RETROSPECTIVA
Pensando nas vidas que tive.Aquelas que começo a lembrar. Fui donzela,fui fidalga,fui rameira. Fui escrava,fruta doce do pomar.
Fui amiga de sinhá cheia de sonhos,que virou freira só pra não poder casar.
Dancei muito no terreiro e na fogueira,fiz amor a noite inteira sem parar.
Assei peixe na folha de bananeira e fiz doce lá no tacho do quintal : goiabada,marmelada e ambrosia,para fidalgos que vinham no sarau
Sobremesas e docinhos fiz de monte : cocada mole e bolo branco com cajá
Guloseimas confeitadas com amor,para deleite do senhor e da sinhá.
Amamentei os bacuris lá da fazenda,dos cabritinhos da patroa fui babá. Muita gente anos depois me procurava,pra benzer,curar inveja e mau olhar.
Hoje sou mulher sozinha e letrada. Sem patrão,marido besta e coroné. Nessa vida trouxe dons já conhecidos : benzer doente e ler borra de café.
MAAT* 2017
Pensando nas vidas que tive.Aquelas que começo a lembrar. Fui donzela,fui fidalga,fui rameira. Fui escrava,fruta doce do pomar.
Fui amiga de sinhá cheia de sonhos,que virou freira só pra não poder casar.
Dancei muito no terreiro e na fogueira,fiz amor a noite inteira sem parar.
Assei peixe na folha de bananeira e fiz doce lá no tacho do quintal : goiabada,marmelada e ambrosia,para fidalgos que vinham no sarau
Sobremesas e docinhos fiz de monte : cocada mole e bolo branco com cajá
Guloseimas confeitadas com amor,para deleite do senhor e da sinhá.
Amamentei os bacuris lá da fazenda,dos cabritinhos da patroa fui babá. Muita gente anos depois me procurava,pra benzer,curar inveja e mau olhar.
Hoje sou mulher sozinha e letrada. Sem patrão,marido besta e coroné. Nessa vida trouxe dons já conhecidos : benzer doente e ler borra de café.
MAAT* 2017