Paulandanças...
Meu homônimo entrega-se todas as manhãs - à exceção do domingo - à faina da distribuição matinal de pães na vizinhança do bairro Funcionários. O mais distante que já o pilhei foi a umas oito quadras da padaria da Sergipe com Tomé de Souza. Invariavelmente, com sacolas a tiracolo.
E, inobstante tantandança, segue-o firme, implacável, a sua tendência à obesidade. E outras mais ele exibe, e não se inibe: o cultivo das unhas longas, bem tratadas, o corte raso, rente, dos afro-pêlos, por vezes com algum risco feito a navalha, e aquele furtivo humor de parecer de bem com a vidambulante. Além, é claro, das solas sempre vergastadas pela permanente e pesada fricção com as calçadas e o asfalto.
Mas quanta gente não se alegrará com sua passagem matutina, ainda que, quiçá, nem chegue a vê-lo, no seu diuturno zelo? A população já menos móvel da vizinhança, envelhecida, e entre suas paredes metida tem mesmo é que ficar feliz da vida com a batida à porta desse anjo negro, a agradar troiano e grego...