Biografia do Engenheiro Florestal RUBENS DA ROCHA PORTAL
Rubens da Rocha Portal é um Engenheiro Florestal que após 4 décadas de intensa atuação profissional se tornou o maior ambientalista do Estado do Amapá e um dos mais importantes da Amazônia!!!
Nasceu, em 02 de maio de 1947, numa comunidade ribeirinha às margens do rio Muruquara, município de Afuá, no arquipélago do Marajó (Pará), filho do pescador Berlino Farias Portal e da seringalista Dolores Mota da Rocha. É o quinto de dez filhos, sendo seus irmãos e irmãs: Nelci, Neuza, Nilda, Rubilar, Nivalda, Neide, Nelma, Renato, Nilza da Rocha Portal.
Mudou-se para Macapá, no final da década 40, com apenas dois anos de idade, trazido por seus pais que vieram em busca de emprego, de educação para os filhos e, por conseguinte, de melhor qualidade de vida.
Teve uma infância alegre, brincando nas ruas que serviam como campo das peladas de futebol, carregando desde então intensa paixão pela bola, acompanhando assiduamente jogos e campeonatos como um verdadeiro fanático pelo Botafogo carioca.
A antiga Macapá era uma cidade calma, com ares de cidade do interior, onde não havia prédios e os veículos podiam ser contados à dedo: um ônibus, algumas ambulâncias, um carro de policia (violino) e outros particulares.
Em 1954, iniciou seus estudos no Grupo Escolar Alexandre Vaz Tavares, passando pelo Grupo Escolar Dr. Coaracy Nunes (1961 a 1964) e Ginásio de Macapá (1965 a 1968), até concluir o ensino médio no Colégio Amapaense, em 1971.
Como era comum em sua geração, Rubens Portal alternava o aprendizado escolar com outras atividades, brincando com inúmeros amigos de sua vizinhança e trabalhando para ajudar na renda doméstica.
No igarapé que corta a cidade, até ao olho d’água do paredão do Hospital Geral de Macapá (hoje canal da Mendonça Júnior), aprendeu a pescar e contribuía para o sustento da família. O igarapé mantinha-se preservado, sem poluição, com grande fartura de cardumes de traíras, jandiás, aracus e especialmente de matupiris, que eram os seus preferidos.
Essa paixão pela pescaria logo se transformou em profissão. Aos 16 anos passou a trabalhar como vendedor de peixes num pequeno comércio da cidade.
Depois resolveu mudar de profissão, mas sem deixar de lado a paixão pela natureza. Prestou o vestibular em Belém, tendo o privilégio de fazer parte da 1ª Turma de Engenheiros Florestais da recém-estruturada Faculdade de Ciências Agrárias do Pará (FCAP), período de 1972 a 1975.
A Escola de Agronomia da Amazônia foi transformada em FCAP com a inclusão de novos cursos. A 1ª Turma de Engenheiros Agrônomos da FCAP tinha 100 alunos e o curso de Engenharia Florestal contava com 30 alunos. Diversos professores da Universidade Federal de Curitiba (PR) se deslocavam para Belém, onde permaneciam por um semestre e, após, retornavam a sua terra. Em seguida outros professores deslocavam para lecionar suas respectivas disciplinas. Nos anos iniciais, as Disciplinas básicas e parte das específicas de Agronomia e Florestal foram ministradas em conjunto, de modo que até hoje existe forte vinculo entre os egressos dessas turmas, que recentemente comemoraram 40 anos de sua formatura.
Durante a faculdade, começou a estagiar no Projeto de Desenvolvimento e Pesquisa Florestal (PRODEPEF), que visava o desenvolvimento da exploração mecanizada na Amazônia, desenvolvido no centro de treinamento e pesquisa da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), localizado em na cidade de Santarém, oeste do Pará.
Nas férias, Rubens Portal voltava à Macapá para vender peixes e ganhar alguns trocados para ajudar no sustento em Belém. Fazer faculdade longe da casa dos pais sempre é um desafio para qualquer jovem, mas foi justamente se inspirando no exemplo de seus genitores que ele buscava forças para superar as limitações. Do “seu" Berlino e da “dona” Dolores que Rubens Portal herdou os princípios de ética, honestidade, paciência e força de vontade para transpor todo e qualquer obstáculo da vida.
Sua formatura aconteceu em dezembro de 1975, sendo motivo de grande alegria para familiares e amigos.
Em abril de 1976, foi contratado para trabalhar no Programa de Pólos Agropecuários e Agro Minerais da Amazônia (POLAMAZONIA).
Em 22 de agosto de 1977, ingressou por meio de concurso no quadro técnico da Delegacia Estadual do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), em Belém.
Em 1979, ajudou a fundar a Delegacia Estadual do IBDF no Amapá, contribuindo na expansão e interiorização do Instituto com a implantação de Postos de Controle e Fiscalização (POCOF) nas localidades de Bailique, Afuá, Jarí e Tartarugalzinho.
Nessa época, casou-se com uma linda morena macapaense, Raimunda Amélia Leão Portal, com quem teve dois filhos e uma filha: Rubens da Rocha Portal Júnior, Hugo Leão Portal e Júnia Leão Portal.
Ao longo de sua carreira, em Belém e Macapá, Rubens Portal ocupou diversos cargos importantes, dentre as quais estão: Chefe do Grupo de Coordenação e Fiscalização de Atividades Locais (1978 a 1979), Delegado Estadual do Pará (substituto) (03/07 a 01/08/1978), Delegado Estadual do Amapá (substituto) (1981 a 1986), Gerente de Programas (1989) e Coordenador Estadual da Gerência Técnica (1990).
Nessas diferentes funções, Rubens Portal liderou equipes multidisciplinares, sempre em articulação constante com os segmentos sociais, contribuindo extraordinariamente para a construção de políticas públicas de proteção ambiental. Nazir de Melo Salman, Vitor Hugo Cantarelli, Maria de Lourdes Cantarelli, Fernando Cardoso Cruz, Vera Lúcia Ferreira Luz, Lia Soares Bezerra, Maria Auxiliadora, Raimundo da Silva Chucre, Alirio Macedo Mory, Leonardo de Lima Melo, Richard Vogt e o jornalista Eliazar Bezerra são alguns amigos que acompanharam toda essa bem-sucedida trajetória.
Como integrante de um seleto grupo de 12 Engenheiros Florestais, Rubens da Rocha Portal fundou a Associação dos Engenheiros Florestais do Amapá (AEFA), dando significativas contribuições ao crescimento econômico e desenvolvimento socioambiental nessa região. Atualmente, são quase duzentos profissionais associados à AEFA, prestando serviço à sociedade amapaense.
Atuou ainda como membro do Conselho de Ciência e Tecnologia do Amapá (CONCITEC), do Conselho Estadual do Meio Ambiente (COEM) e Conselho Técnico-Administrativo do Instituto de Estudos e Pesquisas do Estado do Amapá (IEPA).
Ajudou a criar o arcabouço legal uso racional dos recursos naturais, como: Lei Estadual de Florestas, Código Ambiental do Amapá e Sistema Estadual do Meio Ambiente.
Participou ativamente de atividades de Educação Ambiental em órgãos públicos, escolas, vilas de pescadores e comunidades de populações tradicionais.
Sua presença constante em debates, consultadas públicas, levantamentos técnicos e grupos de pesquisa foi decisiva para criação de diversas Unidades de Conservação, como por exemplo: Reserva Biológica do Lago Piratuba, Parque Nacional Cabo Orange, Floresta Nacional do Amapá, Reserva Biológica do Parazinho, Reserva Biológica da Fazendinha e Floresta Estadual do Amapá.
Mesmo trabalhando bastante nunca deixou de aprimorar seus conhecimentos. Além de diversos cursos de curta duração, fez Especialização em Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal do Pará/Instituto de Pesquisa Cientifica e Tecnológica do Estado do Amapá (1998), e Especialização em Educação Ambiental pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC (2002).
Certamente que de todos os seus feitos, foi através do Projeto Quelônios que Rubens Portal ultrapassou as fronteiras de sua terra para tornar-se uma referência nacional na proteção dos recursos naturais da Amazônia.
Ele é um dos pioneiros no desenvolvimento do Projeto Quelônios da Amazônia (PQA), e um dos poucos daquele período inicial que está em plena atividade. A trajetória profissional de Rubens Portal se mescla à rica história da conservação dos quelônios amazônicos.
Tudo começou, em abril de 1980, quando foi designado para participar do 1º Encontro Técnico-Administrativo sobre Preservação de Quelônios, realizado na cidade de Manaus, com presença de pesquisadores, técnicos e gestores públicos dos estados Amazonas, Pará, Acre, Rondônia, Roraima e Amapá. O referido evento foi coordenado pelo Engenheiro Florestal Vitor Hugo Cantarelli e visava melhorar a estrutura e planejamento sobre os trabalhos de proteção de fiscalização dos quelônios na Amazônia brasileira.
O tripé de atuação do Projeto Quelônios do Amazônia (PQA) era o manejo e proteção das espécies em suas áreas naturais, a pesquisa científica e a geração de renda por meio do envolvimento e conscientização das comunidades ribeirinhas. Rubens Portal se identificou imediatamente com aquela iniciativa, vislumbrando um fértil campo profissional, com chances de contribuir para proteger as espécies ocorrentes na Amazônia.
Atuar na conservação da fauna de quelônios certamente é tarefa árdua, que requer passar longos períodos em campo, viajando, fazendo treinamento, participando de encontros, realizando pesquisas etc. Apaziguar a constante saudade de casa é um dilema. Especialmente para alguém bastante apegado à família, como Rubens, isso poderia ser empecilho. A superação dessas dificuldades só se torna possível com enorme perseverança na concretização de uma missão. Isso mesmo: foi o sonho de “plantar” uma verdadeira semente de conservação dos recursos naturais da Amazônia que o moveu nessa caminhada!!!
Quem atua na proteção dos quelônios sabe que indiretamente está protegendo centenas de espécies de aves, repteis anfíbios, mamíferos, entre tantos outros grupos da fauna. Rubens Portal e seus companheiros de trabalho acreditaram nisso, empenhando-se intensamente para concretizar esse sonho.
O “Projeto Quelônios do Amapá” possui 35 anos de história e conquistas!!! Nesse longo período já contribuiu com a proteção de mais de 1 milhão de filhotes de tartaruga e tracajá – um número realmente expressivo que consagrou esse trabalho no topo das iniciativas de conservação de fauna na região. Contudo, o mais interessante foi a mudança de comportamento de inúmeras comunidades que deixaram de lado a exploração irracional dos quelônios para se tornarem parceiras, participando das ações protetoras e pesquisas desenvolvidas.
Quem estava presente lá no começo e vestiu a camisa ao lado de Rubens Portal em busca desse sonho, hoje pode olhar para trás satisfeito e comemorar a construção desse valioso legado para o Amapá e toda Amazônia.
A trajetória de Rubens da Rocha Portal é sinônima de valor e prestígio. Tem uma marca extraordinária de 40 anos de trabalho, consolidando-se como líder engajado e compromissado com a causa ambiental. Um exemplo que inspira orgulho e respeito para todos aqueles que possuem Diploma de Engenharia Florestal.
Ele é um dos mais importantes profissionais do IBAMA em atuação na Amazônia, representando um grupo de veteranos do antigo IBDF que ajudou a consolidar as políticas ambientais e florestais na Região Norte.
Como um dos pioneiros e fundadores do Projeto Quelônios da Amazônia é parte viva de um legado institucional de grande amplitude, com enormes benefícios para as comunidades do Amapá e de toda Amazônia.
Rubens da Rocha Portal é um exemplo de profissional, um engenheiro Florestal competente que dignifica sua categoria e inspira seguidores de diversas formações acadêmicas que amam e dedicam suas vidas pela proteção do meio ambiente do Brasil!!!
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Palmas - TO, Janeiro de 2016.
Giovanni Salera Júnior
E-mail: salerajunior@yahoo.com.br
Curriculum Vitae: http://lattes.cnpq.br/9410800331827187
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