Carta À Pátria Que Me Matou De Dó

Eita, dó que dá da gente

Sem muda nem semente

Aguentar essa vara quente

Mais uma semana de rotina

No outro dia a gente acorda

E o gado finge que suporta

É menos um dia na lista

Amanhã é só mais uma quinta

O povo finge que acorda

No outro dia passa a corda

É menos uma semana de vida

E a gente finge que merece

Que é resultado da prece

Mas é oferta do Diabo

Que toda noite enche o prato

Com uma colher de angu salgado

O orgânismo adaptado

Nem faz efeito esse veneno de matar rato

Mas coração que já bateu

Hoje apanha calado

Parado

Eita, povo miserável

Eu que até sou patriota

Me cansei das linhas tortas

Das bandeiras e suas vitórias

Ou derrotas

Depende de quem conta a história

Para o povo que com corda

Eita, dó que até sufoca

Da um nó e joga fora

O Dono do Saco
Enviado por O Dono do Saco em 11/05/2017
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