Biografia do Comerciante CACILDO PEREIRA DA SILVA
Cacildo Pereira da Silva é um dos mais antigos comerciantes em atividade na cidade de Gurupi. Sua "Loja Tropical” está perto de completar meio Século de atividade!!!
Na verdade, a sua história e de seu comércio representa bem a trajetória de dezenas de famílias pioneiras que com muito esforço, dedicação e fé ajudaram a colocar Gurupi entre as melhores e mais importantes cidades do Estado do Tocantins!!!
Conhecer a biografia de Cacildo Pereira da Silva nos possibilita entender melhor a trajetória de desenvolvimento socioeconômico que o antigo Norte de Goiás (hoje Tocantins) passou nesses últimos 50 anos.
Curiosamente, sua história começou em terras bem distantes, nas proximidades de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, cerca de 1100 quilômetros de Gurupi.
Cacildo Pereira da Silva nasceu na Fazenda São José do Freixo, no interior do município de Frutal (Minas Gerais), em 09 de outubro de 1948, filho dos produtores rurais Debrair Pereira da Silva e Luzia Neves da Silva. É o quarto de sete irmãos e irmãs: Aldira Antonieta, Carlito, Adália, Cacildo, Maria Neuza, Luiz Carlos e Ari Marcos.
Toda sua família morava naquela região, onde trabalhavam em fazendas e tiravam seu sustento da lavoura e criação de animais. Ali ele e seus irmãos cresceram e tiveram formação escolar.
Em meados da década de 1960, seu irmão, o pastor Carlito Pereira da Silva, saiu de Minas Gerais, vindo pastorear a 1ª Igreja Presbiteriana de Gurupi. Ele foi o primeiro de sua casa a deixar sua terra natal.
Alguns anos depois foi a vez de Cacildo mudar-se para o Planalto Central, o que se deu em decorrência de sua convocação para servir o Exército em Brasília.
Nessa época o Brasil estava vivendo uma grande fase de crescimento que ficou conhecida como o “Milagre Econômico”. O governo federal implantou inúmeras ações para levar o desenvolvimento e integrar economicamente o Norte e Centro-Oeste do Brasil. A fundação de Brasília, abertura de estradas, construção de usinas hidroelétricas, grandes projetos de exploração mineral, foram algumas obras executadas nesse objetivo, fazendo despertar em diversas localidades o desejo de integração nesse novo cenário de progresso.
Cacildo estava servindo o Exército em Brasília e, após receber um convite de seu irmão, deu baixa no Quartel, pegou um ônibus e fez a viagem de 12 horas até Gurupi. Chegou à rodoviária da cidade por volta das 18 horas do dia 20 de julho de 1968 (sábado), que ficava em frente na Praça da Rua 8 com a Avenida Pará.
Foi morar com seu irmão na Casa Pastoral, na esquina da Avenida Maranhão com a Rua 07. Era sábado e como de costume havia um culto da juventude, onde ele logo conheceu alguns jovens cristãos da cidade.
Gurupi foi projetada num ponto estratégico, numa região plana, com boas nascentes, às margens da BR 153 (Belém-Brasília), na confluência de rodovias e estradas que a ligam com várias cidades, posicionada entre os dois grandes rios da região, Araguaia e Tocantins. Tudo isso contribuiu para o seu crescimento e prosperidade.
Algumas semanas após sua chegada, Cacildo já começou os preparativos para abrir seu negócio. Em 23 setembro de 1968 (segunda-feira) abriu as portas, num ponto alugado na Avenida Goiás, entre as Ruas 6 e 7. Posteriormente, mudou-se para um prédio próprio na Rua 7, nº 1.126, entre as Avenidas Goiás e Pará, onde permanece até os dias de hoje.
O Prefeito à época era o João Manoel dos Santos (apelidado de "João Paraibano"), que possuía enorme prestígio junto aos seus concidadãos, bem como perante às autoridades governamentais da capital goiana. Ele se empenhava para trazer benefícios para sua comunidade.
Nesse período, a região já recebia incentivos fiscais do governo federal para produção de arroz irrigado, de modo que empresas foram estimuladas para se instalarem em Gurupi e municípios próximos.
Foi nesse contexto que a maior empresa da cidade, a famosa Indústria de Arroz Araguaia, foi inaugurada em 1969, gerando muitos empregos e movimentando a economia da região.
Em 20 de janeiro de 1973, Cacildo Pereira da Silva se casa com Aldenora Pereira da Costa, filha de Tadeu Pereira Martins e Maria José Costa Pinto. Dessa união tiveram dois filhos: Hélio César Costa da Silva (28/05/1974) e Cristiane Costa da Silva (13/07/1977). Recentemente a família cresceu com a chegada dos netos, Vanessa e Júlia; Lucas e Leonardo.
Logo que assumiu como Governador do Estado de Goiás, em 1979, o visionário Ary Ribeiro Valadão lançou o Projeto Rio Formoso, projeto de agricultura irrigada que se tornou exemplo para o país trazendo enorme progresso para os municípios do entorno da Ilha do Bananal.
Uma grande obra do governo, como o Projeto Rio Formoso, significava mais empregos e mais gente gastando dinheiro no comércio. Assim, a medida que a economia local se desenvolvia os comerciantes varejistas, como Cacildo, se beneficiavam vendendo mais produtos.
Nesse período, muitas vilas e povoados foram emancipados, tornando-se novos municípios com Poderes Legislativo e Executivo (Augustinópolis, Colméia, Fátima, Figueirópolis, Rio Sono etc.), o que aumentava os recursos financeiros repassados pelos governos estadual e federal para serem aplicados em obras e projetos. Dessa forma, progressivamente a economia da região foi se desenvolvendo.
Em 1985, durante a administração do Prefeito Jacinto Nunes foi criada a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH), colocando Gurupi no patamar privilegiado das pouquíssimas cidades do país com oferta de cursos universitários. Aquela conquista deu enorme visibilidade para a “Capital da Amizade”, aumentando sobremaneira a autoestima dos moradores locais, além de atrair inúmeras pessoas que passaram a vir de cidades próximas para estudar na FAFICH.
Nessa época, intensificaram-se os movimentos pela emancipação do antigo Norte de Goiás, pois seus moradores desejavam maior presença do poder público. Havia uma queixa constante de que a enorme distância de Goiânia deixava os municípios abandonados pelas autoridades.
Assim, vários políticos e empresários uniram-se sob a liderança do Deputado Federal José Wilson Siqueira Campos pela luta emancipatória do Norte de Goiás.
Com a promulgação da Constituição Federal em 05 de outubro de 1988, foi criado o Estado do Tocantins, a ser implantado a partir de 1º janeiro de 1989, e os gurupienses se esforçaram para que sua cidade se tornasse a nova capital.
Cacildo e sua família, por estarem bem no centro da cidade e por lidarem diariamente com o público, vivenciaram aquele clima de debates, euforia e agitação.
Mesmo não se tornando a capital do Tocantins, nos anos 90 Gurupi viveu muitos momentos e fatos especiais. A cultura local tinha rica programação artística. Grupos de Teatro, Escritores e Músicos surgiram na cidade, despertando a mocidade para mostrar seus dons e talentos. As sedes sociais do Clube Recreativo Araguaia (CRA), Clube Nova Fronteira e Clube da AABB eram bastante movimentadas com inúmeras festas. Os Bailes de Debutantes eram celebrações coletivas e contavam com grande número de moças lindas que eram acompanhadas por todos os amigos e familiares. Os pais tinham que inscrever suas filhas meses antes do evento e toda sociedade parava para prestigiar aquelas tradicionais comemorações.
Nos dias quentes de verão todos iam nadar nas represas nos córregos Água Franca, Bananal, Pouso do Meio e Mutuca, que eram os melhores pontos de encontro da juventude local. As chácaras e fazendas de entorno da cidade também eram bastante freqüentadas para lazer e descanso durante os finais de semana.
As famílias de Gurupi reuniam todos os filhos, sobrinhos, primos etc. em volta do Campo do Cosme para assistir as partidas de futebol com empolgação e torcer pelos seus craques preferidos. Quem viveu esses momentos lembra-se com saudades.
Desde o nascimento do Estado do Tocantins a cidade de Gurupi foi crescendo como referência positiva em desenvolvimento econômico, cultura, esporte e ensino. Cacildo teve o privilégio de vivenciar esse crescimento da cidade e do Estado.
Em 16 de novembro de 1994, sua esposa Aldenora Costa se aposenta como professora, e sua ajuda, que já era significativa, torna-se ainda maior nas atividades da Loja Tropical. Esse é com certeza um dos motivos de sucesso dessa família, que se manteve unida dentro e fora do lar. Ter alguém de confiança e com a mesma afinidade para tocar uma empresa/comércio é algo fundamental, pois infelizmente existem diversos casos na história de Gurupi de funcionários irresponsáveis que deram grandes prejuízos aos seus patrões, em algumas situações levando até mesmo a falência dos negócios.
Cacildo Pereira da Silva é com certeza um homem realizado, pois está aproximando-se de 49 anos de atividade comercial.
50 anos: um aniversário extremamente especial que a Loja Tropical está prestes a completar. Esse sem dúvidas é para o casal Cacildo e Aldenora um ótimo motivo para celebrar e agradecer a Deus!!!
De 1959 até agora, Gurupi já teve 14 Prefeitos (eleitos e nomeados – alguns com dois ou mais mandatos). Durante esse período, o município já contou com dezenas de comerciantes importantes, como Emerson Fonseca, Marão do Supertins, irmãos Messias etc. Mas, a maioria de seus descendentes não deu sequência à tradição comercial. Muitas empresas grandes e tradicionais de Gurupi se transferiram para outras localidades ou fecharam as portas nessas últimas décadas. Contudo, a Loja Tropical se mantém ativa, como uma prova viva da longa trajetória de empreendedorismo e ousadia das gerações pioneiras da Capital da Amizade, que contribuíram grandemente para o desenvolvimento socioeconômico do Tocantins.
A família e amigos de Cacildo e Aldenora podem se orgulhar de fazer parte da história local sempre com ótima credibilidade perante a sociedade gurupiense.
Cacildo e Aldenora são um exemplo de casal vencedor, que têm bom nome, prosperidade, saúde e felicidade. Com muita dedicação e profissionalismo colheram frutos de seu espírito empreendedor.
É assim que a Loja Tropical tem se destacado no competitivo e exigente mercado de trabalho de Gurupi, servindo de referência positiva para as novas gerações de empreendedores e comerciantes!!!
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Palmas – TO, Abril de 2017.
Giovanni Salera Júnior
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