BARUCH SPINOZA (1632-1677)
Baruch de Spinoza nasceu em Amsterdã, Holanda, em 24 de Novembro de 1932, filho de comerciante abastado, sendo que a família fugia da Inquisição portuguesa. Seus pais lhe chamavam de Bento. De família judaico portuguesa. Educado nas tradições judaicas, como no Talmud e demais comentários, Midrash, Mishna etc, frequenta a escola de Francisco van den Enden, de formação católica, e estudando obras dos sábios judeus, como Maimónides, Ibn Ezra, Ibn Gabirol, Moisés de Córdoba, Ben Gherson, Hasdai Crescas, e outros. Também se dedicou ao estudo de pensadores gregos, Sócrates, Platão, Aristóteles, Demócrito, Epicuro, Lucrécio e ainda de Giordano Bruno. Ademais, tem acesso a filósofos modernos, como Descartes, Bacon e Hobbes. Também parece que seu pensamento reflete muito a doutrina cabalística, a qual possivelmente estudou em seu tempo. Estuda assim a Bíblia Hebraica e seus comentários. A Holanda era lugar onde judeus procuraram liberdade e formar uma identidade clara. Trabalhou nos negócios da família e tudo indicava que seria o rabino da comunidade. Mas extrapolou no pensamento e foi assim excomungado, recebeu o cherem: "Com a sentença dos Anjos e dos Santos, com o consentimento do Deus Bendito e com o consentimento de toda esta Congregação, diante destes santos Livros, nós heremizamos, expulsamos, amaldiçoamos e esconjuramos Baruch de Spinoza [...] Maldito seja de dia e maldito seja de noite, maldito seja em seu deitar, maldito seja em seu levantar, maldito seja em seu sair, e maldito seja em seu entrar [...] E que Adonai [Soberano Senhor] apague o seu nome de sob os céus, e que Adonai o afaste, para sua desgraça, de todas as tribos de Israel, com todas as maldições do firmamento escritas no Livro desta Lei. E vós, os dedicados a Adonai, que Deus vos conserve todos vivos. Advertindo que ninguém lhe pode falar pela boca nem por escrito nem conceder-lhe nenhum favor, nem debaixo do mesmo teto estar com ele, nem a uma distância de menos de quatro côvados, nem ler Papel algum feito ou escrito por ele."1 Um amigo também havia recebido essa sentença divina, e assim não suportado se suicidado. Isso deixou Baruch muito abalado. Depois ele exerceu a atividade de polidor de lentes para se sustentar. Muitas das ideias dele são contra as superstições e acabam por bater de frente por uma visão literal da religião, literal, e não a mística. Achava uma identidade muito estreita entre a Natureza e Deus, e a Natureza e o mundo. Assim não é difícil ver um panteísmo em Spinoza. Também ele é considerado iluminista. Ao se ler trechos de Midrash judaico, bem como histórias do chassidismo, se observa que os iluministas eram chamados de heréticos e descrentes, e que se aconselhava se afastar e não ouvir as ideias deles. A essência divina pressupõe a Sua existência e nada existe fora de Deus. “A natureza une em si Deus e o homem”. Também um fanático religioso tentou o assassinar numa rua, sendo que por sorte Spinoza conseguiu se salvar desse atentado. Publicou poucas obras em vida e sofreu muitas perseguições da imprensa. Muito de sua doutrina falava de uma Substância, que era um tanto natural. Deus seria a origem de uma espécie de engrenagem. Em muito ele reflete um estilo cartesiano, de Descartes. Ponto comum com Descartes, Bacon e Giordano Bruno, que todos eles refletiam uma filosofia secreta do seu tempo, a da Rosacruz, e assim há quem prove que ele era Rosacruz. Selos nas cartas, marcas de água em papeis, como mostra Guilherme Fauque2, além dele ser amigo de Jan de Witt, que era ligado a outro rosacruciano chamado Isaac Beekman, além de citar Heinrich Kunrath em sua obra Tratado Lógico-Político. Então há a possibilidade desse iluminista ter ligação coim a Ordem mística. Tem umas ideias interessantes, como a de que a alma não pode ser destruída com o corpo, mas dela permanece algo eterno, como está em sua Ética. Também para ele a religião quer a obediência, alimentada por medo e superstição, enquanto a filosofia, busca a verdade. E intelecto e vontade são uma coisa só. Assim defende uma doutrina de imanência de Deus. Em 1673 o monarca Luiz 2º o convida para residir em França, recebendo pensão, mas ele nega. Spinoza tinha uma saúde delicada, e falece aos quarenta e quatro anos, no dia 21 de fevereiro de 1677, de tuberculose, na cidade de Haia, junto à família Van den Spyck.
1Fonte: Wikipedia.
2In Revista O Rosacruz, n. 272.