minha vida - data e fatos importantes da minha vida

Datas e fatos mais importantes da minha vida...

Cheguei as 16 horas de uma sexta feira, em 20 de abril de 1945... quando a minha querida mãe ainda até aquela tarde mesmo não se sentindo bem foi ao trabalho na roça e teve que voltar para casa pois a bolsa amniótica rompeu em pleno serviço pesado...

A parteira quem fez o trabalho de parto ralhou com ela pois era o primeiro parto da minha mãe e necessitava de maiores cuidados e precauções principalmente por ser o primeiro, depois disso foram mais nove partos, dos quais fomos 8 filhos vivos, das quais sou o filho mais velho e único filho homem e mais 7 filhas mulheres... e a minha mãe ainda perdeu 2 fetos natimortos...

Fui aprender a língua japonesa desde o nascimento, pois todos falavam a língua japonesa dentro de casa, apesar de termos nascido no Brasil, pois os meus avós oriundos de “Fukuoka ken”, da ilha de “Kiushu”, ao sul do Japão, vieram no navio “Assano Maru” em 1908... segundo navio a aportar em Santos com os imigrantes japoneses para as fazendas de café na região norte do estado de São Paulo, em Ituverava...

Foram anos de trabalho árduo para poderem se livrarem de serem apenas empregados ou colonos apenas com parte de tudo que plantava e colhiam que não mais do que para sua própria subsistência quase nada sobrava para poder vender...

Assim foram para Alvares Machado, onde um primo deles estava loteando alguns terrenos para que fossem meeiros onde a metade do produzido era do dono e a outra metade era do lavrador e assim poderiam amealhar bem mais para poder vender algo que aquinhoar algum dinheiro para investir em terras... e o que fizeram num loteamento de uma gleba de terra em Martinópolis... onde muito trabalharam e onde vim a nascer... numa lavoura de café, milho, amendoim, batata e arroz...

Ledo engano que seja fácil trabalhar em lavoura, como tais sem terras sem nenhum conhecimento ou apoio real do governo que doam as terras improdutivas e que normalmente são improdutivas pois os próprios donos ou já tiraram tudo que a terra poderia dar ou a própria terra é inadequada para qualquer cultura a não ser a agropecuária onde tais vegetações possam ser alimentos para seu gado, cabras, ou demais criações...

Aprendi desde pequeno a cuidar das plantas e conviver com animais e assim abusava de brincar com as galinhas de amarrar suas pernas ou coloca-las para dormir fazendo um círculo em sua volta na terra e ela ficava por horas e horas e se não fosse tiras elas mesmas não conseguiam se levantar...

Quando prendi três galinhas com barbante e assim as três tinhas que andar juntas e assim facilitava para quando a minha avó queria uma galinha para ser morta... bastava correr atrás das três que elas não conseguiam correr para o mesmo lado e cada uma corria numa direção e assim eu conseguia pega-las... mas acabei esquecendo de desatar o nó... que acabou apertando devido a chuva e o barbante ao secar apertou muito e as três galinhas perderam suas pernas e assim foi a primeira maldade que fiz sem querer querendo facilitar o meu trabalho de pega-las... e tive que pega-las para sacrifica-las primeiro por dó que a minha avó teve delas apesar de ser poedeiras de ovos... pois elas envelhecem e engordam e não mais põem ovos e daí são sacrificadas para um excelente almoço ou jantar de festa de aniversário ou de alguma visita importante...

Não há abuso de comida em excesso e nem sacrifício de animais ou aves sem uma necessidade precípua de uma festa de aniversário, casamento ou mesmo as festas de fim de ano, onde se comemora em 02 de novembro o “Obon”, ou seja o dia dos mortos... que se festeja por terem ido para uma viajem e serem felizes, tanto que os japoneses colocam dinheiro nos bolsos dos mortos e muitos coveiros sabendo disso após os parentes dos mortos irem embora eles desenterram e roubam tais moedas ou dinheiro que os mortos levam em seus bolsos, pois acreditam que terão que pagar nessa viagem onde existe um barco de passar de uma margem para outra...

São as crenças dos budistas e assim leva-se comida nessas datas comemorativas aos cemitérios como se fosse uma festa... costumes bem diferentes aos nossos brasileiros em que levamos flores e oramos simplesmente aos que partiram dessa para melhor lugar por merecimento, ou alguns acreditam no purgatório para pagarem seus pecados ou queimarem no fogo do inferno como escreveu Dante Alighieri, mostrando as auguras de sofrer queimaduras no fogo do inferno...

Somos crentes no budismo na reencarnação de que os espíritos se subdividem e voltam em novas vidas em outros locais, podendo assim nascer em outro país onde podem se lembrar de onde vieram e tinham vivido, que tais crenças fazem suas observações nem sempre aceitas por outras religiões da coincidência da pessoa se lembrar e falar outras línguas e ter conhecimento pleno e demonstrar que esteve aqui antes em algum lugar do planeta, voltando para conviver com os demais para uma vida eterna de poder reencarnar tanto para viver bem como para pagar seus pecados de suas vidas anteriores....

Acredito que todas as crenças merecem respeito, pois todas elas por princípio levam avante o mesmo pensamento em um ser supremo ou algo que faz com que tudo que existe em nossa volta possa dar a nós o oxigênio tão importante para nossas vidas, comida e água e naturalmente tudo que necessitamos para poder viver neste planeta, e alguns acreditam que somos provenientes de outros planetas e outros que somos descendentes dos símios e assim fomos desenvolvendo e nos tornando seres humanos...

Sejam crédulos que tudo vale a pena ser estudado, mesmo que demonstrem absurdos dos absurdos, pois o homem tem a inteligência e sendo racional tem por obrigação ser mais solidário ao próximo, sem guerras ou egoísmo tolo que nada leva para lugar nenhum quando morres... e Alexandre o Grande morreu aos 33 anos demonstrando isso, quando morreu e pediu para ser enterrado nu e com o caixão aberto e com as mãos estendidas para fora sem nada para demonstrar de como veio ao mundo nu para a eternidade partia nu e sem tudo que amealhou nas guerras devolvendo aos próprios donos depois de ter saqueado, roubado, matado em seu nome fazendo-se temido em toda região da Macedônia, tendo um exército de elefantes devido na época ser mais difícil ser morto mesmo que matassem suas montarias mas como os próprios animais para se defenderem matavam seus inimigos e assim eram temidos...

Enfim amigos que leem o que escrevo como apenas mostrar que somos humanos e necessitamos de amor sem ódio, dinheiro e outros valores são apenas para trocas de algo que necessites, tanto que tal pagamento era feito em sal e assim o termo salário é proveniente dessa fonte de pagamento e que poucos tem noção de que recebias seu pagamento pelo trabalho árduo uma cota de sal para sua alimentação...

Somos brasileiros, como qualquer outro e aprendemos amar essa terra que nos acolheu, nossos antepassados vieram a busca da felicidade e obtiveram muito trabalho e assim através de seus esforços puderam amealhar algo que foram passando de pai para filho e netos e hoje temos algo para nos orgulhar de nossos avós que fizeram tal viagem por 45 dias pelo mar a busca dessa tal felicidade... onde se dizia que se colhia dinheiro em arvores, essa tal arvore era exatamente os pés de café, ou ouro verde que nem tinham a noção do sabor do mesmo após secar e torrar e moer e do pó tirar o produto com água fervendo e saborear o produto que é maravilhoso...

Foi assim o meu pai com seus 16 anos levado de volta para trabalhar quando estava no colégio e teve que desistir de seus sonhos de ser engenheiro aeronáutico, e voltar às raízes de ser lavrador, pois morava com um tio em São Paulo, na rua Humberto Primo, ao lado das fabricas de chocolate da Lacta...

Seu tio, ou meu tio avô, que viera com 14 anos junto com o meu avô Jishiti, que tinha 18 anos e quando chegou ao porto teve que se casar ali no porto mesmo com alguém que estivesse solteira e querendo vir ao Brasil, e assim conheceu a minha avó Tsuma e mais tarde apelidada de dona Palmira, e aqui no Brasil teve duas filhas que morreram crianças por curandeirismo de sarar doenças ou problemas de respiração com estrume de vacas... e assim as matando...

Quando meu pai nasceu esse foi muito bem cuidado e assim que tinha idade para a escola foi encaminhado para o tio em São Paulo e que o colocou nas melhores escolas da época onde estudou com famosos engenheiros como Sigmundo Golombeck que a maioria dos arranha-céus da capital do estado de São Paulo são seus projetos de engenharia civil...

Acredito piamente que se ele tivesse continuado a estudar teria sido um excelente profissional, pois tinha uma inteligência de nível acima da média com planos mirabolantes, e ideias de gênio, que tudo ele patenteava, mas depois de 20 anos se tornaram públicos, mas pode ver muitos de suas ideias irem para usufruto dos brasileiros como marcação de metro a metro nas laterais dos tecidos não necessitando de fita métrica para se medir quantos metros de tecido da peça que queres levar...

Ou os “band-aids” ou curativos... que tinha um fio internamente antigamente para facilitar abrir seu papel protetor sem que eles se grudassem um ao outro e ao abrir não prejudicasse a parte colante...

Bem como as cartas atuais e boletos bancários que vem picotados para facilitar abrir os mesmos sem necessidade de ter que usar tesoura ou facas para abrir tais envelopes que trazem as contas de agua e luz ou saldo bancários...

Enfim foi ele precursor dessas ideias que se orgulhava de tê-las feito 50 anos atrás quando as patenteou, mas não renovou a patente após a sua validade de 20 anos e se tornou de uso público e que poderia amealhar alguns direitos autorais e ter ficado rico...

Somos idealistas e portanto dinheiro nunca foi a única coisa mais importante em nossa vida, tanto que quando o meu avô ficou muito doente todos os filhos se juntaram e gastaram tudo que tinham para tentar salvar pagando o hospital do câncer em S. Paulo do Dr. Antônio Prudente para tentar salvar e na época o tratamento era pago e assim gastaram toda a poupança que tinham...

Unidos em um sonho que deveríamos todos nos formar e isso era um princípio para o meu pai e assim fez questão de que todos estudassem e fossem os melhores alunos da sala de aula, para que jamais colassem pois era vergonhoso um descendente de japonês colar de um colega provando assim a sua incompetência e isso era inaceitável no conceito dele...

Foi ele tão autodidata que aprendeu as formas de escrita em Kanji da língua japonesa, que além de ser convidado a ser tradutor no Consulado Geral do Japão do Brasil com sede na Praça Don Jose Gaspar, ali ao lado da Biblioteca Municipal de São Paulo, onde li todos os livros das coleções mais importantes, buscando até ler em inglês e francês, pois pelo menos cerca de 2000 livros tem nas cartelas o meu nome e assinatura de ter pego todos os meses 30 livros em média para ler e muitas vezes reler por ter apreciado demais o autor... e de tal forma que melhorei muito na arte de hoje poder transmitir o que penso aos meus setenta anos e fazer com que meus leitores entendam o que um neto de japonês possa escrever para todos os brasileiros nativos que gostem de leitura como eu que adoro os antigos escritores que escrevem com o mais castiço português... se tiverem a oportunidade leiam Os Lusíadas de Camões... é algo maravilhoso e inesquecível...

Façam suas leituras com o prazer de uma viagem ao redor do mundo sem sair de sua cadeira de descanso, ou hoje sem sair de seu note book, pois tais livros estão a sua disposição nos e-books e podem ler gratuitamente, sem que tenham que pagar... afinal nem todos nós somos aquinhoados para poder comprar livros, os tais “best sellers” ou os mais vendidos de Paulo Coelho...

Enfim amigos leitores e tão bons momentos podemos viver ainda durante nosso descanso merecido de que temos em comum algo que tanto quando era menino e dizia com sotaque japonês... PAURINHO MONTO NO CABALO... COREU.. COREU... CAIU DO CABALO... DEU DOR DE BARIGA E MOREU.... pude melhorar bem... para um sanssei... neto de japonês e com muito orgulho posso falar a língua dos meus avós... assimilei o inglês através das leituras e traduções que tive que fazer e do francês que amo as músicas principalmente e os filmes e assim acho que posso dizer que ainda quero assimilar o alemão... mas é bem mais difícil escrever tal qual os ideogramas ou “kanji” dos chineses e japoneses... e entender que dizem os alemães ... cinco mais cinquenta mais quinhentos quando dizem FUNFUNDFUNFZIGUNDFUNFHUNDERT... fica bem complicado, ou o francês que para eles quatro vinte significa oitenta... ou QUATREVINGT... talvez jamais serias um bom tradutor se não forem à raiz das línguas e quererem ser bons tradutores???