POLÍTICA
Outro dia sai com uma esquerdista, até aí tudo certo. Respeito as ideologias alheias, apenas gosto de testá-las, mas essa não era minha intenção.
A guria foi me buscar em casa. Cheirosa, que parecia os jardins de Florença. Fomos num bar classe A de Manaus, ali pelas bandas da João Valério.
Ela perguntava sobre minhas poesias, sobre meus amores antigos e até sobre músicas da Mandame Piaf. Uma a uma fui respondendo, papo legal, conversa fluindo. Nos beijamos, mão na nunca por trás do pescoço causando aqueles arrepios e aquela pausa marota para ela respirar. Não queria deixar a moça com crises de asma. Perguntei se poderíamos terminar a noite em outro lugar e ela apenas respondeu "só se for na minha cama" uma mulher decidida sem mimi, sem fuleragem.
Nos pegamos, loucuras consumiram aquele quarto com figuras da Frida e Chê por todos os lados. Mas uma coisa em particular me incomodou, ela só queria de ladinho. E só do lado esquerdo. Como acredito na democracia peguei meu título de eleitor e exerci minha função como cidadão. Depois de quase uma hora de democracia, ela aceitou vir para direita.