ANSELMO DE AOSTA (1033-1109)
Nascido em 1033, de família rica, em Aosta, na Itália, sendo abade da abadia de Bec, em Normandia, e mais tarde Bispo de Cantuária. Também chamado de Anselmo de Cantuária. Chamado de pai da escolástica, ou segundo pai. Também esteve envolvido com brigas entre poder religioso e temporal, com Guilherme II. Em seus estudos, foi aluno de Lanfranco e Berengário, ou seja, de dialéticos. Esse Lanfranco era um monge e ele já defendia uma posição conciliadora entre filosofia e religião, falando assim que a dialética não contradiz os mistérios divinos. Mas Anselmo estudou na Ordem de São Bento, e inclusive é venerado como santo no dia 21 de Abril. Suia família tinha relações com a Casa de Sabóia, mostrando o seu poderio. Mas já aos quinze anos Anselmo queria entrar para o mosteiro, mas seu pai não apoiou, e assim foi recusado. Passa assim um período de crise, de modo que desiste de estudar, e apenas aos vinte e três acaba, após falecimento de mãe, atravessando os Alpes, viajando até a França, por onde fez incursões. Atraído pela fama de Lanfranco, acaba pela Normandia e entrando para o mosteiro aos vinte e sete anos, seguindo assim a regra de São Bento, que é em grande parte severa para quem tem um ponto de vista mundano. Depois Anselmo foi eleito prior de Bec, de modo que assim ficou por quinze anos. Suas obras mais famosas são o Monologium e o Proslogium. Na primeira trata da sabedoria divina, e na segunda deseja encontrar um único argumento para a prova de Deus. Assim desenvolve um argumento ontológico para provar a existência de Deus. Assim fez as bases para o que seria também desenvolvido por Descartes e Kant. Procura assim conciliar a fé com a razão em suas obras. Sobre seu comando, Bec se tornou o principal centro de ensino da Europa, atraindo estudantes de outras regiões, como França e Itália. Escreveu ainda obras como “O diálogo sobre a verdade”, sobre livre arbítrio e sobre a queda do diabo. Grande parte de seu argumento usa do termo perfeição para a prova. Deus seria a perfeição em sua forma absoluta. Pois antes uns seguiam apenas a fé, deixando de lado a dialética, e outros usavam apenas da dialética. Anselmo parece unir essas duas instâncias de argumentação. Ele ia para a Inglaterra supervisionar propriedades da abadia e assim aproveitava para visitar Lanfranco. Depois Kant chega a comentar e a criticar a obra de Anselmo. Mas ele teve conflitos com o poder temporal, Gulherme II e Henrique I, de modo que teve de fazer exílios em Roma e em Lyon. Seu mote é 'fé em busca do conhecimento”. Em muito isso se assemelha a Agostinho. No Monológio ele defende uma certa redução de atributos divinos. Trata assim da bondade e de uma “bondade em si”. Assim seu maior argumento que Deus é maior do que aquilo que se pode pensar, ou conceber. Aquele que não se possa conceber nada maior. Assim Deus não apenas no intelecto, mas também na realidade. Mas foi combatido de forma ardente pelo monge Gaunilo. De interesse é que ele também fala do mistério da expiação, em obra sobre porque Deus teria se feito homem. Disse que nenhum pecado pode ser perdoado sem a devida satisfação, assim o motivo da expiação e de Cristo. Assim se alinha a teorias da Reforma. É também elogiado em encíclica de Pio X. Disse Anselmo que não havia nada a ser feito antes de ser feito. Mas seu tema é a prova da existência de Deus. Fala no Monologium que: “as coisas são desiguais em perfeição”; e tudo que possui em maior ou menor perfeição deve assim a uma forma absoluta. Também liga a existência de Deus a algo absolutamente bom e superior, a grandeza absoluta , causa única e perfeição absoluta. Assim a prova estaria no próprio pensamento. Contra ele critica monge Ganilo, que temos pensamentos falsos e que ouvir palavra de Deus não significa compreender Deus. Pensando, vemos que se Deus é uma Criação Mental, ou se somos parte de Deus, de uma Alma Absoluta, isso parece que está mais na experiência mística que em argumentos racionais. Deus é inefável e indizível. Mas Anselmo acertou em mostrar provas de perfeição. Na véspera de sua morte lamentou não ter escrito algo sobre a alma, e assim falece em 21 de Abril de 1109.