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William Harvey nasceu em 1 de Abril de 1578, em Folkestone, Kent, Inglaterra, Filho de Thomas Harvey, negociante rico e prefeito da cidade, e de Joane Hawke, que teve ainda oito filhos. Aos 10 anos ele entra para a King School, Canterbury. Já aos 15 anos de idade vai para Cambridge, em Cains College, a fim de estudar Medicina, passando a morar na casa de tio. Seu interesse pela medicina veio quando observou a dissecação de 2 criminosos. Daí ainda ingressou na Universidade de Medicina, de Pádua, em 1597, e essa era famosa por lá ter estudado Galileu. Também em 1597 tinha recebido o grau de Bacharel em Artes. Em 1602 se doutorando. Após formado, vai para Londres, onde tem licença para trabalhar. Seu mestre foi Hyeronimus Fabricio, que já tinha uma teoria de válvulas nas veias. No período que Harvey estudava, Shakespeare produzia o Hamlet. Em 1604 se casou com Elizabete Browne, mas não tiveram filhos. Exerceu a medicina no Hospital São Bartolomeu de Londres, sendo nomeado professor de anatomia e cirurgia em 1609. Aos 37 anos era palestrante, ministrando uma série de palestras sobre cirurgia. Com 40 anos já era reconhecido o melhor médico de Londres. Sua obra famosa que teria revolucionado com a realidade da circulação do sangue e cardiologia, teria sido escrita apenas quando ele possuía 50 anos de idade. Mas apesar dele ter superado Galeno, fato que foi influenciado por esse expoente da medicina. Também influenciou e foi influenciado por Descartes, que viu um mecanismo no ser humano, com canos, pistões etc. Outro que influenciou ele foi o médico e teólogo Servet, que foi perseguido e morto por Calvino, vítima de intolerância do mesmo. Ademais, o famoso livro de Harvey possuía apenas 72 páginas, mas explicou de forma acurada a circulação do sangue. Utilizou assim e metodologia científica e experimental a explicar a anatomia humana e funcionamento da circulação. Contra um médico francês, que entendia haver um corpo etérico e um espírito vital a preencher as veias e coração em vida, ele defende uma visão mecânica do fenômeno. Mas fala no coração do microcosmos, não excluindo totalmente uma visão mística das coisas. Já vimos que Descartes também tinha um lado místico. De fato, um iniciado saberia a influência do éter no sangue e no coração, e isso não seria combatido. Não foi tão original, uma vez que uns dizem que apenas expandiu a medicina muçulmana de Ibn Nafis, que teve os primeiros estudos de veias e artérias. Isso se deu com muitas “descobertas” europeias também que já haviam sido descobertas na China muitos anos antes. Mas suas teorias não foram muito aceitas, e muitos apenas o utilizaram 200 anos após sua morte. Seus defensores eram chamados de circuladores. Também estudou a reprodução humana, dizendo que todo o ser vivo vem de um ovo. Seus escritos são de difícil leitura, por misturarem latim e inglês. Ele estudou primeiro o coração de animais e notou que se tratava de um músculo, e que muda de coloração. Que o sangue passa pelo coração e volta a esse. Diferente de outros, que achavam o sangue surgir também do fígado. Defendeu suas teorias perante médicos alemães, ademais. Ele fez suas próprias descobertas, ignorando livros médicos anteriores. Em 1646 se despede de todos os cargos e vai viver no campo. Aos 73 anos doou dinheiro anonimamente para a construção de biblioteca no Colégio de Médicos, permitindo a construção de uma nova. Mas na realidade ficou ainda valendo Galeno entre médicos. Essa medicina oficial de Galeno continua até ter seu auge nos EUA, e vemos ainda hoje ser principal, com profissionais sendo produzidos em série e com influência de um gigante complexo industrial farmacêutico. Hoje se estuda medicina apenas pelo motivo $, e isso deve entristecer esses idealistas de outrora. Melhor a medicina holística, preventiva e a Medicina Tradicional Chinesa, bem como a macrobiótica, mas ainda não é estudada com seriedade. Vemos a expectativa de vida aumentar, mas à custa de pouca qualidade de vida, doenças etc. A visão mecanicista de mundo, seja a de medicina, seja a filosófica já passou e é paradigma antigo. Por fim Harvey falece doente com 79 anos, em 3 de Junho de 1657.