Carta À Pátria Que Me Matou De Dó
Eita, dó que dá da gente
Sem muda nem semente
Aguentar essa vara quente
Mais uma semana de rotina
No outro dia a gente acorda
E o gado finge que suporta
É menos um dia na lista
Amanhã é só mais uma quinta
O povo finge que acorda
No outro dia passa a corda
É menos uma semana de vida
E a gente finge que merece
Que é resultado da prece
Mas é oferta do Diabo
Que toda noite enche o prato
Com uma colher de angu salgado
O orgânismo adaptado
Nem faz efeito esse veneno de matar rato
Mas coração que já bateu
Hoje apanha calado
Parado
Eita, povo miserável
Eu que até sou patriota
Me cansei das linhas tortas
Das bandeiras e suas vitórias
Ou derrotas
Depende de quem conta a história
Para o povo que com corda
Eita, dó que até sufoca
Da um nó e joga fora