"Não basta conquistar a sabedoria, é preciso usá-la" - Cícero

Irène Némirovsky
Autora do livro "Suite Française" 
 
Escritora de origem ucraniana nascida a 11 de fevereiro de 1903, em Kiev, no seio de uma família judaica-ucraniana com interesses na banca, e falecida a 17 de agosto de 1942 no campo de concentração nazi de Auschwitz, na Polónia.

Irène Némirovsky era filha de um banqueiro judeu ucraniano, Léon Némirovsky. Foi educada por uma perceptora francesa de modo que o francês foi praticamente a sua língua materna. Também falava russo, polaco, inglês e yiddish.

Em dezembro de 1918, a família de Irène escapou da revolução russa e permaneceu um ano na Finlândia. Em julho de 1919, chegaram a França. Irène, de 16 anos, pode retomar os seus estudos e em 1926  licenciou-se em Letras na Sorbonne. Com 18 anos começou a escrever contos que publicava numa revista literária.

Em 1923 lançou o seu primeiro romance, Le Malentendu, que havia escrito aos 18 anos. Em 1926, Irène Némirovsky  casou-se com Michel Epstein, um engenheiro e banqueiro; tiveram duas filhas: Denise, em 1929 e Elisabeth, em 1937. A família Epstein instalou-se em Paris.

 
Em 1929, lançou o primeiro romance David Golder e tornou-se num dos nomes mais estimados do meio literário de Paris. Posteriormente escreveu Le Bal (O Baile), Le Vin de Solitude e Jézabel.

Contudo, quando a Alemanha invadiu a França durante a Segunda Guerra Mundial, muitos dos que admiravam Irène passaram a ignorá-la por ela ser judia. Mas o facto é que, no início do conflito, Irène se tinha convertido ao catolicismo.

Irène Némirovsky foi detida em julho de 1942 pela Gestapo, a polícia política do regime nazi de Hitler, apesar dos apelos em contrário do embaixador alemão em Paris e do Marechal Pétain. Assim, foi enviada para o campo de concentração de Auschwitz, na Polónia.

A escritora viria a falecer no referido campo de concentração a 17 de agosto desse ano e, em outubro, o seu marido foi preso e deportado também para Auschwitz. Pouco tempo depois de chegar foi assassinado nas  câmaras de gás, no dia  6 de novembro de 1942.
Da família só se salvaram as duas filhas, Denise e Elisabeth, que foram entregues a uma mulher católica, que as escondeu. Na sua mala

Denise levou os manuscritos da mãe. Só em 1954 abriu a mala e teve coragem de ler o que a mãe escrevera. Entre os manuscritos, encontrava-se Suite Française, publicado apenas em setembro de 2004. Esta obra conta o êxodo dos judeus de Paris em 1940.

O livro está dividido em dois romances, um sobre a fuga dos judeus e o segundo sobre a ocupação nazi, e já foi considerado o mais importante documento literário do pós-guerra desde os diários de Anne Frank.

Em 2004 a obra póstuma de Irène Némirovsky, Suite Française (Suite Francesa), foi galardoada com o Prémio Renaudot, um dos mais conceituados do panorama literário francês. Foi a primeira vez que este prémio distinguiu um escritor a título póstumo.

  
Foto: Irène Némirovsky em 1928, com 25 anos
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