minha vida de peão de trecho - Ipojuca... terra prometida...????

Distrito Industrial atual em Ipojuca- PE

Passados 33 anos volto a região pernambucana, mas agora a trabalho de uma outra empresa e em condições totalmente adversas, sem cargo de confiança e ou uma gerencia responsável como outrora, pois dessa vez estou à mercê de aceitar e acatar onde a empresa defina, onde morar, onde comer, enfim de castigo numa cidade próxima a obra, sem recursos e sem as mordomias de uma grande empresa, pois no momento estamos em contenção de despesas e com isso nossos lazeres serão ínfimos ou até inexistentes, mas nosso Coordenador Geral, sem poder delegado, acatava tudo que fora imposto a todos nós sem exceção...

Foi assim que fomos morar em Cabo de Santo Agostinho, numa casa com 3 quartos e com um quintal enorme, mas totalmente abandonado a mercê de insetos, cobras e lagartos, que proliferavam pela casa, além de ratos enormes circulando pelas ruas, como não há dedetização nas residências ou adjacências, de nada adianta dedetizar somente a sua casa...

Ao programar e planejar nossos trabalhos nessa empreitada, tivemos logo na primeira semana uma reunião junto a Contratante, que com certeza iríamos ter problemas, pois estava programada uma greve geral dos colaboradores da empresa maior com o efetivo de 20000 homens, dispostos a parar todo canteiro de obras, pois não tinham direito a retorno de visita as suas famílias, apesar de que a sua maioria constituída de rapazes solteiros, mas que desejavam o direito de poder visitar como as demais empresas menores que davam esse direito a seus funcionários...

Todavia, tal empreendimento mal orçado e calculado sem essas folgas de visita a família, a mesma não acatou as sugestões dos Sindicatos envolvidos, e tivemos assim uma greve de 45 dias sem que voltassem ao trabalho, mas diariamente se encaminhando para as portas do canteiro proibindo as demais empresas que concordaram em pagar tais vantagens e liberar que fossem permitidos viagens de visita a família... a cada 51 dias e permanência na obra...

Após extenuante conversação entre sindicato e representantes dos funcionários, fomos autorizados a voltar a trabalhar, até então durante esses 45 dias encaminhamos nossos trabalhos, para a base da empresa em Camaçari – BA, e demais itens a serem executados em Volta Redonda em outra base de nossa empresa...

Quando voltamos a trabalhar e sem greve dos profissionais, fomos transferir tais materiais já executados em outra base para evitar o atraso das montagens das tubulações, equipamentos e estrutura metálica e mais periféricos envolvidos nessa montagem da fábrica de gás liquefeito de petróleo...

Montamos na residência em Cabo, nosso escritório e demos continuidade no processo documental e programação das tarefas a serem executadas em outras sedes e assim possibilitar junto a Fiscalização de nosso cliente que deveríamos organizar visitas esporádicas afim de liberar por parte os equipamentos e tubulações já prontas e devidamente inspecionados e liberados para encaminhar a base de Ipojuca, onde estávamos aguardando o fim da greve...

Fomos várias vezes a outras bases para com o aval do cliente pudéssemos encaminhar todo material liberado e considerado aprovado, para montagem imediata assim que a greve encerrasse e todos voltassem a trabalhar no canteiro de obras...

Durante tais greves tivemos que nos manter na região com idas e vindas ao canteiro, pois poderíamos ter surpresas de poder entrar e trabalhar, que no início da greve foi possível, mas com as exigências dos sindicatos, acabamos cumprindo regularmente as ordens de não adentrar ao canteiro, ou mesmo fazer reuniões de trabalho, que foram transferidos para a cidade de Cabo, onde o nosso cliente tinha uma base de Gases Liquefeitos...

Propusemos que o nosso cliente nos apoiasse na execução da pré-montagem dos tubos e demais materiais estruturais, em outra base e liberar para carregamento após a aprovação minimizando assim os possíveis assaltos ou perda de tempo devido o bloqueio no canteiro de Obras, pelos demais colaboradores que diariamente se deslocavam de ônibus das empreiteiras e assim boicotavam todo o processo produtivo...

Ao finalizar a greve, voltamos a avaliar os prejuízos de montagem e atrasos na entrega dos materiais que foram executados na base de Volta Redonda, mas por infelicidade de chuvas torrenciais, nosso coordenador geral da base de Volta Redonda nos confirmou que todos os materiais prontos e liberados tiveram que ser jatiados para seu encaminhamento a nossa base com atraso de mais de um mês devido a tais chuvas torrenciais...

Ao visitar a base em Camaçari, tivemos outras surpresas desagradáveis com nosso parceiro coirmão da mesma empresa mas com sede em Camaçari, não acatar as ordens de nosso diretor da sede, que solicitou aos demais profissionais a prioridade total e irrestrita de utilizar toda a mão de obra para eliminar quaisquer atrasos de obra, pois era uma questão de ponto de honra cumprir as metas e entregar uma planta pronta e atendendo as normas de Segurança e Meio Ambiente.