cap.VI Fazendo a Vida Valer
Via de regra quando surge algum caso de uma criança especial, as pessoas costumam fazer as perguntas mais complicadas e constrangedoras aos familiares. Por exemplo: o que aconteceu com seu filho porque ficou assim? Mesmo constrangidas as famílias acabam repetindo centenas de vezes a mesma história, é muito ruim esse comportamento. Basta se comportar naturalmente, sem demonstrar estupefato com o quadro que por ventura tenha chamado a atenção. Aguardar por um pouco, além de não constranger, caso venha demonstrar tranquilidade, alguém de pronto dirá do que se trata. Sendo com a própria pessoa especial, fica muito chato dizer pra ela: “está tudo bem?”, se na verdade nem tudo está tão bem. Geralmente, meu coração, de imediato me propõe um estado de compaixão, e na primeira chance que surge me aproveito para fazer alguma coisa, desde que seja correspondido. No caso de Ellen, acompanhei durante quase dez anos, aprendi que ela conhecia a hora que o pai chegava em casa, ou quando a mãe fazia algum barulho e ela parecia achar graça porque esboçava um sorriso. Por isso, mesmo não entendendo o que pode ser percebido por ela, nas suas celebrações de aniversário, eu não tinha como dirigir a palavra para ela. No entretanto, procurava levar meus ouvintes a transcender comigo, quase numa ficção, mas com respeito espiritual, uma vez que para todos o mundo de Ellen era estranho. Fazendo esta menção para que todos os amigos de MAEYLLE possam entender o quanto a MAY é diferente e com todas as possibilidades do mundo – MAY tem uma cabeça fantástica, e tem consciência do que pode e do que não pode fazer. Ellen é apenas uma adolescente cujo valor está no que a família passa pelo seu carinho e o modo de vida em que vive. Podemos afirmar: nada romântico, e ainda: o valor maior está nas palavras de Jesus: “...“ ...para que se manifestem nela as obras de Deus“
É extamente isso que vem acontecendo pelos dezesseis anos de vida da pequenina Ellen. Em cada aniversário, as celebrações atraem sempre uma grande multidão, cujo resultado tem sido “ ...para que se manifestem nela as obras de Deus“
Quando na realidade, pode-se dizer: “matar um leão”a cada dia, ou em outras palavras, como gosto de afirmar: “nada romântico”, porém, muito abençoador, enquanto a família testifica do seu grande amor por uma filha especial, um sacerdócio real que a tudo transcende à razão pura e simples. Caminhe comigo por um pouco no estranho mundo de Ellen.