Biografia do Ambientalista JOÃO PAULO RIBEIRO CAPOBIANCO
João Paulo Capobianco é um biólogo, fotógrafo, professor, pesquisador, consultor e renomado ambientalista. Sua trajetória profissional é bem extensa, tendo desempenhado papel de destaque em ONGs Ecológicas, como a Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Socioambiental, além de ter ocupado inúmeros cargos no governo federal, como Secretário Nacional de Biodiversidade e Florestas e Secretário Executivo do Ministério do Meio Ambiente (MMA), quando exerceu, entre outras, as funções de Coordenador do Grupo de Trabalho Interministerial de Prevenção e Controle ao Desmatamento na Amazônia, Presidente do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético e da Comissão Brasileira de Florestas, vice-presidente do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e Presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Atualmente preside o Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) e dirige a Métra - Planejamento Socioambiental Estratégico Ltda. É considerado um dos maiores nomes na temática ambiental da atualidade no Brasil.
A biografia de João Paulo Ribeiro Capobianco releva fatos curiosos e interessantes que vão além do campo profissional, pois sua história familiar de ascendência italiana nos mostra uma incrível oportunidade de descobrir um pouco mais da trajetória socioeconômica, empresarial e política de nosso país.
Nasceu em 03 de janeiro de 1957, em São Paulo (SP), filho do empresário Julio Capobianco e Joana D’Arc Ribeiro Capobianco. É o caçula de sete irmãos e irmãs: Maria Lúcia Ribeiro Capobianco Porto (empresária/agropecuarista), Maria Silvia Ribeiro Capobianco (empresária), Júlio Capobianco Filho (engenheiro civil), Eduardo Ribeiro Capobianco (administrador), Maria Cecília Ribeiro Capobianco (paisagista), Roberto Ribeiro Capobianco (engenheiro civil) e João Paulo Ribeiro Capobianco (biólogo).
Seu avô paterno, Remo Capobianco, é filho do casal de imigrantes italianos Erasmo Damiano Capobianco Della Spiaggia e Maria Volpi que vieram casados para o Brasil em 1888, onde se estabeleceram inicialmente no sul de Minas Gerais em fazendas de cultivo de café. Em 1928, Remo Capobianco construiu um belo casarão na Rua Álvaro De Carvalho, Centro de São Paulo, destinado à residência familiar e escritório da Indústria e Comércio Officina de Esculptura e Fábrica de Ladrilhos R. Capobianco & Cia, conforme publicações da época, que ali se instalara nos anos da primeira Grande Guerra Mundial (1914-1918). Esse edifício ainda se mantém de pé, e desde 2005 sedia o Instituto Cultural Capobianco (ICC), como parte de um projeto filantrópico encampado por sua família para incentivo às artes.
Seu pai, Júlio Capobianco, é engenheiro civil e fundador da Construcap, uma conceituada empresa do ramo da construção civil criada na década de 1950, responsável por obras de destaque nacional, como o complexo Hoteleiro Jequitimar, no Guarujá, prédio industrial das salas dos fornos da Companhia Brasileira de Alumínio e o Templo de Salomão da Igreja Universal. Além de empresário bem sucedido e líder do segmento da construção civil, Júlio Capobianco é escritor, pintor e incentivador das artes e cultura.
João Paulo Ribeiro Capobianco e seus sete irmãos cresceram cercados por livros e outras fontes de cultura e saber, o que lhe favoreceu ótima formação escolar, bem como lhe impregnou de valores e interesses aguçados para temáticas diversas. Isso em parte explica sua trajetória pessoal e profissional, de busca constante por novos caminhos que possam conduzir o país a um novo modelo de desenvolvimento pautado na sustentabilidade socioambiental.
Iniciou os estudos no Colégio Elvira Brandão, em São Paulo. Em seguida, ingressou no Colégio Santa Cruz (CSC), onde completou o Ensino Médio, em 1975. Além de estudar, Capobianco fazia parte do time de basquete do Esporte Clube Pinheiros.
Em 1977, ingressou na faculdade de Biologia na Universidade de Santo Amaro (UNISA). No mesmo ano começou a lecionar no Colégio Santa Cruz. Logo adquiriu uma câmera fotográfica Nikon, que passou a usar intensamente e se tornou sua paixão. Nas folgas do trabalho percorria parques, praças e áreas verdes onde fotografava a vida silvestre, montando um belo acervo que usava nas atividades acadêmicas, bem como em atividades pedagógicas no Colégio Santa Cruz.
Nessa época, começou a estreitar laços pela temática ambiental e sanitária ao participar de cursos e eventos na Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB).
No começo dos anos 80, manteve presença em inúmeros eventos e cursos, ampliando seu leque de conhecimentos e contatos com profissionais de diversas entidades públicas e privadas.
Em 1985, começou a organizar mostras audiovisuais e exposições fotográficas. A exposição “Fauna Brasileira” - que funde imagens de animais em extinção com desenhos retratados pelo artista plástico Rubens Matuck - fez enorme sucesso.
Contudo, o que mais marcou aquele período de integração da arte com a defesa ambiental foi o movimento que ele liderou para barrar a construção da Usina Atômica de Jureia (SP). Conquistou dupla vitória, pois além de demolir o projeto da usina, a iniciativa gerou a criação da Estação Ecológica de Juréia-Itatins. Em seguida, ele lançou novo movimento “Lagamar” sobre a região Estuarina Lagunar de Iguape-Paranaguá.
A visibilidade dessas ações ampliou o interesse de intelectuais, artistas e jovens da elite paulistana pela temática, de modo que muitos destes se uniram a Capobianco para criar a Fundação SOS Mata Atlântica.
Em 1986, teve o privilégio de cursar Especialização em Educação ambiental pela Universidade de Brasília (UnB), como bolsista da Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), desenvolvendo sua pesquisa “Estação Ecológica de Juréia-Itatins: preservação através da educação ambiental”, sob orientação da Regina Elena Crespo Gualda, uma grande referência na temática ambiental, uma das fundadoras da SEMA e considerada a mais antiga servidora federal em atuação na área de meio ambiente.
Como líder da SOS Mata Atlântica, Capobianco acompanhava os debates realizados por ambientalistas e representantes governamentais junto à SEMA e ao Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA)
Em 05 de outubro de 1988 foi promulgada a Nova Constituição, que havia mobilizado diversos segmentos em debates intensos para mudar a realidade do país. Muitas questões novas e polêmicas tiveram destaque no processo da Constituinte, como: direito do consumidor, valorização da mulher, reforma agrária, defesa dos índios e proteção ambiental.
Na semana seguinte, o Presidente da República José Sarney baixou o Decreto nº 96.944, de 12 de outubro de 1988, criando o Programa de Defesa do Complexo de Ecossistemas da Amazônia Legal, denominado “Programa Nossa Natureza”, com a finalidade de estabelecer condições para a utilização e a preservação do meio ambiente e dos recursos naturais renováveis na Amazônia Legal, mediante a concentração de esforços de todos os órgãos governamentais e a cooperação dos demais segmentos da sociedade com atuação na preservação do meio ambiente.
Em 22 de fevereiro de 1989, aconteceu o surgimento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), pela fusão de quatro entidades que atuavam na área ambiental: Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), Superintendência do Desenvolvimento da Borracha (SUDHEVEA), Superintendência do Desenvolvimento da Pesca (SUDEPE) e Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF).
Em 1991, João Paulo Capobianco tornou-se membro da Comissão Interministerial (CIMA) do Governo Brasileiro Preparatória para a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a famosa Rio 92.
Em 1992, durante a Conferência Rio 92, Capobianco atuou intensamente junto aos movimentos sociais na construção de políticas públicas na defesa ambiental.
Nos anos seguintes, Capobianco ajudou a fundar e dirigir diversas outras ONGs, como por exemplo: Rede de ONGs da Mata Atlântica e Fórum Brasileiro de ONGs.
Em 1993, o Presidente da República Itamar Franco assina o Decreto nº 750, que dispõe sobre o corte, a exploração e a supressão de vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração da Mata Atlântica, e dá outras providências. Essa foi uma grande conquista para todo o segmento ambiental, e em especial para a SOS Mata Atlântica,
Em 1996, Capobianco filiou-se ao Partido Verde (PV), mantendo constante articulação com o legislativo federal na aprovação de leis de proteção dos recursos naturais.
Em 1997, os servidores do IBAMA lotados em dezenas de Unidades de Conservação (UCs), reunidos no 5º Workshop de Chefes de Unidades de Conservação, em Camaçari (Bahia), propuseram a criação do Instituto Nacional de Parques e Reservas (INPAR), o que foi bem aceito por diversas entidades ambientalistas que vislumbravam maior autonomia administrativa e financeira para as Unidades de Conservação.
Ao final da década de 90, Capobianco já era reconhecido como um líder habilidoso e ousado, que agregava entorno de suas propostas, viabilizando parcerias na construção de importantes ações. Dessa maneira, conquistou simpatia de inúmeras ONGs e pesquisadores de várias universidades, pois esteve aberto para discutir, debater e ouvir. Tinha presença constante em encontros, em várias partes do Brasil e do mundo, com entidades ambientalistas na busca de soluções para os problemas nacionais.
Em 2000, foi aprovada a Lei Federal nº 9.985, criando o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), o que contou com a contribuição de Capobianco e diversos ambientalistas.
João Paulo Ribeiro Capobianco presidiu o Instituto Socioambiental (ISA), uma ONG que atua na defesa das Unidades de Conservação e Terras Indígenas. Em sintonia com outras ONGs, pesquisadores e gestores públicos o ISA propôs a criação do Instituto Brasileiro de Áreas Protegidas (IBAP), contudo essas duas propostas (do INPAR e do IBAP) não foram atendidas pela alta cúpula do governo federal.
Sua passagem bem-sucedida pelo mundo das ONGs despertou o interesse da Senadora da República Marina Silva, que, ao assumir o Ministério do Meio Ambiente, em 2003, convidou-lhe para ocupar uma das secretarias mais importantes da pasta: a Secretaria Nacional de Biodiversidade e Florestas.
Logo que assumiu a Secretaria Nacional de Biodiversidade e Florestas propôs como a redução dos índices de desmatamento na Amazônia – meta que foi considerada inatingível por muitos profissionais céticos com a morosidade e ineficiência dos órgãos de combate aos crimes ambientais. Em pouco tempo, o Plano Nacional de Combate ao Desmatamento da Amazônia mostrou resultados significativos e hoje é um exemplo de gestão utilizado em diversos países.
Como Secretário de Biodiversidade, Capobianco acumulou o cargo de presidente do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (Cgen/MMA), repartição federal responsável por autorizar novas biotecnologias a partir de elementos da biodiversidade brasileira, e de supervisionar o combate à biopirataria no país.
Exerceu também funções de coordenador do Grupo de Trabalho Interministerial de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia, presidente da Comissão Brasileira de Florestas e vice-presidente do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
Em 2005, teve papel importante na estruturação do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), criado para ampliar os esforços do governo federal na política florestal nacional.
Em 2006, ocupou o cargo de Secretário Executivo do Ministério do Meio Ambiente.
Em 2007, teve papel primordial na criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Ele liderou um grupo de técnicos de elaborou a minuta da Medida Provisória nº 366, de 26 de abril de 2007, que reorganizou a estrutura do IBAMA, retirando parte de suas atribuições e quadro de servidores, para criação de uma nova entidade dedicada exclusivamente à gestão das Unidades de Conservação.
A criação do ICMBio veio de encontro ao desejo de grande parte dos servidores do IBAMA que compunham a antiga Diretoria de Ecossistemas (DIREC) e vários Centros Nacionais de Pesquisa e Conservação, que almejavam desde longa data maior autonomia administrativa e financeira.
Coube a João Paulo Ribeiro Capobianco a missão de Presidir interinamente esse novo Instituto. A primeira equipe de líderes era composta por: Eymard Camelo Melo (Chefia de Gabinete), Elmano Augusto Ferreira Cordeiro (Chefe da Assessoria de Comunicação), Silvana Canuto Medeiros (Diretora de Planejamento, Administração e Logística - DIPLAN), Marcelo Bastos Françoso (Diretor de Unidades de Conservação de Proteção Integral - DIREP) e Paulo Henrique Borges de Oliveira Júnior (Diretor de Unidades de Conservação de Uso Sustentável e Populações Tradicionais – DIUSP) e Rômulo José Fernandes Barreto Mello (Diretor de Conservação da Biodiversidade - DIBIO).
Com a saída da Ministra Marina Silva, o ambientalista carioca Carlos Minc assumiu a pasta, em maio de 2008.
O Ministro de Meio Ambiente Carlos Minc inovou ao anunciar que um Comitê de Notáveis faria uma pré-seleção para repassar-lhe uma lista quíntupla de candidatos ao cargo de Presidente do ICMBio. Esse Comitê foi formado pela ex-ministra Marina Silva, o Secretário executivo do MMA João Paulo Capobianco e os ambientalistas Paulo Nogueira Neto (primeiro secretário da Secretaria Especial de Meio Ambiente - SEMA – órgão que antecedeu a criação do IBAMA), Fábio Feldmann (então secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas) e Cláudio Valladares Pádua (fundador da ONG Instituto de Pesquisas Ecológicas – IPÊ).
Para participar do processo, os candidatos tiveram que apresentar ao Comitê uma cópia do Curriculum Vitae e um Plano de Trabalho para a instituição. A lista final ficou composta com os seguintes nomes: biólogo Bráulio Dias, Miriam Prochnow (fundadora da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida - APREMAVI), Denise Marçal Rambaldi (Diretora da Associação Mico-leão-dourado), e dois servidores públicos, Ricardo Soavinski e Rômulo Mello.
O Ministro Carlos Minc escolheu Rômulo Mello, levando em consideração a proposição do comitê e a densidade do plano apresentado e sua experiência na gestão ambiental, e lhe impôs o desafio de dar seqüência ao trabalho inicial executado por Capobianco, implantando o Plano de Trabalho proposto de forma a consolidar o ICMBio.
No início a criação do ICMBio foi bastante criticada, mas passados 10 anos os enormes resultados alcançados demonstram que aquela proposta ousada e desafiadora de Marina Silva, Capobianco e companhia foi realmente acertada!!!
Em 2008, tornou-se professor visitante da Universidade de Columbia (Estados Unidos), oportunidade na qual integrou o Center for Environment, Economy, and Society (CEES) onde desenvolveu estudos na avaliação e identificação de processos capazes de conter o desmatamento em países em desenvolvimento. Nesse período também atuou como pesquisador associado do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM).
Em 2009, ao lado da Senadora Marina Silva e inúmeras outras personalidades, foi um dos protagonistas na criação do Movimento Brasil Sustentável.
Em 2010 e 2014, coordenou as campanhas de Marina Silva à presidência da República.
Em 2015, teve o privilégio de ver o surgimento do Partido Rede Sustentabilidade, que está se estruturando como um novo modelo de participação democrática na construção de políticas públicas.
Em 2017, obteve o título de Doutorado em Ciência Ambiental pela Universidade de São Paulo (USP), com a tese “Governança Socioambiental na Amazônia Brasileira na Década de 2000”, sob orientação do Drº José Goldemberg.
Atualmente, João Paulo Ribeiro Capobianco preside o Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), e é membro do Conselho de Administração da Bolsa de Valores Sociais (Bovespa Social) da Bolsa de Valores de São Paulo, Conselho Deliberativo do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente e Conselho Consultivo do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social.
Ao longo de sua carreira elaborou e publicou diversos artigos, coletâneas, relatórios técnicos e livros. Em 2003, o livro Biodiversidade na Amazônia Brasileira, por ele organizado, recebeu os prêmios de melhor publicação em Ciências Naturais e da Saúde e Livro do Ano, concedidos pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), quando recebeu o Prêmio Jabuti de Literatura. Suas outras publicações sobre questões ambientais são: Billings (2000) e Dossiê Mata Atlântica (2001).
Do primeiro casamento com a educadora Minka Ilse Bojadsen teve 2 filhas: Luana (fotografa e psicologa) e Anaterra (arquiteta); e uma neta Manuela. Atualmente vive segunda união com Luciana Maltchik Garcia Capobianco, com quem tem três filhos: Maria Clara, João Pedro e Leonardo; e dois netos: Caetano e Nina.
A trajetória de Capobianco nos remete há um momento importante da história de nosso país. Seus avôs chegaram ao Brasil como parte de uma leva de imigrantes cheios de sonhos e vontade de fazer a diferença. Hoje não somente a memória destes valorosos italianos se mantém viva, pois aqueles sonhos e desejos de produzir/realizar permanecem constantes na linhagem do sobrenome Capobianco, que atualmente está entre os mais conhecidos e respeitados, presente em importantes posições na vida política, cultural e empresarial do Brasil.
O ambientalista João Paulo Ribeiro Capobianco é um dos membros dessa grande família que dá seqüência a esse nobre e antigo legado da construção, inovação e renovação de conceitos e caminhos, visando o surgimento de uma nação que seja modelo de justiça, prosperidade e sustentabilidade!!!
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Palmas - TO, Agosto de 2017.
Giovanni Salera Júnior
E-mail: salerajunior@yahoo.com.br
Curriculum Vitae: http://lattes.cnpq.br/9410800331827187
Maiores informações em: http://recantodasletras.com.br/autores/salerajunior