Retorno
Há quanto tempo não passava por aqui, mal lembrava dos meus textos, acho que nem lembrava de mim.
Tantos valores passei nos meus escritos e me confrontei com todos eles. Por tantas coisas havia passado na vida, que não achava que ainda enfrentaria dor tão grande.
De repente eu achava que estava tudo certo, não perfeito, porquê não existe perfeição em nenhuma vida ou algum contexto... mas não imaginava o tamanho do tombo que eu iria levar, o qual ainda não encontro 100% de superação, mas já me sinto melhor, mais forte e preparada. O que foram 8 meses de choro constante, desespero e desilusão, de cinco meses pra cá são suaves de vez em quando, choro compulsivo, questionamento e ainda não entendo nada ou pior talvez entenda perfeitamente e não queira me dar conta.
Acreditei nesse sentimento que ainda não vivi, me entreguei novamente ao amor de forma intensa, não me vi, apostei no outro, nos sonhos dele, deixe de lado minha vida para impulsioná-lo. Mas na verdade ninguém obriga ninguém a fazer isso. Fui eu que me fiz o grande mal.
Nem é o sentimento que me abala mais, mas sim a feiura da situação, a desilusão, o desencanto, o engano. Olhar para pessoa e compreender que ela nunca foi o que eu vi... ou sempre foi o que nunca quis ver.
Fui usada, porque deixei. Vivi por um sentimento que só eu doava, e não tinha de volta. Ele me dizia nos momentos de desentendimentos que não me amava... me doía. Mas bastava dizer depois, que era pelo nervoso, que eu me refazia e acreditava naquele fingido " Te amo".
Ainda me sinto cega, culpada... por não ter entendido e por ter aceitado tanta coisa de forma passiva.
Desamor, desafeto, agressão verbal...
Eu na verdade era a que menos me amava.
Vivo um processo de recuperação, nunca fui viciada em nada... Mas essa relação doente me causou uma dependência enorme...
Eu...
Precisava dele para tudo...
Não viveria sem ele...
Ele poderia xingar, mas era bom...
A culpa era minha...
Eu não era uma boa mulher, porquê trabalhava muito, tenho minha religião ( Espírita) inadmissível pra ele, ia à manicure uma vez por semana e à cabeleireira uma vez por mês. Isso me fazia uma péssima mulher e rendia muitos desaforos. A família dele também não gostava de mim, eu era arrogante porque não respondia as provocações e depois mais arrogante porque deixei de ir lá. Também eu merecia os xingamentos, pois eu era tudo isso que relatei agora...
Não tinha marido, telefone tocando o tempo todo e ele fazendo horas extras de graça... Eu não gostava, chegamos a nos desentender, mas era isso, acreditava que eram as tais horas extras.
Não foi paranoia, como nem com tudo isso, eu tive a coragem e dignidade para me separar, influenciado pelo velho amigo, seu jeito de ser e contexto ele tornou a minha vida muito pior... Eu não ouvia mais uma palavra bonita...
Um dia, 9 de agosto de 2015 saiu depois de eu ter chegado do trabalho, sem mais nem menos, com atitudes que não quero descrever. Eu na falta tão grande de amor próprio, colaborei para volta em setembro que manteve minha vida muito pior... então a culpa foi minha, quando eu decidi que ele saísse... Ele coitado foi uma vítima.
Assim vivi o Umbral ou o Inferno na Terra, que eu mesma criei: a culpa, a auto piedade, a tristeza e o fracasso...
Cheguei a me desculpar com ele, para ouvir o deboche... Eu tinha que entender que eu merecia tudo que vivi, não tinha desculpa.
Logo mais assumiu a outra, mais um pouco deixou outros compromissos pra lá, mas eu ainda sou culpada.
Eu precisa escrever para entender...
Bom, hoje me coloquei a pensar sobre tudo, e vi que sou muito teórica, quando se trata de espiritualidade, fé, perdão, força e compaixão sei muito, consigo orientar... Mas e a minha prática...???
Estou voltando e me reconstruindo. Preciso encaixar a vida como ela é dentro do meu espírito iludido e romântico. A racionalidade precisa dominar minha emoção, minha fé, espiritualidade e amor funcionar primeiramente comigo... pois seria hipocrisia total recomendar o quer que fosse à alguém.
Não é um desabafo, é um alerta... não deixem que ninguém leve sua própria vontade de ser quem é, te roube de você... No final de tudo você entenderá como eu, que a ação do outro só se manifesta na sua permissão e que você enxerga aquilo apenas que quer ver.
Ame, mas ame-se e seja realista...
Daqui para frente não sei o que será mais difícil, confiar na minha capacidade de ser realista e me entregar ou o medo de me entregar ao sentimento e acreditar que pode ser real e verdadeiro.