GEORGE BERKELEY (1685-1753)

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George Berkeley nasceu em Kilkenny, Dysart, Irlanda, no dia 12 de março de 1685, filho mais velho de seis, de William Berkeley e Elisabeth Southerne, no Castelo de Dysart. Recebe educação em Dysart, próximo a Thomastown, e aos onze anos de idade começa a estudar em Kilkeny, e, já aos quinze anos estudando no Trinity College de Dublin, onde estuda matemática, filosofia e línguas, assim sendo Bacharel em Artes e depois Mestre em Artes. Já em 1707 passa a lecionar nesse mesmo colégio, hebraico e teologia. Recebe os títulos de Bacharel em Teologia e Doutor em Teologia. Trabalha na juventude como capelão de famílias nobres. Desde essa época já desenvolvia a sua filosofia, superando e criticando visões de filósofos ateus. Como Ministro da Igreja Anglicana, nas suas pregações fez severa crítica a materialistas e ateus, mesmo chegando a falar de Newton, e escreve contra livres-pensadores no jornal The Guardian. Em 1713 viaja a Londres, depois França e Itália. Em 1728 casa-se com Anne Forster. Achando que a Europa estava em decadência, haja vista ateísmo, acaba planejando evangelização na América, mais especificamente nas ilhas Bermudas, mas em meio do caminho fica esperando a verba por três anos, em Rhode Island, sem obter êxito dessa missão. Estuda assim Malebranche, com o qual até se assemelha, bem como Hobbes, Descartes, Locke e mesmo Ibn Tufail, combatendo as formas de pensamento que retiravam Deus de sua temática. Quando retorna a Inglaterra, se torna Bispo de Cloyne. Chega inclusive a desacreditar certos matemáticos, e faz crítica a cálculo de Newton, no que tange ao infinitésimo, entendendo que Newton fazia mais previsões, e que não chegava a natureza e essência das coisas. Também se liga a política e a filantropia, bem como a medicina. Faz propaganda de uma tal de água de alcatrão, que era tida por cura de muitos males, remédio universal, aparentando entrar em mercado de charlatanismo. Seu pensamento caminha para um imaterialismo e mesmo idealismo. Diz que o que existem são as pessoas, e elas dão existências as coisas, que não são as coisas reais em si. Ele nega a matéria e coloca as coisas em Deus, bem como nas pessoas. As nossas ideias são sensações ou operações da mente nas sensações. Os objetos são construídos pela mente. Os objetos são as ideias. Ideias abstratas são ilusão. Ideia é sensação. Seu fim era demonstrar a existência de Deus. A ideia não depende de corpos externos. Não podem existir as coisas sem a mente. O mundo está ligado ao pensamento. Nada é mais óbvio que a existência de Deus. Parece que em muitos pontos, além de criticar a matemática a e a física de Newton, bem como materialistas ateus, Berkeley parecia antecipar a física quântica e a interação mente e partículas-ondas. Também parecia reproduzir um pouco a filosofia vedanta, para quem existir e perceber são coisas semelhantes. Depois Schopenhauer diria que a realidade é representação. Fato é que Berkeley parece demonstrar o princípio hermético do mentalismo, onde Deus é mental, tudo é mental, a obra do Caibalion. Também certos ensinos de cabala colocam a Criação feita antes na mente de Deus, e assim mantidas. Fato é que as coisas existem mais em nós, do que fora. Também ideologias como a de Masaharu Taniguchi, representante da Seicho-no-ie, falam que a matéria não existe, e que o pensamento que acaba regulando as coisas. Certo que a filosofia tende a certo panteísmo novamente, e Deus se torna o mundo. Assim fica confusa a imperfeição, que estaria mais numa matéria que é antes criada pela mente, que com existência própria. Berkeley acaba em muito fazendo uma síntese inteligente de pensamento de seu tempo, e acrescentando a contribuição teológica ao mesmo. Em muito se assemelha seu pensamento a Malebranche, do qual foi influenciado. Mas já antecipou o novo paradigma, que seria o de Einstein e superou o antigo, newtoniano. Mostrou o poder do intelecto, que é mesmo capaz de criar a realidade. A vibração mental atrai o mundo que nos rodeia. O mundo da mente é uma matrix. Faleceu com 67 anos, em 14 de janeiro de 1753.