JOÃO DE SALISBURY (1120-1180)

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João de Salisbury nasceu na Inglaterra entre 1115 e 1120, sendo um dos mais importantes pensadores que surgiram na Igreja Católica. Estudou assim na escola de Chartres, na França, na École Catedrale de Paris, sendo inclusive um aluno de Abelardo. Estudou assim ainda lógica e gramática. Assim além da influência platônica que teve em estudos com seu mestre, após esse sair ainda teve grande importância em seu pensamento a leitura dos clássicos latinos. Também participa depois do Concílio de Rheims, presidido pelo Papa Eugênio III, conhecendo ainda Bernardo de Claraval. Também foi nomeado secretário de Teobaldo de Bec, assim enviado a missões na sede papal. Por esse tempo compôs a maioria de suas obras. Escreveu assim o Policratos. Era também leitor de Sêneca e Cícero, e conhecia a lógica de Aristóteles, o que influenciou essa obra. A sua obra se destaca na pedagogia, uma vez que se opunha a Cornífio, que exercia um pseudo-ensino, defendendo assim contra estes a cultura humanista. Depois participa do terceiro Concílio de Latrão. De interesse é que se tenta conciliar o Gênesis com a física e a ciência, isso ensinado por Teodorico, seu professor. E outro que estava na mesma escola que João era Gilberto de la Poitiers. Para esse Gilberto todas as categorias são formas, sendo assim: inerentes=substância, quantidade, qualidade, relação, e formas acessórias= lugar, tempo, situação, hábito, ação e paixão. João disse que preferia duvidar com os acadêmicos do que escrever do que ainda não sabe. Assim coloca limites a razão humana e coloca a resolução em Deus, que que conhece a verdadeira realidade do universo. Sua cartas falam também sobre o embate constitucional que surgia na Inglaterra de seu tempo. A educação para ele devia ser assim também moral, além de intelectual. Assim teve um reflexo em doutrinas renascentistas. Também fala de política, em seu Policraticus. Assim falou que a sociedade tem uma alma e um corpo, e que a alma seria o poder eclesiástico e o corpo a autoridade civil. Assim a autoridade religiosa devia ser maior que o corpo, ou que a autoridade civil. Assim se poderia não apenas desobedecer o tirano, mas até o matar se necessário. Foi assim o primeiro autor medieval a sistematizar a política. A equidade seria a lei de Deus. Então há leis que tem uma validade eterna. E o príncipe também está sujeito a lei. Uma pergunta que se poderia fazer a João é se Deus também estaria sujeito a essa lei, ou o Seu filho, Cristo. Essa concepção orgânica de sociedade lembra em muito o que será depois elaborado por Durkheim, entendendo a sociedade como um organismo vivo, podendo esta estar saudável ou doente. E sobre as leis que existem com essa validade eterna, são lógico as leis naturais e a leis Cósmicas. Talvez João poderia ter aprendido mais com o místico Bernardo de Claraval, sobre algumas dessas leis, e nos ter explicado melhor. E parece que o poder civil superou em nosso tempo qualquer poder eclesiástico, a não ser que se considere sociedades de iniciação e seus membros na autoridade civil como uma espécie de poder eclesiástico. Sobre a educação estava bem certo, de seguir uma posição humanista e considerar o aprendizado de acordo com a razão, além de mera linguística ou resultado superficial. A influência romana e latina foi assim positiva em se revelar um filósofo no tema da política, em uma ciência política medieval, o que era raro de ocorrer. Certo que teria lido o Timeu de Platão, e ainda possivelmente outras obras do mestre grego. A influência de Cícero é clara e em muito transparece na obra de João de Salisbury. E essa busca ética e moral na política e na educação são brilhantes, uma vez que a sociedade sempre teve essas lacunas em sua constituição e mesmo em suas instituições. Dos órgãos do corpo relacionados a corpo, a Fazenda estava na barriga. Por isso engordamos os cofres públicos com impostos. Não era mera figura de linguagem, mas um teoria elaborada. Morre em Chartres ou em cidade próxima, em 25 de Outubro de 1180.