Eu, Ser de Sorte, Fava, Fabius
Nasci numa segunda-feira, às 9h da manhã, por isso não gosto de receber os parabéns antes deste horário. Difícil compreender? Talvez. Mas sou assim. Pronto, falei. Me chamo Fábio. Culturalmente falando, vem do latim, Fabius que significa Fava. Como aplicação no sujeito, eu seria um plantador de favas.
Na Roma antiga, a fava era um amuleto da sorte e estava vinculado ao desejo de boas colheitas. Quando andei por aquelas bandas, visitava o que restou desta Roma e ficava imaginando como os romanos me veriam – o plantador de sorte (favas) vem aí, ou mesmo lembrando o cônsul Quintus Fabius Maximus (280-203 aC).
Nunca imaginei chegar tão alto, talvez tenha tido sorte. Sorte mesmo, com s maiúsculo. Enfim, fui plantar minha história em tantas outras histórias. Gosto disso. Só acho.
Sou o primogênito de uma família com três filhos. Todos nós temos os nomes com a letra F. Minha mãe era danada. Sabia o que queria, mas não sabia que eu chamaria Fábio.
Em seus relatos ela afirma que foi para a mesa de parto sem saber qual seria o meu nome. Sofreu por horas até conseguir me trazer para luz. Seu rosto se iluminou, disse ela. Olhou para mim e disse: se chamará Fábio. Tive sorte.
A princípio ela queria um nome de um ator de televisão. Estava em voga na época dar nome de artistas. Eu não me recordo, mas das vezes que ela fez referência, não soou bonito. Não agradei. Enfim, tive Sorte ao escapar destes nomes televisivos.
Meu pai não opinou no nome, mas no sobrenome. Ele quis colocar o nome do meu avô: Geraldo – daí nasceu Fábio Geraldo. Os outros irmãos foram recebendo nomes com a letra F e sobrenome de outros parentes. Se gostam eu não sei, mas eu adorei abrir a lista e ser modelo para os demais. Sorte, eu tive.
Quando tomei consciência do meu nome, apaixonei-me pela sua forma diminutiva. Soava bonito aos meus ouvidos, mas nunca efetivou. Na adolescência, ao adentrar o seminário, um padre, carinhosamente passou a me chamar de Binho. Antes, ele me apelidou de Timão (é, do Timão e Pumba! Hakuna Matata), não pegou também... ficou Binho, e eu gostei. Novamente tive Sorte. Pensando bem, Timão não seria um bom apelido.
Adoro o meu nome. Só não gosto quando me comparam com o de Melo. Sempre digo: temos três coisas em comum, e só: somos Formiguenses, Padres e temos o mesmo Nome – basta, aliás, já é muito. Neste caso eu não tive sorte. Ele sim. Ficou rico, mas perdeu a liberdade. Eu sou pobre, mas ando de cá para lá, cantarolando e desafinando, mas sereno e pleno do que sou. Tive Sorte, novamente.
Se eu casasse não daria ao meu filho o nome de Fábio Júnior. Como eu disse, não gosto destes nomes televisivos. Gostaria que se chamasse Paulo. Paulo vem de Saulo. Apóstolo. Aquele que não via e agora vê. E porque vê, é capaz de dar a vida pelo outro. Acho que ele teria sorte e me faria feliz. Só acho.
Nasci numa segunda-feira, às 9h da manhã, por isso não gosto de receber os parabéns antes deste horário. Difícil compreender? Talvez. Mas sou assim. Pronto, falei. Me chamo Fábio. Culturalmente falando, vem do latim, Fabius que significa Fava. Como aplicação no sujeito, eu seria um plantador de favas.
Na Roma antiga, a fava era um amuleto da sorte e estava vinculado ao desejo de boas colheitas. Quando andei por aquelas bandas, visitava o que restou desta Roma e ficava imaginando como os romanos me veriam – o plantador de sorte (favas) vem aí, ou mesmo lembrando o cônsul Quintus Fabius Maximus (280-203 aC).
Nunca imaginei chegar tão alto, talvez tenha tido sorte. Sorte mesmo, com s maiúsculo. Enfim, fui plantar minha história em tantas outras histórias. Gosto disso. Só acho.
Sou o primogênito de uma família com três filhos. Todos nós temos os nomes com a letra F. Minha mãe era danada. Sabia o que queria, mas não sabia que eu chamaria Fábio.
Em seus relatos ela afirma que foi para a mesa de parto sem saber qual seria o meu nome. Sofreu por horas até conseguir me trazer para luz. Seu rosto se iluminou, disse ela. Olhou para mim e disse: se chamará Fábio. Tive sorte.
A princípio ela queria um nome de um ator de televisão. Estava em voga na época dar nome de artistas. Eu não me recordo, mas das vezes que ela fez referência, não soou bonito. Não agradei. Enfim, tive Sorte ao escapar destes nomes televisivos.
Meu pai não opinou no nome, mas no sobrenome. Ele quis colocar o nome do meu avô: Geraldo – daí nasceu Fábio Geraldo. Os outros irmãos foram recebendo nomes com a letra F e sobrenome de outros parentes. Se gostam eu não sei, mas eu adorei abrir a lista e ser modelo para os demais. Sorte, eu tive.
Quando tomei consciência do meu nome, apaixonei-me pela sua forma diminutiva. Soava bonito aos meus ouvidos, mas nunca efetivou. Na adolescência, ao adentrar o seminário, um padre, carinhosamente passou a me chamar de Binho. Antes, ele me apelidou de Timão (é, do Timão e Pumba! Hakuna Matata), não pegou também... ficou Binho, e eu gostei. Novamente tive Sorte. Pensando bem, Timão não seria um bom apelido.
Adoro o meu nome. Só não gosto quando me comparam com o de Melo. Sempre digo: temos três coisas em comum, e só: somos Formiguenses, Padres e temos o mesmo Nome – basta, aliás, já é muito. Neste caso eu não tive sorte. Ele sim. Ficou rico, mas perdeu a liberdade. Eu sou pobre, mas ando de cá para lá, cantarolando e desafinando, mas sereno e pleno do que sou. Tive Sorte, novamente.
Se eu casasse não daria ao meu filho o nome de Fábio Júnior. Como eu disse, não gosto destes nomes televisivos. Gostaria que se chamasse Paulo. Paulo vem de Saulo. Apóstolo. Aquele que não via e agora vê. E porque vê, é capaz de dar a vida pelo outro. Acho que ele teria sorte e me faria feliz. Só acho.