ANTONIO CÂNDIDO....
Antonio Candido de Mello e Souza (Rio de Janeiro, 24 de julho de 1918 – São Paulo, 12 de maio de 2017) foi um sociólogo, literato e professor universitário brasileiro. Estudioso da literatura brasileira e estrangeira, possui uma obra crítica extensa, respeitada nas principais universidades do Brasil.
À atividade de crítico literário soma-se a atividade acadêmica, como professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.
Foi professor-emérito da USP e da UNESP, e doutor honoris causa da Unicamp e da Universidade da República do Uruguai (2005) . Agraciado em 1996 com o Prêmio Anísio Teixeira.
Biografia
Filho do médico Aristides Cândido de Mello e Souza e de Clarisse Tolentino de Mello e Souza, passou a infância entre os limites geográficos e culturais de Minas Gerais e São Paulo (Cássia, Poços de Caldas e São João da Boa Vista), para fixar-se na cidade São Paulo em 1937.
Ingressou na Faculdade de Direito e na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo em 1939, tendo abandonado a primeira no quinto ano e se formado em Filosofia em 1942.
Carreira
Iniciou sua carreira como crítico na revista Clima (1941-1944), juntamente com Paulo Emílio Salles Gomes, Alfredo Mesquita, Décio de Almeida Prado, Gilda Rocha de Mello e Souza (filha de um primo de Mário de Andrade), com quem veio a se casar, e outros.
Titulação acadêmica
Doutor em Sociologia.
Política
Paralelo às atividades literárias, Cândido militou no Partido Socialista Brasileiro e participou do Grupo Radical de Ação Popular, integrado também por Paulo Emílio Salles Gomes, Germinal Feijó, Paulo Zing e Antônio Costa Correia, editando um jornal clandestino, de oposição ao governo Getúlio Vargas, chamado Resistência. Posteriormente, participou do processo de fundação do Partido dos Trabalhadores, onde, entre outras funções, foi Presidente do 1º Conselho Curador da Fundação Wilson Pinheiro, fundação de apoio partidária instituída pelo PT em 1981, antecessora da Fundação Perseu Abramo. Foi filiado ao partido até a morte, tendo apoiado a candidatura de Dilma Roussef em 2010.
Professor
Em 1942 ingressou no corpo docente da Universidade de São Paulo (USP) como assistente de ensino do professor Fernando de Azevedo, na cadeira de Sociologia II, onde foi colega de Florestan Fernandes.
A partir de 1943 passou a colaborar com o jornal Folha da Manhã, em que escreveu diversos artigos e resenhou os primeiros livros de João Cabral de Melo Neto e Clarice Lispector.
Em 1945, obteve o título de livre-docente com a tese Introdução ao Método Crítico de Sílvio Romero e, em 1954, o grau de doutor em Ciências Sociais com a tese Parceiros do Rio Bonito, ainda hoje um marco nos estudos brasileiros sobre sociedades tradicionais.
Entre 1958 e 1960 foi professor de literatura brasileira na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Assis, hoje integrada à Universidade Estadual Paulista.
Em 1961 regressou à USP e, a partir de 1974, torna-se professor-titular de Teoria Literária e Literatura Comparada da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (assim denominada a partir de 1970) da USP, sendo responsável pela formação de grande parte da intelectualidade nacional, direta ou indiretamente.
Entre os seus discípulos estão Antônio Lázaro de Almeida Prado, Fernando Henrique Cardoso, Roberto Schwarz, Davi Arrigucci Jr., Walnice Nogueira Galvão, João Luiz Lafetá, Antônio Arnoni Prado e Antônio Luiz Cagnin entre outros.
Aposentou-se em 1978, todavia manteve-se ainda como professor do curso de pós-graduação até 1992, ano em que orientou a última tese, a do crítico mexicano Jorge Ruedas de La Serna e crítico atuante não só na vida literária, como também na política, tendo sido um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores. Recebeu o Prêmio Camões em 1998.
Antonio Candido foi o primeiro brasileiro a receber o Prêmio Internacional Alfonso Reyes, um dos mais importantes da América Latina. A premiação ocorreu em 8 de outubro de 2005, em Monterrey, a cidade natal de Reyes. Escritores como Borges, Carpentier, Malraux, Octavio Paz, Harold Bloom figuram entre os premiados.
Vida pessoal
Antonio Candido foi casado com Gilda de Mello e Souza, professora de Estética no Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.
Falecida em 25 de dezembro de 2005, Gilda era filha de um primo do escritor Mário de Andrade, com quem conviveu na mesma casa por 12 anos e cuja obra ela estudou, especialmente em O Tupi e o Alaúde.
Candido deixa três filhas: Ana Luísa e as também professoras de História da USP, Laura de Mello e Souza e Marina de Mello e Souza
Morte
Antonio Candido morreu em 12 de maio de 2017, em São Paulo, em decorrência de uma hérnia de hiato inoperável.
Nota do divulgador:- Hoje a Literatura está mais pobre!!! Mas com certeza estamos a cada dia mais cultos pela nossa capacidade de ler e reler seus trabalhos tão maravilhosos!!! Até Breve Antonio Candido!!!