Dois Eládios...?
Nós, os mais antigos da Velha Serrana Pitangui, conhecemos pelo menos, e vai ver que pelo mais, dois Eládios. O primeiro deles, sem acento, é o Eladio Rojas, ídolo do futebol chileno que enfrentou o Brasil na Copa de 1962. Ganhamos a partida por 4 a 2, dramática, por sinal. E, sem Pelé, contundido, Garrincha, o homem de Pau Grande, valeu por Três Corações, entre nossos leões. Sublime, destroçou.
Mas o Chlie, não caiu assim facim. Lutou, digladiou e perante sua aguerrida torcida, ao cabo se imolou. E em seus quadros, de sangue e suor banhados, destacou-se o valente Eladio Rojas.
O segundo Eládio, o Lopes, que surgiu por essa mesma época, era então um adolescente, colega ginasiano da gente. Na vida que se seguiu, e que iria nos separar após a conclusão do estudo secundário, dum tempo em quase tínhamos ainda latim na missa e na sala de aula, Eládio foi cuidar de ser engenheiro, mas o futebol o acompanhou. E se gol não consta que marcou, muito tirambaço, com sua felina agilidade, segurou.
E mais de cinco décadas passadas, reencontrar o Engenheiro Eládio, em Lisboa, no salão de embarque para o Brasil, é satisfação garantida para, na rota de Cabral, retomar o papo de uma vida. E se o vôo mais curto não pareceu, foi curtido sim, lhes digo eu.
O Rojas chileno, andou exibindo sua garra nos estádios até se aposentar, e partiu rumo a eternidade em 1993. Os compatriotas lhe são eternamente gratos pela medalha de bronze que o Chile conquistou na Copa que sediou. Mientrastanto, nosotros, tras sediar dos Copas mundiales, no pasamos todavía de un subcampeonato que atristó no solo un Maracanã, pero a todo nuestro Brasil.
Quanto ao nosso Eládio, reside há anos em Conselheiro Lafaiete, e, embora aposentado, continua engenheirando onde se mete.