meio de um vídeo em que destrincha, de maneira didática, mas informal, o arpeggio aplicado ao sweep, uma técnica característica do metal.

No vídeo (acima) em questão, ele estimula os estudantes a não desistirem: "Quando desistem da arte, seja desenho, música, literatura, Você Desiste de Você Mesmo, continue tentando", fala.

Vinicius encara a MÚSICA com um HOBBIE, e conta que o ambiente descontraído que encontrou nas aulas é exatamente o que procurava. "Às vezes tocamos juntos, então paramos e conversamos sobre diversos assuntos, acabamos virando amigos", diz.

"Às vezes, os alunos chegam aqui achando que eu sou um monstro. Eu falo: - Pode Errar à Vontade.

“O único lugar que não me irrito é dando aula", ele me conta.

Outro aluno, Alan Brito, que trabalha no SETOR ADMINISTRATIVO de um HOSPITAL, define uma percepção clara para quem já assistiu diversas das gravações feitas por Nando.

"Mesmo em um vídeo, quando o assunto é música (ou quadrinhos e filmes), ele parece mais tranquilo e feliz, mais semelhante ao Nando que conheço pessoalmente", afirma.

FEAR of the DARK.

No começo de fevereiro, Nando Moura postou o vídeo "O único "GAME que NUNCA enjoa de jogar!!!”.

Ao redor de uma mesa repleta de livros, planilhas, fichas, cartas e dados, ele fala entusiasmado sobre a magia do RPG e como o jogo dá a possibilidade de exercitar a Imaginação e desenvolver o Apreço pela Leitura e Habilidades Cognitivas.

A descrição é apaixonada — sem dúvida, ele passou momentos felizes da juventude imersa nos mundos de fantasia.

Por isso, quando diz que "essa mesa costumava ficar repleta dos meus amigos, que hoje viraram todos ESQUERDISTAS", é difícil não sentir um dedo de tristeza.

"Não sou amigo de bandido".

Nando Moura não mantém amizades "com quem é Conivente com o Governo Mais Corrupto da História", ele explica, quando pergunto sobre esse passado.

"Meus amigos são minha esposa, família, alunos e cachorros, só", afirma. (Além de Gugo, tocam no Pandora101 o baterista Claudio Stabile, cunhado de Nando, e o guitarrista Marcello Pacheco, ex-aluno.)

Ele me conta um causo. Semanas atrás, na ocasião da morte do ex-executivo da Vale, Roger Agnelli, na queda de um avião em São Paulo, Nando almoçava com algumas pessoas quando um "PETISTA" falou que bom seria se o juiz Sérgio Moro tivesse morrido no acidente.

"Eu sai da mesa para não matar o cara. Quer dizer, claro que não ia fazer isso, mas fiquei puto", diz.

Eu disse que a posição parecia muito parecida com a daqueles que defendem a morte de Dilma e Lula na internet constantemente, e ele me explicou por que não:

"Tem que entender a indignação do povo brasileiro. O ódio do brasileiro é justificado pela realidade. A Dilma cometeu crime de altíssima traição contra o país, e se fosse seguir a lei, a pena é a morte”.

“O ódio dos PETISTAS é diferente, suplanta a realidade e a distorce de forma que só se vê o viés político”.

"Acho que há uma má interpretação sua a respeito do que é ser de Direita", ele continua. "É uma Posição Libertadora, que liberta o homem do ESTADO ABSOLUTO. Eu sou Conservador Liberal”.

“Conservador na medida em que é necessário conservar aquilo de bom que a sociedade conquistou, direito de Pluralidade de Religiões e Ideias, de empreender sem que o governo taxe uma bordoada de impostos, Direito de Democracia."

Provoco sobre a questão de Liberdade e Igualdade para Homossexuais. Ele diz que o quê cada um faz na sua Individualidade é problema seu.

"Mas temos que tratar os Desiguais como Desiguais. A partir do momento que a Força da Lei Iguala um Casal Homossexual com um Heterossexual, eles têm Direito de Adotar um Filho”.

“Até que se apresentem Estudos Irrefutáveis que têm a mesma condição de criar uma CRIANÇA de uma Família Hétero, eu me oponho."

"Então não acredito que seja justo Casal Heterossexual estar no mesmo padrão de igualdade que Casais Homo”.

“A MAIOR FORMA de DESIGUALDADE é tratar de FORMA IGUAL TODOS os SERES HUMANOS”.

“Precisa ser tratado de forma diferencial segundo sua desigualdade", afirma.

A lógica do argumento vem de ARISTÓTELES e é uma das bases das cotas sociais, justo um dos Calcanhares de Aquiles do Discurso Conservador.

Menciono o fato. Ele discorda de novo. Para Nando Moura, o fato de nascer pobre ou negro não influencia em Capacidade Cognitiva e Inteligência — cita Machado de Assis para provar seu ponto.

Falo em Discrepância de Oportunidades, ao que ele responde: "Oportunidades devem ser Conquistadas. O ser humano vem a um mundo de conquistas, ou eu chego ao Rock in Rio e peço cotas para minha banda porque toco há milhões de anos?". Não vamos além.

Naquela segunda-feira, um dia depois de a Câmara aprovar a abertura de processo de impeachment contra Dilma Rousseff na maior Louvação Coletiva Familiar da História, mandei uma mensagem perguntando a Nando se isso significava vitória.

(Momentos após o sim do deputado pernambucano do PSDB Bruno Araújo, que definiu a votação, Nando subiu um vídeo intitulado "A PUTA VERMELHA CAIU #TCHAUQUERIDA".)

Fazia mais de uma semana que havíamos falado pela última vez, e ele respondeu mais rápido que o usual: - "A Vida é uma Luta Constante. Só existe vitória na morte".

Ah! E, aos que assistiram a entrevista (no topo da matéria) e, muito gentis, se solidarizaram com minha saúde, agradeço. Felizmente, sobrevivi.

Leia mais no Noisey, o canal de música da VICE.

Siga o Noisey no Facebook e Twitter.

Siga a VICE Brasil no Facebook, Twitter e Instagram.

Observações do escriba:

1ª – Concordo com muitas das idéias do Nando Moura. Não com todas!

2ª – Não conheço as suas músicas.

3ª – Nando Moura aparenta ter aproximadamente 40 anos de idade.

4ª – Curiosamente os dois personagens são músicos. O 1º gosta mais de músicas antigas e o 2º gosta mais de músicas modernas. A chamada “Nova Ordem Mundial” também atua na área MUSICAL no sentido de manter um constante CONFLITO de GERAÇÕES. Ou seja, terrorismo MUSICAL! O que eles jamais conseguirão é mudar as NOTAS MUSICAIS. De jeito nenhum!

A luta contra a debilitante POLIOMIELITE (paralisia infantil) continua, e a luta a favor da inofensiva AUTO-HEMOTERAPIA, também continua.

Se DEUS nos permitir voltaremos outro dia ou a qualquer momento. Boa leitura, boa saúde, pensamentos positivos e BOM DIA.

ARACAJU, capital do Estado de SERGIPE (Ex-PAÍS do FORRÓ e futuro “PAÍS da BOMBA ATÔMICA”), localizado no BRASIL, Ex-PAÍS dos fumantes de CIGARROS e futuro “PAÍS dos MACONHEIROS”. Quinta-feira, 23 de novembro de 2017.

Jorge Martins Cardoso – Médico – CREMESE – 573.

Fontes: (1) – INTERNET. (2) - OUTRAS FONTES.