MARIA DE MAGDALA
MARIA DE MAGDALA
“Antes que o homem possa ouvir a Voz interna, tem de passar por um longo e árduo tirocínio de aprendizagem: e, quando a Voz fala, desaparece qualquer dúvida”.
Mahatma Gandhi
“Conheceis muito bem qual tem sido a condição e estado da mulher na comunidade que nos coube como morada. Ainda hoje, apesar da luz esparzida em Pentecostes, permanece alheia, escravizada e relegada por força de mesquinhos e certos equivocados conceitos religiosos, econômicos e sociais”.
Nosso Mestre com audaz e aberta reivindicação fez dos direitos das mulheres e os homens viram com grande escândalo a atitude de Jesus. Ele estimulou e permitiu a presença, junto aos doze apóstolos, um outro numeroso grupo de hebréias que partilhou os ensinamentos, as alegrias e tristezas da pregação e da vida pública do Rabi.
Simão Pedro e outros do grupo foram admoestados por Jesus ao tentar ignorá-las e desprezá-las.
Saulo em uma de suas afirmações disse: “A mulher ouça a instrução em silêncio, com toda submissão. Não permito que a mulher ensine nem domine o homem. Que se mantenha em silêncio. Porque Adão foi formado primeiro e Eva depois dele”. Ao falarmos assim como Paulo, e a todos que assim procedem não são dignos de fazer nossa a palavra de Cristo. Vale ressaltar que na fraternidade que herdamos, a mulher não é menos nem mais do que o homem. A mulher é o reflexo do homem.
É o Pai quem cria, com idêntica liberdade e amor, mulheres e homens, a mulher não procede do homem nem este daquela, ambos nascem, do amor do Pai e por igual.
Somos espíritos, e a destinação desses espíritos foi dada por Deus, hoje estamos homens, amanhã poderemos está mulher, já que o espírito não tem sexo, isto vai depender exclusivamente de sua encarnação; se homem ou se mulher. Esta ilustração é colocada no intuito de mostrar que, a discriminação do homem para a mulher, já vem de longas datas e pelo que notamos o mestre Jesus era totalmente contra, tendo que repreender seus discípulos por esta atitude descabida e sem razão de ser.
Uma figura do passado, muito discutida e controvertida, recebia o nome de Maria Madalena, outras figuras preferiam chamá-la de Magdala em homenagem a sua cidade natal, o primeiro encontro de Jesus com esta pessoa foi inevitável, pobremente documentada, mas ainda assim ela é mais histórica do que outras personagens do Novo Testamento, no qual mais detalhes são citados sobres sua vida, personalidade e comportamento.
O que denota a espiritualidade dessa criatura é quando ela afirma: Tive que escolher: ser seguidora espiritual de Jesus e ser uma mulher forte e corajosa que admiro. Maria de Magdala, “a apóstola de Cristo”, a mulher que seguiu Jesus, a figura feminina que teria o amado, encontramo-la como uma das figuras mais controversas do cristianismo.
Muitos escritores contam sua passagem pelo orbe terrestre como romance outro com fatos mais detalhados, retirados ou não da Bíblia, os exegetas falam de Maria de Magdala com mais respaldo, pois se aprofundaram nas pesquisas e conseguiram mais observações, detalhes mais preciosos do que outros. Quando da ressuscitação de Jesus depois da crucificação, teria sido a primeira pessoa a ter visto o Espírito do Mestre, já que depois de três dias, ele assumiu um corpo sutil e se materializou, tendo passado ainda 40 dias junto aos seus e depois tomado o caminho em direção ao Pai Maior.
Maria de Madalena teria deixado para posteridade seu Evangelho que entrou no rol dos ágrafos, proscritos e apócrifos. O escrito gnóstico intitulado “Evangelho de Maria Madalena” nos é conhecido através de dois fragmentos. Um deles, em língua copta, data de século V e se encontra em Berlim. Conhecido desde 1896 foi publicado em 1955. É o papiro 8502 de Berlim. O outro, em grego, foi publicado em 1938 por C.H. Roberts. Tem o nome de Fragmentos papiráceo Rylands 463.
É assim denominado, porque está incluído em “Textos Teológicos e Literários”, terceiro volume do Catalogue of the Greek and latin Papyri in the John Rylands Library, Manchester.Data provavelmente do século II.
A tradução inclui dois textos: a do papiro de Berlim e baseia-se na tradução italiana de Moraldi. Foi acrescentada uma divisão arbitrária em 15 partes. Já a tradução do papiro de Rylands baseia-se no texto grego publicado por Santos Otero e sua divisão corresponde aproximadamente às linhas do papiro. Sá para citar uma parte deste Evangelho para ficar claro que ele realmente existe: “Depois de dizer isto, o Bem-aventurado os saudou a todos, dizendo: Depois de dizer isto. Não se conservou a parte inicial do papiro. Devia conter doutrinas gnósticas atribuídas a Jesus”.
Bem-aventurado. O nome de Jesus não aparece no texto. É substituído por “O Salvador” ou “O Bem-aventurado”.
Ide, portanto, e pregai o evangelho do reino. Não acrescentei nenhum preceito àquilo que vos ordenei; não vos dei nenhuma outra lei, como um legislador, para que não tenhais dúvidas sobre o que vos ensinei “. Ditas estas palavras, retirou-se. É bom frisar que continua, mas queria só diamantizar este trabalho, fazendo estas colocações. Amém”.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES - Oficial Superior da Polícia Militar-Bacharel em Segurança Pública-Gestor de Empresas - Membro da ACI e Acadêmico da Alomerce.