REFLETINDO
Desde pequena, quando eu pensava na morte de meus pais, ficava muito assustada com essa orfandade. Achava que ficaria sozinha no mundo, no planeta. Que o sentimento de desamparo seria um tanto desesperador.
Também achava que sentiria falta do colo, independente da idade, e do cafuné.
E para quem eu contaria meus planos, segredos e medos?
Com quem eu choraria sem vergonha do pranto?
Com quem eu daria boas gargalhadas lembrando de fatos da infância, coisas inesquecíveis?
Achava que tudo isso acabaria e não teria mais pra quem telefonar e tirar dúvidas ou apenas perguntar como estavam.
Também achava que meus dias seriam mais vazios e tristes.
Sim, eu achava tudo isso.
E sabem?
Eu estava certa...