MEUS HEROIS - EUCLIDES DA CUNHA - AUTOR DE OS SERTÕES!!!
MEUS HERÓIS – EUCLIDES DA CUNHA...
Jornalista ou escritor??? Ambos???
Sem dúvida ao ler “Os Sertões”com certeza, com a riqueza de detalhes e nuances de uma guerra dos Canudos, e sua imparcialidade de demonstrar a carnificina ocorrida em que seu trabalho e com certeza de que estiver presente num momento histórico de um herói de sangue negro nas veias mostrando o seu valor, fica dificil de ficar imóvel em sua cadeira ao ler este livro sem tomar partido, ou mesmo como leitor insensato sem coração ou amor ao próximo com certeza, irá se compadecer de quantos negros escravos morreram nessa revolta em busca da liberdade...
Com certeza, este jornalista e escritor Euclides Rodrigues da Cunha, deixa gravado para a história do Brasil um momento sangrento da tentativa de que Antonio Conselheiro, de tal forma grande sucesso de sua obra, em 1903 foi eleito como um Acadêmico da Academia Brasileira de Letras.
Nasceu no Rio de Janeiro, no Cantagalo em 20 de janeiro de 1866, foi engenheiro, militar, físco, naturalista, jornalista, geólgo, botânico, zoólogo, hidrógrafo, historiador, sociólogo, professor, filósofo, poeta, romancista, ensaísta e escritor brasileiro.
Filho de Manuel Rodrigues da Cunha Pimenta e Eudóxia Alves Moreira da Cunha, e órfão de mãe aos 3 anos de idade, passa a viver em casa de parentes em Teresópolis, São Fidélis e Rio de Janeiro.
Em 1883 ingressou no Colégio Aquino, onde foi aluno de Benjamim Constant, que muito o influenciou na sua formação introduzindo à filosofia positivista.
Em 1885, ingressa na Escola Politécnica e no ano seguinte, na Escola Militar da Praia Vermelha onde novamente se encontra com Benjamin Constant como professor.
Contagiado pelo ardor republicano dos cadetes e de Benjamin Constant, professor da Escola Militar, durante uma revista às tropas atirou sua espada aos pés do ministro da Guerra Tomas Coelho.
A liderança da Escola tentou atribuir o ato à “fadiga por excesso de estudo”, mas Euclides negou-se a aceitar o veredito e reiterou suas convicções republicanas. Por esse ato de rebeldia foi rebeldia, foi julgado pelo Conselho de Disciplina.
Em 1888 se desligou do Exército. Participou ativamente da propagand republicana no jornal “A Província de S. Paulo”.
Proclamada a República, foi reintegrado ao Exército recebendo promoção. Ingressou na Escola Superior de Guerra e conseguiu tornar-se primeiro tenente e bacharel em Matemática, Ciências físicas e naturais.
Casou –se com Ana Emília Ribeiro, filha do major Sólon Ribeiro, um dos líderes da proclamação da República. Em 1891, deixou a Escola de Guerra e foi designado coadjuvante de ensino na Escola Militar. Em 1893, praticou suas aptidões na Estrada de Ferro Central do Brasil.
Durante a fase inicial da Guerra de Canudos, em 1897, Euclides escreveu dois artigos intitulados “A nossa Vendéia” que lhe valeram um convite do jornal o Estado de S. Paulo, para presenciar o final do conflito como correspondente de guerra. Isso porque se considerava que era um levante para preservar a monarquia, como muitos republicanos achavam que Antônio Conselheiro tinha a pretensão de restaurar a Monarquia e era apoiado por monarquistas residentes no país e no exterior.
Em Canudos, Euclides adota um jaguncinho de nome Ludgero, a quem se refere em sua caderneta de anotações de campo. Fraco e doente, o menino é levado para São Paulo, onde entrega-o a seu amigo, o educador Gabriel Prestes. O menino é rebatizado de Ludgero Prestes.
Quatro dias antes do final da Guerra dos Canudos, Euclides retorna para São Paulo, assim não vendo o desenlace e o final da batalha, mas com seus dados escreve durante a folga de seu trabalho como construtor de uma ponte metálica em São José do Rio Pardo, suas anotações e detalhes observados durante sua participação como correspondente, e assim escreve “Os Sertões”, com detalhes dessa carnificina.
Em 1902, é publicado e o sucesso e descreve já com sua ideia totalmente modificada como anteriormente achando que era uma tentativa de restauração da Monarquia, mesmo comandada por monarquistas a distância. Percebe que se trata de uma sociedade completamente diferente da litorânea. De certa forma, descobre o verdadeiro interior do Brasil, que ele com nuances perfeitas de um jornalista não deixa nenhum detalhe fora do contexto..
Esta obra prima fez dele conhecido internacionalmente e ser indicado e aprovado por unanimidade como Acadêmico da Academia Brasileira de Letras, em 1903; bem como ser indicado para o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro ( IHGB) .
Divide-se assim em três partes:- A terra, O homem e a, A luta. Nelas Euclides, analisa as características geológicas, botânica, zoológicas e hidrográficas da região, a vida, os costumes e a religiosidade sertaneja e, enfim , narra os fatos ocorridos nas quatro expedições enviadas ao Arraial liderado por Antônio Conselheiro.
Atuou na Amazônia, no Alto Purus, onde assimilou mais conhecimentos em botânica, mas preferindo uma vida mais estável regressou se candidatando a cátedra na cadeira de Lógica no Colégio Pedro II, onde foi escolhido entre os dois melhores através de ajuda de amigos. Após a morte de Euclides Farias acabou ocupando a cátedra em questão.
Foi eleito como Imortal da Academia Brasileira de Letras, em 21 de setembro de 1903, para a cadeira número 7, na sucessão de Valentim Magalhães.
A esposa de Euclides, conhecida como Anna de Assis, veio a tornar-se amante de um jovem tenente 17 anos mais novo do que ela chamado Dilermando de Assis. Ainda casada com Euclides, teve dois filhos de Dilermando.
Um deles morreu ainda bebê. O outro filho era chamado por Euclides de "a espiga de milho no meio do cafezal", por ser o único louro numa família de morenos. Aparentemente, Euclides aceitou como seu esse menino louro.
A traição de Anna desencadeou uma tragédia em 1909, ao que Euclides entrou armado na casa de Dilermando dizendo-se disposto a matar ou morrer.
Dilermando reagiu e matou Euclides, mas foi absolvido pela justiça militar ao ser julgado. Entretanto, até hoje o episódio permanece em discussão. Dilermando mais tarde casou-se com Ana. O casamento durou 15 anos.
Com a sua morte antecipada, o Brasil perdeu um dos seus melhores escritores e que seus filhos ainda brigam judicialmente pelos bens deixados por Euclides Rodrigues da Cunha, com relação aos direitos autorais de seus filhos legítimos e o filho de Dilermando.
Mas com certeza de que nossa atenção será sempre pela riqueza de detalhes em sua obra que nos mostra nosso Brasil, que muitos desconhecem ou jamais irão ter o prazer de visitar o interior do Brasil, principalmente a Bahia, por onde ocorreu a Batalha de Antônio Conselheiro, que acabou sendo o principal herói dessa saga em prol dos negros que buscavam a sua liberdade e serem respeitados como cidadãos.